O Impacto das Doenças Crônicas e da Saúde Mental: Desafios e Caminhos
No dia 25 de setembro, a Assembleia Geral da ONU abrirá suas portas para o Quarto Encontro de Alto Nível sobre Prevenção e Controle de Doenças Crônicas, além de discutir a Promoção da Saúde Mental e do Bem-Estar. Esse evento marca um passo importante em um diálogo global que busca soluções para problemas que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo.
Um Debate Necessário
Recentemente, o presidente da Assembleia, Philémon Yang, organizou um debate interativo com representantes de Estados-membros, especialistas e demais interessados. Essa troca de ideias é fundamental, considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as doenças crônicas são responsáveis pela morte de cerca de 43 milhões de pessoas anualmente. Além disso, mais de 1 bilhão de pessoas convivem com distúrbios mentais.
Os Desafios do Estigma
Dentre os participantes do debate, destacou-se Magda Robalo, diretora-executiva da organização Mulheres na Saúde e ex-ministra da Saúde da Guiné-Bissau. Robalo, que possui uma rica trajetória em saúde pública, enfatizou o impacto do estigma e das abordagens ultrapassadas no tratamento das doenças mentais.
- Estigma: Muitas pessoas ainda têm dificuldade em reconhecer que sofrem de problemas de saúde mental.
- Tratamento institucionalizado: O enfoque no tratamento em hospitais precisa ser repensado; é urgente expandir o suporte nas comunidades e famílias.
Esse estigma é uma barreira significativa que prejudica o acesso ao tratamento e cria um ciclo de invisibilidade que afeta diretamente a qualidade de vida dos indivíduos.
As Alarmantes Taxas de Depressão
Dados alarmantes surgem a cada dia: as taxas de suicídio, especialmente entre adolescentes, estão em ascensão, assim como os casos de depressão. É vital que a sociedade não ignore essa realidade. Robalo argumenta que:
"Precisamos urgentemente de um trabalho preventivo que vá além dos muros dos hospitais e se instale nas comunidades."
Investimentos que Fazem a Diferença
As edições anteriores do Encontro de Alto Nível, realizadas em 2011, 2014 e 2018, já apontaram a necessidade de um aumento nos investimentos em saúde. A meta? Reduzir as mortes prematuras por doenças crônicas em um terço até 2030 e elevar o bem-estar e a saúde mental da população.
O Impacto do Câncer de Mama na África
Durante o evento na ONU, Robalo também trouxe à tona uma questão premente: na África, apenas uma em cada cinco mulheres diagnosticadas com câncer de mama sobrevive por mais de cinco anos. Esse número contrasta fortemente com os dados de países desenvolvidos. As razões para essa discrepância são várias, mas uma das mais críticas é a falta de acesso a vacinas que poderiam prevenir doenças como o câncer do colo do útero.
- Desigualdade em Saúde: O desamparo em que muitas africanas se encontram é alarmante.
- Falta de Vontade Política: Robalo destaca que a falta de financiamento para doenças não transmissíveis e de saúde mental é preocupante. Enquanto os países focam suas atenções em doenças infecciosas como HIV/AIDS e tuberculose, as projeções apontam um aumento nos casos de doenças crônicas.
Caminho para a Solução
Philémon Yang, que organizou o debate, acredita que os insights coletados durante essa reunião serão cruciais para a elaboração da Declaração Política que será apresentada no Encontro de Alto Nível. Portanto, é mais do que uma reunião; é um esforço conjunto para encontrar soluções sustentáveis e significativas.
Como Todos Podem Contribuir
Cada um de nós pode desempenhar um papel importante na promoção da saúde mental e na luta contra o estigma. Algumas ações que podem ser adotadas incluem:
- Educação e Conscientização: Promover campanhas educativas sobre saúde mental e doenças crônicas.
- Espaços de Apoio: Criar ambientes seguros onde pessoas possam falar abertamente sobre suas experiências.
- Iniciativas Locais: Participar de projetos comunitários que promovam a saúde mental.
Essas iniciativas podem fazer uma diferença significativa na vida de muitos.
Uma Nova Perspectiva
À medida que nos preparamos para o Encontro de Alto Nível, é vital que cada um de nós reflita sobre nosso papel nesta luta. Como podemos nos unir para garantir que as vozes daqueles que sofrem sejam ouvidas? E como podemos trabalhar para desmantelar o estigma que ainda existe em torno das doenças mentais?
A saúde mental e o bem-estar são questões que tocam a todos nós. Elas afetam não apenas os indivíduos, mas também suas famílias e comunidades. Portanto, é hora de agir, de se envolver e de fazer a diferença.
Agora que você conhece os desafios enfrentados e as possíveis soluções, que tal compartilhar este conhecimento? A discussão começa aqui!