Início Internacional Desvendando a Verdade Sobre a China: Por Que Não Podemos Subestimá-la?

Desvendando a Verdade Sobre a China: Por Que Não Podemos Subestimá-la?

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A Nova Geopolítica: Entendendo a Competição entre EUA e China

O cenário global está passando por transformações dramáticas, em grande parte impulsionadas pela competição entre as potências mundiais, especialmente entre os Estados Unidos e a China. Com essa mudança, a compreensão das dinâmicas de poder e a necessidade de alianças estratégicas tornou-se mais crucial do que nunca. Neste contexto, é vital analisar não apenas as forças e fraquezas de cada país, mas também como a evolução da economia global está afetando suas interações.

A Montanha-Russa da Percepção sobre a China

Nas últimas décadas, a visão americana sobre a China passou por oscilações extremas. Desde a expectativa de que a China ultrapassaria os EUA, impulsionada pelo seu crescimento econômico avassalador e ambições geopolíticas, até um ceticismo acentuado depois das crises financeiras e da pandemia de COVID-19. Em um momento, muitos acreditavam que o dia em que a China igualaria ou superaria os EUA havia chegado. Porém, a realidade recente trouxe à tona uma China enfrentando problemas demográficos graves, uma taxa de desemprego juvenil alarmante e um crescimento econômico estagnado, enquanto os Estados Unidos mostravam sinais de um renascimento econômico com inovações tecnológicas, parcerias estratégicas e recordes de emprego.

Esta mudança de perspectiva resultou em um novo consenso: a crença de que uma China envelhecida e menos ágil não conseguiria superar um Estados Unidos ressurgente. Contudo, esse otimismo desmedido pode minimizar as verdadeiras capacidades de um competidor cujos indicadores econômicos e tecnológicos já os posicionam à frente em vários aspectos. Por exemplo:

  • Capacidade Industrial: A China detém o dobro da capacidade de manufatura dos EUA.
  • Avanços Tecnológicos: Dominante em setores como veículos elétricos e energia nuclear de quarta geração, e líder na produção de patentes e publicações científicas.
  • Força Militar: Com a maior marinha do mundo, acumulando uma capacidade de construção naval superdimensionada e expertise em tecnologias hipersônicas.

Apesar de suas dificuldades, a China continua sendo um ator estratégico formidável.

A Importância do Tamanho e da Escala

Historicamente, países com maior população e recursos têm se destacado, superando aqueles menores em escala e eficiência. O tamanho físico não garante poder, mas a capacidade de utilizar esse tamanho de forma eficaz pode ser decisiva em competições globais. Durante o século XX, os Estados Unidos aproveitaram sua vasta população e território para ultrapassar potências como o Reino Unido, a Alemanha e a União Soviética. Hoje, é a China quem está se beneficiando dessa dinâmica, colocando os EUA em risco de perder terreno em inovações tecnológicas, indústrias e poder militar.

Para prosperar em um mundo competitivo, a verdadeira vantagem estratégica pertence àqueles que operam em larga escala. A China já possui essa vantagem, e os EUA precisam reconsiderar suas táticas de cooperação e alianças. A solução não está em atuar sozinhos, mas em construir coalizões sólidas para reforçar capacidades compartilhadas e enfrentar a concorrência de forma unida.

Repensando Alianças na Era da Competição Global

O modelo de alianças que historicamente favoreceu os EUA está se tornando obsoleto. As relações internacionais devem evoluir de meras dependências para plataformas robustas de construção conjunta de capacidade. Ao invés de ver parceiros como dependentes, é crucial tratá-los como co-criadores de poder.

O que isso significa na prática? Poderia incluir:

  • Colaboração entre Japão e Coreia do Sul para a construção de navios.
  • Taiwan expandindo sua capacidade de produção de semicondutores.
  • Os EUA compartilhando inovações tecnológicas militares com seus aliados.

Essas ações, se bem coordenadas, formariam um bloco coeso com vantagens combinadas que a China não poderia igualar sozinha.

Mudança na Diplomacia: Para Onde Vamos?

Esta abordagem inovadora precisa de uma mudança fundamental de estratégia. O foco deve passar de uma diplomacia de comando e controle para uma estratégia que priorize a construção de capacidade coletiva. Para se manter relevante em um mundo onde a escala é a nova moeda do poder, os EUA e seus aliados devem unir forças de maneira mais eficaz.

Lembrando uma advertência atribuída a Benjamin Franklin: “ou nos unimos, ou seremos derrotados um a um”.

A Recuperação da Competitividade Econômica

Em meio a essa crescente rivalidade, a economia também precisa ser reformulada. As práticas de mercado da China têm pressionado a capacidade da indústria dos EUA de se manter competitiva. Os EUA precisam não apenas proteger seu próprio mercado, mas criar um ambiente em que seus aliados possam prosperar coletivamente.

Caminhos para a Cooperação Econômica

É vital considerar o estabelecimento de barreiras comerciais coordenadas, como tarifas comuns contra as mercadorias chinesas, além de políticas que favoreçam a colaboração em indústrias críticas. Vejamos algumas estratégias promissoras:

  • Tarifas Coordenadas: Impor tarifas comuns para fortalecer o mercado aliado contra a competição chinesa.
  • Acordos Setoriais: Criar acordos que favoreçam indústrias específicas entre aliados, mantendo barreiras mais altas para produtos feitos na China.

A Necessidade de Confiança e Colaboração

Para que essa abordagem funcione, é preciso reconstruir a confiança entre as nações. Se a administração anterior dos EUA adotou uma postura de pressão, levando alguns aliados a se sentirem inseguros, a nova estratégia deve focar na criação de um ambiente de confiança. Isso implica:

  • Mais Compartilhamento de Tecnologia: Oferecer a aliados acesso a tecnologias militares de ponta, colaborando em desenvolvimento e produção.
  • Integração de Forças: Estabelecer equipes conjuntas que possam atuar rapidamente em resposta a crises, reforçando a solidariedade militar entre as nações aliadas.

Um Futuro em Comum

Ao olharmos para o futuro, fica claro que a competição entre EUA e China não se trata apenas de quem se sairá melhor em termos econômicos ou militares, mas sobre quem conseguirá se adaptar às novas realidades globais. Os EUA, em colaboração com seus aliados, estão em uma posição única para criar novas estruturas que não apenas defendam, mas também promovam uma narrativa de força coletiva.

Neste novo cenário, a atenção deve ser mantida nas fraquezas da China, mas sem subestimar seu potencial inovador. A medida que as capacidades dos aliados forem unidas em um esforço colaborativo, crescerá não apenas a segurança, mas também o prestígio global das democracias ocidentais. Assim, juntos, podemos construir um mundo onde a cooperação se traduz na verdadeira força global – uma força que resiste ao teste do tempo e da adversidade.

É hora de adotar uma abordagem nova e audaciosa, uma que reconheça que, no jogo geopolítico contemporâneo, a união é realmente a nossa maior fortaleza.

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