John Deere: O Brasil como Potência Agrícola na Visão de John May

## A Visão do CEO: Oportunidades no Brasil
“Estamos prestes a iniciar uma jornada por uma terra rica em recursos, com um clima favorável e diversas vantagens geográficas. Um país que se transformou em uma das maiores potências do mundo.” Essas palavras não vieram de um patriota comum, mas de John May, 55 anos, chairman e CEO da John Deere, uma gigante na fabricação de máquinas agrícolas.
May, vindo de Moline, Illinois, passou alguns dias no Brasil com o objetivo de convencer investidores de que sua companhia, que já faturou US$ 51,7 bilhões, está apostando no Brasil como uma promissora oportunidade de investimento.
### O Evento: Investor Day em Indaiatuba
No dia 10, ele recebeu cerca de 40 investidores internacionais em Indaiatuba, interior de São Paulo. Esse encontro, que não ocorria há uma década, focou em apresentar a estratégia focada na digitalização e na conexão para a agricultura de precisão. May comentou sobre a importância de aumentar investimentos em eletrificação e startups de tecnologia, mas ressaltou que isso não é suficiente.
“Não se trata apenas de escala. Trata-se também de crescimento sustentável”, afirmou May, destacando o potencial do Brasil para dobrar sua produção agrícola nos próximos anos.
## O Potencial do Brasil: Sustentabilidade e Crescimento
A John Deere entende que o Brasil, com sua vasta extensão agrícola, tem um papel crucial a desempenhar no futuro do abastecimento global. A companhia mencionou que, ao recuperar 22 milhões de hectares de pastagens degradadas, seria possível aumentar a área plantada em 27% nos próximos 10 anos, tudo isso sem prejudicar áreas de conservação.
### Indicadores Chave da Agricultura Brasileira
Um relatório entregue aos investidores destaca que o Brasil é:
– **Maior produtor e exportador de soja**: Com 58% do comércio global e uma expectativa de crescimento de 46% nos próximos dez anos.
– **Líder em cana-de-açúcar**: Respondendo por 52% da produção e 20% de crescimento projetado.
– **Terceiro em milho**: Espera-se que a participação de mercado cresça para 50% em uma década.
– **Destacando-se no algodão**: Com 30% do mercado global, uma previsão de 38% até 2034.
Joshua Jepsen, CFO da John Deere, também enfatizou que, desde 2001, observa crescendo o mercado brasileiro, projetando um futuro brilhante no agronegócio.
## A Revolução da Mecanização: Máquinas de Alta Potência
A conversa com a Forbes Brasil trouxe à tona tendências no mercado de tratores, que têm mostrado um crescimento significativo na demanda por máquinas de alta potência.
– **Aumento da demanda**: Nos últimos dez anos, houve um crescimento médio de 2 a 3 HPs por ano.
– **Atração de tratores potentes**: Modelos como 7M, 8R e 9R, anteriormente impensáveis, agora capturam a atenção dos produtores. Estes tratores são capazes de realizar tarefas impressionantes, como arrastar uma plantadeira de 60 linhas.
Cristiano Correia, vice-presidente da John Deere, ressaltou que, se levarmos em conta a evolução do mercado, o Brasil poderia ultrapassar a Europa em termos de demanda em 5 a 10 anos. Isso se deve ao crescimento acelerado da produção agrícola no país.
## A Inovação e a Acessibilidade Tecnológica
A diversidade do agronegócio brasileiro é um atrativo para investidores. No Sul, há pequenas propriedades que cultivam produtos de alto valor; enquanto no Cerrado, encontramos grandes áreas mecanizadas, semelhante ao Mercado do Meio-Oeste dos EUA.
A John Deere não se limita a atender apenas grandes produtores. A empresa lançou soluções adaptáveis para agricultores menores, embora a inovação e a eficiência sejam as novas diretrizes.
– **Kits de agricultura de precisão**: Permitem que máquinas antigas sejam atualizadas com tecnologias de conectividade e GPS.
– **Democratização da tecnologia**: Esse movimento no Brasil busca aumentar a penetração da tecnologia no campo.
Jepsen também comparou a média de idade dos tratores nos EUA com aqueles no Brasil, indicando um espaço significativo para crescimento e modernização.
## Financiamento em Dólar: Oportunidade ou Risco?
Na atualidade, as linhas de financiamento em dólar estão se tornando populares, especialmente devido às altas taxas de juros.
– **Flexibilidade de financiamento**: A John Deere, em parceria com o Bradesco, oferece opções de crédito que se adaptam ao perfil dos produtores.
– **Oportunidade no mercado**: A classe média rural emergente está se expandindo, criando uma nova categoria de produtores que buscam eficiência e tecnologia.
Correia acredita que essa transformação está criando um novo cenário onde a agricultura se torna mais acessível e eficiente.
## O Mercado Global e os Desafios Futuramente
Os participantes do Investor Day foram instruídos a observar com atenção as diretrizes apresentadas. May estava otimista e concluiu: “Ninguém está melhor posicionado para gerar valor na agricultura brasileira do que a John Deere.”
Embora o mercado global de máquinas agrícolas enfrente uma desaceleração, especialmente nos EUA e Europa, a América Latina apresenta uma realidade distinta. A desaceleração se limita principalmente a maior seletividade nas compras, mas é um momento para acelerar.
Olhando para o futuro, a expectativa da John Deere é a de gerar valor consistente, esperando crescer ainda mais.
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### Considerações Finais
A visão de John May e seus executivos não só colocam o Brasil no centro das discussões globais sobre agronegócio, mas destacam a importância de uma abordagem sustentável e inovadora. O país está pronto para se afirmar como uma superpotência agrícola, e a John Deere está aqui para explorar todas as suas potencialidades.
Você acredita que o Brasil tem o que é preciso para se tornar um líder global em agricultura? Compartilhe sua opinião nos comentários!