Moçambique está enfrentando um conjunto alarmante de desafios: conflitos armados, impactos de desastres climáticos e uma economia em declínio. Essa é a realidade que ficou evidente após a recente visita de representantes da ONU ao país, que terminou na semana passada. Alta funcionárias humanitárias, como Joyce Msuya, secretária-geral adjunta para Assuntos Humanitários, e Carl Skau, diretor executivo adjunto do Programa Mundial de Alimentos (WFP), estiveram no local para entender mais profundamente a situação atual.
Um panorama preocupante: mais de um milhão de moçambicanos afetados
Durante a visita, Msuya e Skau se reuniram com autoridades nacionais e locais, além de representantes de organizações humanitárias, doadores e instituições financeiras internacionais. O foco foi discutir as crescentes necessidades emergenciais da população, que vive em um estado crítico. As estatísticas revelam que a combinação de violência, ciclones devastadores e uma grave seca provocada pelo fenômeno El Niño desestabilizou a vida de muitos moçambicanos.
De acordo com o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a escalada da violência no norte de Moçambique resultou na deslocação de mais de 715 mil pessoas. Adicionalmente, os ciclones Chido e Dikeledi afetaram cerca de 680 mil cidadãos. A situação é alarmante e exige uma resposta humanitária imediata.

A vice-chefe da Ajuda de Emergência da ONU, Joyce Msuya
Encontros significativos com as comunidades
Os altos representantes da ONU se dirigiram à província de Cabo Delgado, especificamente aos distritos de Macomia, Pemba e Mecufi. Nesses encontros com a população local, as consequências devastadoras dos conflitos e das mudanças climáticas tornaram-se ainda mais visíveis. As infraestruturas essenciais e os meios de subsistência foram severamente comprometidos.
“As conversas com as comunidades foram reveladoras. O anseio por paz duradoura, soluções habitacionais e educação para as crianças é evidente”, afirmou Joyce Msuya. Em Mecufi, a equipe da ONU visitou um centro de distribuição de alimentos gerido pelo WFP, que atende cerca de 5,3 mil pessoas que tentam se recuperar da destruição provocada pelo ciclone tropical Chido, que atingiu a região em dezembro de 2024.
Financiamento insuficiente para uma crise humanitária emergente
Carl Skau destacou a urgência de atenção à crise em Moçambique, enfatizando que muitas famílias ainda estão se recuperando dos impactos devastadores do conflito e das consequências do ciclone Chido. “Precisamos de mais apoio para fornecer alimentos e reconstruir vidas”, afirmou ele.
No entanto, apesar da crescente demanda por assistência humanitária, apenas 3% do financiamento solicitado para 2025, que totaliza US$ 619 milhões, foi arrecadado até agora. O WFP, por sua vez, necessita urgentemente de US$ 170 milhões para oferecer assistência vital nos próximos seis meses e evitar uma crise alimentar de grandes proporções.
Msuya alertou que o financiamento humanitário global está passando por uma pressão imensa e que o mundo não pode deixar os moçambicanos sozinhos nesse momento crítico. “É vital que a comunidade internacional se una para apoiar essas pessoas que enfrentam inúmeros desafios”, concluiu.
As vozes de Moçambique
As histórias de vida das pessoas que vivem em Moçambique são impactantes e refletem não só os desafios enfrentados, mas também a resiliência e a luta por um futuro melhor. Muitas famílias compartilham suas experiências de perda e esperança, superando adversidades e reconstruindo suas vidas. Aqui estão algumas das vozes que ecoam neste cenário de luta:
- Maria, 34 anos: “Perdi minha casa em um ciclone, mas não perdi a esperança. Nossos filhos merecem uma educação e construiremos um lar novamente.”
- José, 45 anos: “O combate à violência em nossa comunidade é diário. A paz é o que mais buscamos, pois ela traz oportunidades.”
- Ana, 22 anos: “Aqui em Cabo Delgado, as mulheres e meninas enfrentam desafios enormes. Precisamos de apoio para garantir que nossas vozes sejam ouvidas.”
Nesses relatos, fica claro que mesmo em meio à devastação, a vontade de lutar por um futuro melhor permanece viva. A solidariedade e o apoio internacional são cruciais nesse momento, garantindo que essas comunidades não sejam esquecidas.
O papel da comunidade internacional
A comunidade internacional tem a responsabilidade de prestar assistência e apoio a países que enfrentam crises significativas, como é o caso de Moçambique. A colaboração entre governos, organizações não governamentais e agências da ONU é fundamental para desenvolver soluções sustentáveis que atendam às necessidades urgentes da população.
É necessário um comprometimento renovado para dar suporte não apenas em momentos de catástrofes, mas também na construção de resiliência a longo prazo. Intervenções que garantam acesso à educação, saúde e festivais de capacitação podem fazer a diferença. Um trabalho integrado permitirá que Moçambique não apenas se recupere das crises atuais, mas também se prepare para os desafios futuros.
Pensamento final
Os desafios que Moçambique enfrenta são vastos, mas a união do país e o apoio global podem levar a um futuro mais promissor. Foi uma visita que não apenas expôs a gravidade da situação, mas também ressaltou a determinação das comunidades em buscar mudanças. O que podemos fazer para ajudar esses indivíduos resilientes em suas jornadas? A solidariedade e a empatia são essenciais, e cada um de nós pode contribuir, seja por meio de doações, campanhas de conscientização ou simplesmente compartilhando essas histórias inspiradoras.
Não podemos esquecer que, muitas vezes, pequenos gestos podem levar a grandes mudanças. Portanto, vamos nos unir e agir, mostrando que a força da humanidade pode superar as adversidades!