Mapa do Caminho: Uma Nova Rota para o Financiamento Climático Global
Apresentado no dia 5 de novembro, o “Mapa do Caminho de Baku a Belém” surge como uma proposta inovadora para reestruturar o financiamento climático global. Elaborado por uma coalizão de países e instituições sob a liderança do Azerbaijão e do Brasil, o documento destaca cinco áreas prioritárias que guiarão as discussões da COP30, marcada para 2025 em Belém, PA.
O que é o Mapa de Baku a Belém?
Diferente de outras iniciativas climáticas, este Mapa não requer aprovação formal das partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para ser implementado. Ele visa orientar a elaboração de um novo pacto financeiro global, essencial para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Metas Ambiciosas de Financiamento
O principal objetivo do plano é alinhar as políticas financeiras internacionais com as metas de descarbonização. Isso inclui:
- Aumentar o acesso a recursos de baixo custo: Especialmente para países em desenvolvimento.
- Mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático até 2035 para nações em desenvolvimento.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, expressou: “O Mapa transforma a urgência científica em um plano prático de cooperação global e resultados efetivos”.
Estrutura do Mapa: Eixos de Ação
O documento é o resultado de uma série de diálogos iniciados na COP29, em Baku, e conta com a colaboração de instituições como o Banco Mundial e o FMI. Sua abordagem busca corrigir desequilíbrios estruturais no sistema financeiro global, especialmente em relação ao alto custo do capital e ao endividamento de países mais afetados pelas mudanças climáticas.
Os Quatro Eixos Principais do Mapa
Reabastecimento de Financiamentos:
- Ampliação dos fundos multilaterais, como o Fundo Verde.
- Emissão de Direitos Especiais de Saque (SDRs) pelo FMI.
Reequilíbrio da Sustentabilidade da Dívida:
- Revisão dos critérios de risco aplicados por agências de rating.
- Sugestão de que planos nacionais de transição sejam vistos como ativos elegíveis para linhas de crédito.
Redirecionamento do Financiamento Privado:
- Proposta de criação de garantias e fundos para atrair investidores institucionais.
- O foco é aumentar a participação do capital privado, que atualmente representa menos de 2% dos ativos globais.
Reestruturação da Coordenação e Capacidade:
- Proposta de métricas comuns entre bancos de desenvolvimento.
- Criação de “plataformas-país” para unir governo e financiadores em programas de descarbonização.
Governança e Representatividade
Além disso, o Mapa destaca a importância de uma governança que reflita as necessidades do Sul Global. Ele sugere maior representatividade nos conselhos de instituições financeiras e a padronização dos relatórios sobre riscos climáticos e métricas de sustentabilidade.
A Necessidade de Integração de Finanças
O Mapa ainda reconhece que a transição global requer uma abordagem integrada entre finanças públicas, privadas e filantrópicas. Estima-se que serão necessários investimentos anuais entre US$ 4 trilhões e US$ 5 trilhões até 2030, enquanto os volumes atuais de investimento representam cerca de 30% dessa meta.
Construindo um Futuro Sustentável
Mais do que um mero documento, o Mapa do Caminho é um convite à ação coletiva. Ao estabelecer um cronograma até a COP30, ele enfatiza:
- A revisão das dívidas de países vulneráveis.
- Aumentar o capital dos bancos multilaterais.
- Criar um padrão global para títulos verdes soberanos.
Os países signatários concordaram em trabalhar juntos para criar mecanismos de reestruturação fiscal. A expectativa é que essas propostas funcionem como base para uma nova fase de compromissos, pós-2025, com metas mais robustas de financiamento climático.
O Que Está em Jogo?
“Precisamos agir, e o momento é agora”, afirmou Mukhtar Babayev, presidente da COP29. Os compromissos climáticos para 2030 e 2035 representam uma oportunidade única de transformar promessas em desenvolvimento sustentável, proteger o planeta, gerar empregos e fortalecer comunidades.
Conclusão: Um Chamado à Ação
O “Mapa do Caminho de Baku a Belém” é mais do que uma proposta técnica; ele representa a esperança e a oportunidade de uma transformação significativa nas finanças climáticas globais. O sucesso depende da nossa capacidade de unir esforços, explorar novas soluções e garantir que os recursos cheguem a quem mais precisa.
E você, o que pensa sobre esse novo direcionamento para o financiamento climático? Vamos juntos fazer a diferença em prol de um futuro mais verde e sustentável!




