sábado, junho 7, 2025

Descubra como um Cientista Está Transformando Cavalos em Humanos: A Revolução da Clonagem e Edição Genética


O Futuro do Polo Argentino: Clonagem e Edição Genética

Forbes, uma das revistas mais respeitadas no universo dos negócios e da economia global, traz uma narrativa fascinante sobre uma inovação no mundo do polo argentino. Os desenvolvimentos dessa modalidade esportiva tradicional estão se entrelaçando com tecnologia de ponta em genética, prometendo transformar radicalmente a forma como os animais são criados e desenvolvidos.

O Laboratório Congelado de Pilar

Em um laboratório em Pilar, Buenos Aires, a história do polo argentino está literalmente congelada a 200 graus Celsius abaixo de zero. Aqui, os genes de importantes cavalos da modalidade, que agora fazem parte do Hall da Fama, aguardam em freezers sob a supervisão de Gabriel Vichera, cofundador e responsável científico da Kheiron Biotech. Especializada em clonagem, a empresa tem a capacidade de trazer de volta à vida equinos que já partiram há mais de 20 anos.

Na parede do escritório de Vichera, uma imagem emblemática de Birra — a égua mais premiada na história do polo — serve como um valioso símbolo da tecnologia que a Kheiron desenvolve. A empresa que se dedica à modernização do setor começou sua jornada há mais de uma década, quando Martín Barrantes e Daniel Sammartino, ex-CEO da Techint Engenharia e Construções, uniram forças com um grupo de cientistas argentinos.

A Oportunidade de Clonagem

O despertar do interesse pela clonagem no polo argentino ganhou força quando o renomado polista Adolfo Cambiaso leiloou um clone de sua égua de polo, Cuartetera, por impressionantes US$ 800 mil (aproximadamente R$ 4,6 milhões). "Na Argentina, dispúnhamos dessa tecnologia na Universidade de Buenos Aires, e não havia outro laboratório na América Latina com tais capacidades," destaca Vichera em entrevista à Forbes.

Da Clonagem ao Design Genético

Com o avanço da alimentação genética, o método se tornou ainda mais sofisticado. Vichera explica que “o que conseguimos com esses primeiros cavalos de design genético é criar uma réplica e, ao mesmo tempo, reescrever o seu genoma, implementando modificações". Ele faz uma analogia que ajuda a entender o processo: "Um clone é como uma fotocópia dos genes. Na edição genética, é como pegar um texto e editar: posso apagar palavras, adicionar novas ou corrigir erros".

Esse processo não é apenas uma nova abordagem, mas sim uma maneira de aprimorar as características desejadas dos cavalos de polo. A equipe da Kheiron Biotech fez seu primeiro experimento ao identificar sequências de DNA ligadas ao desenvolvimento do tecido muscular em uma égua campeã. "Cavalos diferentes têm composições musculares que os tornam mais adequados para diferentes modalidades — alguns são mais rápidos, enquanto outros têm resistência para longas distâncias," explica Vichera.

O Mercado do Polo Argentino

Com base em dados de 2024 da Câmara da Indústria Nacional Equina (Camine), o setor de equinos no país gera mais de US$ 30 milhões anuais (R$ 170 milhões) em exportações. Além disso, a Associação Argentina de Polo (AAP) estima que a soma do impacto econômico do polo e do turfe pode alcançar US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões) por ano. O mercado é promissor, mas os custos são altos. Clonar um cavalo, por exemplo, pode variar a partir de US$ 40 mil (R$ 230 mil), enquanto o preço final depende da qualidade do animal, podendo chegar a vários milhões.

Vichera projeção indica que a Kheiron poderá registrar entre 350 e 400 nascimentos até o final de 2025. "Quanto aos cavalos geneticamente editados, esses são os primeiros do mundo, então ainda não há uma avaliação de preços", afirma.

O Dilema do Doping Genético

A questão do doping genético também permeia discussões no setor. Diferente dos métodos tradicionais, que utilizam substâncias externas, o doping genético envolve modificações no próprio DNA do animal. "Não estamos introduzindo genes artificiais ou provenientes de outras espécies. Utilizamos genes que já existem na natureza e que são do próprio cavalo. O objetivo é alcançar resultados que poderiam ser obtidos por meio de cruzamentos naturais, mas de forma mais ágil," esclarece Vichera.

Interesses Globais e Futuro da Tecnologia

O apelo da tecnologia argentina em clonagem e edição genética não se restringe ao território nacional. Já existem negociações para expandir o uso dessas técnicas para o mercado de camelos no Oriente Médio, onde esses animais podem valer milhões de dólares a mais do que os cavalos.

Outro marco significativo ocorreu em 2021, quando a Fundação Bill Gates destinou quase US$ 4 milhões (R$ 23 milhões) à Kheiron, em colaboração com a empresa americana Recombinetics. Juntos, eles desenvolverão bovinos geneticamente editados destinados a serem mais resistentes ao estresse térmico e a aumentarem a produção de leite em regiões da África.

Desafios da Clonagem

Apesar dos avanços, a clonagem ainda enfrenta desafios técnicos, especialmente em relação à reprogramação nuclear, que envolve a remoção de marcas epigenéticas de células somáticas. Vichera observa: "Esse processo ainda é ineficiente e, com as melhorias, sabemos que há um longo caminho a percorrer".

Além disso, a Kheiron investiga xenotransplantes, buscando produzir órgãos de porcos que sejam compatíveis com humanos. "Se eu tivesse um orçamento ilimitado, focaria em pesquisas sobre extensão da vida humana e desenvolvimento de órgãos de reposição feitos a partir de animais," diz Vichera.

O Horizonte da Edição Genética

Dentro do laboratório de Pilar, a equipe da Kheiron Biotech continua a explorar os limites do que é possível. "Estamos vivenciando um momento notável de convergência tecnológica, unindo edição genética, inteligência artificial, clonagem e células-tronco," reflete Vichera.

Quando questionado sobre a possibilidade de clonar seres humanos, ele é claro: "Tecnologicamente, isso é viável. Tenho certeza de que poderia realizar isso, pois domino as áreas de clonagem e fertilidade humana. Em 50 anos, quando essas tecnologias forem aprovadas, o que parece um absurdo hoje poderá ser visto de forma diferente". Assim, a questão pode não ser se deveríamos clonar indivíduos célebres como Messi, mas sim se isso deve ser feito.


Com esse panorama, fica evidente que o polo argentino, entrelaçando-se com biotecnologias de ponta, caminha para uma reinvenção não só do esporte, mas também da relação que temos com os animais e, com isso, abre um debate sobre a ética e o futuro da ciência. Convidamos você a refletir sobre estas questões: até onde devemos ir em nome da ciência? Você se imagina rodeado por "supercavalos"? Este tema ainda vai dar muito que falar!

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