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Recentemente, os Estados Unidos têm passado por um período de agitação, especialmente com a nova administração de Donald Trump e seu colaborador J.D. Vance, que já iniciou mudanças significativas nas políticas de assistência humanitária, imigração e saúde pública. A fome, tanto dentro quanto fora do país, as condições de trabalho no setor alimentício e a saúde da população são tópicos que podem ter repercussões a longo prazo, afetando não apenas o atual governo, mas também as gerações futuras. Vamos explorar mais a fundo essas questões.
1. A Fome: Desafio Global e Nacional
Por mais que o governo Trump tenha se comprometido a controlar a inflação, as suas novas diretrizes podem provocar um aumento nos preços dos alimentos. Esse cenário pode ser particularmente devastador para as famílias já vulneráveis e que lutam para colocar comida na mesa.
Um estudo recente, conduzido por economistas de instituições de ensino superior, revela que as atuais políticas tarifárias e as tensões comerciais com países como Canadá, México e China provavelmente resultarão em elevadores preços tanto para produtos importados quanto para os de produção local.
Além disso, o governo também tomou medidas drásticas para interromper a assistência internacional, dificultando a operação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Essa agência desempenha um papel crucial ao oferecer ajuda humanitária a milhões de pessoas – mais de 60 milhões, em mais de 65 países. A interrupção dos serviços prestados por essa entidade compromete a segurança alimentar global e a saúde em regiões que já enfrentam inúmeras adversidades.
Com uma iminente onda de demissões, a USAID está se reestruturando, o que não só representa uma perda de recursos para a assistência global, mas também coloca em risco a vida e a comunidade de funcionários em diversas partes do mundo. Eric Sorensen, representante do estado de Illinois, ressalta: “Eliminar benefícios para quem precisa não é a solução para reduzir os desperdícios no governo”.
2. Imigração e a Força de Trabalho no Setor Alimentício
A imigrante é a base de muitas operações dentro do sistema alimentar dos Estados Unidos. Estudos revelam que uma significativa parte da força de trabalho em áreas rurais – cerca de três quartos – é composta por imigrantes, sejam eles documentados ou não. Não só contribuem para a diversidade cultural, mas também desempenham um papel fundamental na economia, gerando cerca de um dólar em cada seis arrecadados em impostos nos lares de imigrantes.
No entanto, as recentes ordens executivas relacionadas à imigração e deportação, que têm visto operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), podem trazer graves consequências para o setor alimentício. O resultado esperado é um aumento nas dificuldades enfrentadas pelas fazendas, uma diminuição no suprimento de alimentos e a alta nos custos, o que, inevitavelmente, afeta o consumidor final, principalmente os menos favorecidos.
Além disso, analistas sugerem que as mudanças nas políticas podem levar à expansão do sistema de vistos H-2, que permite a contratação temporária de trabalhadores estrangeiros para serviços agrícolas. Contudo, esse sistema já enfrenta críticas por possíveis condições de trabalho abusivas e violações dos direitos dos trabalhadores, incluindo tráfico humano.
3. Saúde da População e do Planeta
A partir de janeiro de 2026, os Estados Unidos se desligarão oficialmente da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris, que busca combater as mudanças climáticas. Já se nota uma diminuição na colaboração entre diversas agências, incluindo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), e a OMS.
Essas decisões não apenas reduzem o respaldo financeiro a iniciativas críticas, como as Parcerias para Commodities Inteligentes com o Departamento de Agricultura dos EUA, mas também afastam o país das colaborações globais que são essenciais para monitorar e controlar doenças que podem afetar a saúde pública, como a gripe aviária.
Stefano Bertozzi, professor na Universidade da Califórnia, destaca a importância da vigilância global: “Essa é a situação exata que deve ser monitorada em cooperação com todos os países, não somente com aqueles que consideramos aliados”.
* Danielle Nierenberg, colaboradora da Forbes EUA, é cofundadora da Food Tank, uma organização dedicada à promoção de alimentos seguros, sustentáveis e nutritivos.
O cenário apresentado pela nova administração dos EUA levanta questões urgentes sobre a fome e a insegurança alimentar que afetam uma parte considerável da população. Com mudanças iminentes na assistência humanitária e nas políticas de imigração, a conexão direta entre essas decisões e o custo de vida, especialmente no que se refere ao acesso a alimentos, não pode ser ignorada.
É crucial que todos nós, enquanto cidadãos, estejamos atentos e informados sobre essas questões, pois elas impactam diretamente nossas vidas e a de milhões de outros. E você, como vê o impacto dessas políticas no futuro da agricultura e da segurança alimentar? Compartilhe suas opiniões e reflexões.