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De acordo com os dados da Comscore, o Brasil ocupa uma posição de destaque no uso de redes sociais, figurando como o terceiro país mais ativo globalmente. Projeções do Goldman Sachs indicam que o mercado de criação de conteúdo, conhecido como “Creator Economy”, pode alcançar um valor impressionante de US$ 480 bilhões até 2027.
No ano de 2022, o YouTube no Brasil contribuiu significativamente para a economia, gerando R$ 4,55 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) e possibilitando a criação de mais de 140 mil empregos. Em 2023, a pesquisa TIC Domicílios revelou que 80 milhões de brasileiros realizaram compras online. Esses dados refletem um crescimento de 14% na monetização da produção de conteúdo digital nos últimos dois anos.
Com esse panorama promissor, cada vez mais pessoas manifestam interesse em seguir uma carreira nesse setor, seja direta ou indiretamente. Para os gestores das plataformas, há espaço de sobra para novos talentos.
No entanto, ser um influenciador vai além de receber “mimos”. A quinta edição do relatório “Creators & Negócios”, realizado pela agência Brunch em colaboração com a consultoria YOUPIX, revelou que 31,44% dos criadores brasileiros ganham entre R$ 2 mil e R$ 5 mil mensais, enquanto 28,73% recebem entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Por outro lado, apenas 0,54% ultrapassam os R$ 100 mil, e 19,24% têm um faturamento de até R$ 2 mil.
Engajamento: O Coração da Monetização
O engajamento do público é um dos fatores-chave para a monetização do conteúdo. O que realmente importa é o alcance que um criador consegue, independentemente do número de seguidores. Quanto mais pessoas forem impactadas, maior será a visibilidade desejada pelas marcas — um aspecto que também influencia o tempo que os usuários permanecem nas plataformas.
Perspectivas para 2025: Insights de Especialistas
Rafael Campos, Head de Marketing para Criadores da Meta na América Latina
Em uma conversa com a Forbes Brasil, Rafael destacou que, em 2024, os criadores que equilibram humor e cotidiano se mostraram eficazes em gerar engajamento. Segundo ele, “os Reels se tornaram uma ferramenta crucial e essa tendência deverá se manter forte em 2025”. Ele acrescentou que, neste novo ano, a criação de conteúdo focará ainda mais em conexões autênticas e interações personalizadas, uma vez que as pessoas estarão em busca de se conectar digitalmente de maneiras mais significativas.
Rafael também enfatizou a importância da originalidade: “Muitos dos criadores relatam que seu sucesso no Instagram veio quando começaram a expressar suas individualidades e a construir comunidades ao seu redor.”
Daniela Okuma, Diretora Geral de Negócios do TikTok no Brasil
Daniela compartilhou sua visão sobre o futuro, afirmando que em 2024, o público se conectou com criadores influentes de diversas áreas. “Duas tendências principais devem moldar o relacionamento entre marcas e criadores em 2025”, ela notou: a necessidade de manter a curiosidade em alta e a reinterpretação do storytelling tradicional.
Para cultivar essa curiosidade, é imprescindível produzir conteúdos que sejam relevantes e que, muitas vezes, surpreendam o público. “A narrativa não pode mais seguir o clichê de começo, meio e fim; agora os finais podem acontecer primeiro, trazendo novas possibilidades à mesa,” explicou Daniela.
Ela sugeriu que não há uma fórmula mágica para o sucesso na plataforma, mas algumas práticas podem ajudar bastante: explorar as tendências, criar conteúdos mais profundos e atraentes, e aplicar os 3 Rs: ritmo, rima e razão.
Manuela Villela, Head de Ecossistema de Criadores do YouTube
Por sua vez, Manuela comentou sobre o florescimento do conteúdo nacional, evidenciado por criadores como CazéTV, Emilly Vick e Enaldinho. “Vemos alguns formatos se consolidando para 2025, como desafios criativos e videocasts. Também notamos um crescimento nas comunidades de fãs, que não estão apenas consumindo, mas se tornando criadores ativos também,” disse ela.
“Neste novo ano, o YouTube continuará a investir na experiência da TV conectada. Com 75 milhões de usuários já assistindo ao YouTube por esse meio, há uma grande oportunidade para que marcas e criadores inovem em suas produções e atinjam um público ainda mais amplo,” acrescentou Manuela.
