A Revolução de Baiju Bhatt na Energia Solar
O avanço implacável dos preços da energia solar está protagonizando uma verdadeira revolução nas energias renováveis, mas essa transformação não vem sem desafios, especialmente no que diz respeito ao uso do espaço terrestre. Para transformar esse cenário, Baiju Bhatt, o bilionário cofundador da fintech Robinhood, está determinado a inovar.
Desafios da Energia Solar Tradicional
Uma típica fazenda solar ocupa cerca de 16 hectares, oferecendo benefícios ambientais significativos ao reduzir a emissão de carbono, mas consumindo vastas áreas de vegetação. E se pudéssemos explorar o espaço? Essa é a proposta ousada de Bhatt com sua nova empresa, a Aetherflux, que visa instalar painéis solares em órbita e retransmitir a energia gerada de volta à Terra. Uma ideia que soa como ciência-ficção, mas que está se tornando cada vez mais viável.
O Vislumbre do Futuro com Aetherflux
Bhatt tem como alvo a construção de uma rede de satélites capazes de gerar e transmitir energia solar. “A possibilidade de ter uma infraestrutura no espaço, resistente às condições da Terra, é extremamente atraente”, comentou à Forbes, traçando um paralelo com o projeto Starlink da SpaceX, que fornece internet em regiões com infraestrutura ainda em desenvolvimento ou em situações adversas.
Quem é Baiju Bhatt?
Baiju Bhatt, que deixou recentemente seus cargos de Chief Creative Officer e diretor de marketing da Robinhood, cofundou a fintech em 2013 com Vlad Tenev, após conhecê-lo em Stanford. Apesar de ainda fazer parte do conselho da empresa, ele optou por se afastar para se dedicar à sua nova missão. “Meu pai trabalhou na NASA quando eu era criança, e eu sempre pensei que poderia ser matemático ou físico”, revelou.
Atualmente, Bhatt planeja financiar a Aetherflux com sua fortuna pessoal, avaliada em mais de US$ 1,5 bilhão. Esses recursos cobrirão os custos até o lançamento do primeiro satélite da empresa no primeiro trimestre de 2025, que servirá para testar sua tecnologia inovadora.
Após essa fase inicial, ele reconhece que a empresa precisará de investimentos externos. “Estamos conversando com o Departamento de Defesa dos EUA, que poderia se interessar por nossa tecnologia para fornecer energia a bases militares e áreas de combate”, detalhou, além de explorar parcerias em setores como mineração em locais remotos.
A Concorrência no Espaço Solar
A Aetherflux não está sozinha nessa corrida. Desde a década de 1970, NASA e outras agências têm explorado a energia solar no espaço, mas os projetos não avançaram. Atualmente, com os custos de lançamento em queda, o cenário parece promissor para uma nova onda de inovação. Empresas como Virtus Solis e Space Solar estão desenvolvendo grandes conjuntos de painéis solares em órbita geostacionária, que, por sua vez, poderiam enviar energia para a Terra via micro-ondas.
Outra abordagem é a da Reflect Orbital, que trabalha na criação de espelhos orbitais que direcionam a luz solar para os painéis terrestres durante a noite. Essa diversidade de iniciativas evidencia o renovado interesse na energia solar espacial.
Diferenciais da Aetherflux
Embora muitos desses esforços sejam ambiciosos, eles enfrentam longos prazos devido à complexidade da implementação da infraestrutura espacial. Bhatt acredita que a Aetherflux possui uma proposta escalável diferente: ao invés de usar micro-ondas, a empresa vai adotar lasers infravermelhos para a transmissão de energia.
A utilização de lasers apresenta vantagens significativas, permitindo a construção de satélites menores e mais econômicos, o que, consequentemente, diminui os custos de lançamento e a necessidade de áreas extensas para a instalação das estações receptoras. Enquanto os sistemas de micro-ondas requerem grandes estações receptoras, a solução da Aetherflux pode ser realizada com estruturas de menos de 10 metros de diâmetro.
Os satélites desenvolvidos pela Aetherflux têm um design ágil, completando uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos e utilizando baterias carregadas por seus painéis solares para manter o fornecimento de energia mesmo durante os períodos em que não estão expostos à luz do SOL.
Além disso, Bhatt destaca que a Aetherflux não está contando com inovações futuristas para realizar seus planos. Ao invés disso, a empresa utiliza tecnologias já existentes, adaptando um modelo de satélite disponível no mercado para agregar as funcionalidades de geração e transmissão de energia.
Uma Nova Era de Inovação Espacial
Bhatt enxerga a Aetherflux como parte de uma transformação significativa na forma como a infraestrutura espacial pode suportar as necessidades da Terra. “Estamos entrando em uma nova era de exploração espacial que será radicalmente diferente nos próximos anos”, observou. “Quando mudanças de paradigma ocorrem, os benefícios de abordagens inovadoras na órbita se tornam muito evidentes, embora ainda necessitem ser comprovados na prática.”
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A audaciosa visão de Baiju Bhatt não apenas desafia os limites da energia renovável, mas também nos convida a refletir sobre as possibilidades quase ilimitadas que a exploração espacial pode oferecer. Se a Aetherflux conseguir alcançar seu potencial, poderemos testemunhar uma transformação radical na forma como geramos e consumimos energia, estabelecendo um novo padrão para o futuro sustentável.