sábado, novembro 15, 2025

Descubra Como a Igualdade de Gênero Pode Transformar a Luta Contra a Crise Climática


Anjani Kapoor atua há mais de 15 anos em políticas públicas e engajamento comunitário para avançar a igualdade de gênero e garantir acesso universal à água, higiene e saneamento.

Divulgação

Anjani Kapoor trabalha há mais de 15 anos em políticas públicas e engajamento comunitário voltados para a igualdade de gênero e o acesso à água, higiene e saneamento.

Impactos da Crise Climática na Igualdade de Gênero

A crise climática não é um fenômeno neutro, afetando de maneiras distintas diferentes grupos sociais. Um relatório da ONU Mulheres de 2025 aponta que, até 2050, as mudanças climáticas podem empurrar cerca de 158 milhões de meninas e mulheres para a pobreza. Isso representa 16 milhões a mais do que o total estimado para meninos e homens. “A desigualdade de gênero exacerba a vulnerabilidade climática, limitando o acesso das mulheres a recursos essenciais, tomada de decisões e liderança”, enfatiza Anjani Kapoor, diretora de políticas públicas da SWA (Sanitation and Water for All), uma parceria global promovida pelo UNICEF.

O Papel Central de Anjani Kapoor

Anjani Kapoor, natural da Índia, dedica-se há mais de 15 anos à luta contra desigualdades de gênero por meio de políticas públicas inovadoras. Durante a COP30 em Belém, ela apresentará as iniciativas da SWA para abordar os impactos das mudanças climáticas na saúde, educação e qualidade de vida. “Mulheres e meninas enfrentam cargas desproporcionais devido à falta de serviços adequados de água e saneamento, e a situação se torna ainda mais crítica com as mudanças climáticas”, afirma Anjani.

A Realidade das Mulheres na Gestão Hídrica

Globalmente, as mulheres são responsáveis pela coleta de água em cerca de 70% dos lares, o que as torna mais vulneráveis a secas, inundações e contaminação da água. A falta de acesso a água e saneamento — direitos fundamentais reconhecidos pela ONU — gera um ciclo de desigualdade de gênero. “Mais de 800 mil mulheres falecem anualmente devido a condições inadequadas de água e saneamento”, revela Anjani.

“A igualdade de gênero não é apenas um imperativo moral, mas também uma necessidade prática para a adaptação à crise climática.”

Mulheres como Soluções para Crises Hídricas

Anjani lidera iniciativas que evidenciam como as mulheres estão no cerne das soluções para as crises hídrica e climática. Ela menciona que, quando as mulheres atuam em papéis de destaque em grupos ou comitês de água, há uma melhora significativa na eficiência dos sistemas. Exemplos de sucesso incluem comunidades em Bangladesh, na Tanzânia e projetos como o Programa Dignidade Menstrual no Brasil, que garantem acesso a produtos de higiene e educação menstrual para pessoas em vulnerabilidade. Tais situações ilustram o “duplo benefício”: melhorias em serviços de água e avanço na igualdade de gênero.

Desafios e Necessidades para o Futuro

Além de ações locais, Anjani ressalta a importância de envolver o setor privado e pressionar economias desenvolvidas a tomarem medidas concretas. “Países com alta emissão de carbono devem adotar ações urgentes para mitigar seus impactos e aliviar a carga enfrentada pelas mulheres em comunidades vulneráveis”, alerta.

Expectativas para a COP30

Anjani expressa suas esperanças para as discussões na COP30: “Estamos ansiosos para que as conversas desta cúpula ressaltam as conexões entre desigualdade de gênero, mudanças climáticas e saneamento. Abordar essas questões é fundamental para promover a igualdade de gênero e construir comunidades mais resilientes.”

Participação da SWA

A SWA terá uma presença marcante na COP30, enfatizando a urgência de assegurar os direitos humanos à água e saneamento, considerados pilares fundamentais para a resiliência climática e justiça social. Durante o evento, a SWA e seus parceiros lançarão um novo relatório intitulado Crises Convergentes e Oportunidades Potenciais, que traz recomendações para integrar sistematicamente a igualdade de gênero nas políticas de água, saneamento e ação climática.

Ligação Direta entre Gênero e Crise Climática

A desigualdade de gênero intensifica a vulnerabilidade das mulheres às mudanças climáticas, restringindo seu acesso a recursos e poder de decisão. Com mulheres e meninas encarregadas da coleta de água em muitos lares, elas vivenciam os impactos climáticos de maneira mais intensa. Dados recentes indicam que 2,2 bilhões de pessoas carecem de acesso a água potável segura e 3,4 bilhões enfrentam deficiências em saneamento, situações que afetam desproporcionalmente as mulheres.

A Importância da Igualdade de Gênero na Adaptação Climática

A igualdade de gênero é uma necessidade prática na luta contra as mudanças climáticas. O empoderamento feminino na gestão da água leva a soluções mais inclusivas e sustentáveis. Quando as mulheres ocupam posições de liderança e têm acesso a recursos, elas são capazes de promover adaptações que abordam desigualdades, transformando realidades.

Desafios e Oportunidades para a Liderança Feminina

A liderança feminina é crucial, mas ainda sofre com barreiras significativas. Normas sociais persistentes frequentemente atribuem às mulheres a responsabilidade pelo cuidado e pela gestão doméstica da água, enquanto sua participação nos espaços formais de decisão é escassa. Medidas que favorecem a inclusão são necessárias para garantir que a experiência das mulheres contribua efetivamente para soluções hídricas e climáticas.

Caminhos para a Inclusão e o Progresso

Para promover o progresso nas agendas de gênero e clima, são essenciais:

– **Estruturas Políticas**: A criação de leis robustas que apoiem a igualdade de gênero na gestão da água e do clima.
– **Orçamentos Sensíveis ao Gênero**: Garantir que recursos sejam alocados a iniciativas que envolvam mulheres e grupos marginalizados.
– **Financiamento Internacional**: Mecanismos como o Green Climate Fund podem amplificar seu apoio a projetos inclusivos dirigidos por mulheres.

Futuro Resiliente e Igualitário

Embora os desafios sejam significativos, há uma crescente conscientização de que a liderança feminina é vital para enfrentar a crise hídrica e climática. Governos, setores financeiros e instituições multilaterais devem colaborar para criar sistemas e estruturas que priorizem a inclusão. As mulheres não são apenas vítimas, mas partes essenciais da solução. Essa consciência é a força motriz do trabalho da SWA na COP30 e além.

Convidando à Reflexão

Este é um momento crucial para refletir sobre o papel que cada um pode desempenhar na promoção da igualdade de gênero na luta contra as mudanças climáticas. Como podemos impulsionar mudanças em nossas comunidades? Compartilhe suas opiniões e experiências sobre essas questões vitais. Seu engajamento pode inspirar mais pessoas a se unirem a essa causa fundamental.

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