Início Internacional Desvendando o Conflito Ucraniano: Como Começou e Quais São as Possíveis Saídas

Desvendando o Conflito Ucraniano: Como Começou e Quais São as Possíveis Saídas

0

Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Após três intensos anos de conflito na Ucrânia, marcos importantes foram alcançados em direção a um possível acordo de paz. O presidente Volodymyr Zelenskyy se prepara para visitar a Casa Branca no dia 28 de fevereiro, onde discutirá uma estrutura que pode transformar os abundantes recursos minerais e de gás natural da Ucrânia em garantias de segurança por parte dos Estados Unidos e seus aliados.

Além disso, Washington e Moscou concordaram em iniciar diálogos visando uma estrutura para encerrar a guerra. Embora essas conversas ainda estejam nas fases iniciais, há indícios de que os Estados Unidos possam ceder à solicitação da Rússia de que a Ucrânia nunca se torne membro da OTAN.

Donald Trump, ex-presidente dos EUA, comentou que há a expectativa de que Zelenskyy precise fazer concessões à Rússia, com o governo dos EUA indicando que a recuperação das fronteiras anteriores ao conflito pode ser uma expectativa irrealista para Kiev.

Enquanto vários obstáculos permanecem antes que a paz seja finalmente alcançada, fica claro que a luta pela conquista na Ucrânia transformou radicalmente a Europa, tanto em termos políticos quanto sociais.

Os Primeiros Sinais de Revolta: O Euromaidan

Os primeiros sinais de insatisfação começaram a emergir em novembro e dezembro de 2013, quando uma onda de protestos tomou conta das principais cidades da Ucrânia, com multidões especialmente reunidas na Praça da Independência, em Kiev. O estopim para essa revolta foi a decisão inesperada do então presidente Viktor Yanukovych de não assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE), previamente aprovado pelo Parlamento.

Esse acordo, que comprometia a Ucrânia com uma série de reformas sociais e políticas, foi abandonado por Yanukovych em favor de laços mais estreitos com Moscou, que envolviam um acordo de venda de US$ 15 bilhões em eurobônus à Rússia. Essa transição gerou indignação e um crescimento exponencial do movimento Euromaidan, que rapidamente se tornou um símbolo da luta contra a corrupção e a influência dos oligarcas sobre o governo ucraniano.

Um incidente envolvendo forças policiais que atacaram manifestantes, resultando em feridos, levou à resignação do ministro da Administração Interna, Vitaliy Zakharchenko. Esses eventos agitaram ainda mais os ânimos, acentuando a insatisfação popular.

image (1920×1280)
Manifestantes protestam em Kiev contra a decisão de Yanukovych de suspender um acordo com a UE, em 8 de dezembro de 2013. (Brendan Hoffman/Getty Images)

A Repressão e a Revolução da Dignidade

Em janeiro de 2014, o Parlamento, dominado por aliados de Yanukovych, introduziu uma série de 11 leis destinadas a reprimir a dissidência, conhecidas como “leis da ditadura”. Essa ação, tomada sob forte contestação, provocou ainda mais revoltas nas ruas.

A violência e os confrontos se intensificaram em fevereiro de 2014, culminando em confrontos mortais entre manifestantes e as forças policiais. De 18 a 20 de fevereiro, os eventos se tornaram dramáticos, resultando na morte de 108 civis e 13 policiais. O clamor popular fez com que Yanukovych e a oposição assinassem um acordo para formar um governo provisório.

Após a queda de Yanukovych, ele fugiu do país, levando a um vazio de poder e à criação de uma nova onda de instabilidade. No entanto, essa desvinculação da antiga liderança também provocou reações contrárias em algumas regiões da Ucrânia.

Milhares de pessoas ocupam as ruas de Kiev em 20 de fevereiro de 2014, num momento de intensa violência. (Louisa Gouliamaki/AFP via Getty Images)

A Anexação da Crimeia e o Início do Conflito no Leste

Enquanto Yanukovych tentava restabelecer seu poder, a situação na Crimeia se deteriorou rapidamente. Em fevereiro de 2014, autoridades locais apoiadas por Moscou proclamaram a independência da Crimeia. O movimento separatista rapidamente ganharia força, com a Rússia ocupando a península sob a justificativa de proteger a população russofona local.

Durante esse período, áreas como Donetsk e Luhansk começaram a vivenciar um clima de revolta, com líderes rebeldes exigindo referendos para se separar da Ucrânia. Em abril de 2014, esses movimentos resultaram na criação das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk. O que era um conflito interno se tornava rapidamente uma complexa luta geopolítica, com intervenções diretas da Rússia.

O premier da Crimeia, Sergiy Aksyonov, durante um anúncio sobre a independência da região, em 14 de março de 2014. (Filippo Monteforte/AFP via Getty Images)

A Ascensão dos Conflitos no Donbas

A separação de Donetsk e Luhansk levou a uma década de conflitos internos, criando uma linha de batalha entre as regiões ocidentais proeuropéias e as orientais pró-russas. Milhares de combatentes, tanto da Ucrânia quanto da Rússia, se engajaram em hostilidades ao longo dos anos, solidificando a divisão cultural e política no país.

A série de acordos de Minsk, que buscavam trazer um cessar-fogo, falharam repetidamente, com ambos os lados frequentemente acusando o outro de violar os termos acordados. Entre 2014 e 2022, a luta pelo controle do Donbas se intensificou, com diversos episódios de combate intenso e a participação de forças irregulares. Enquanto isso, a Rússia continuou a apoiar publicamente os rebeldes, intensificando ainda mais o conflito.

A Escalada em 2021 e a Invasão de 2022

A tensão se intensificou em 2021, com a Rússia acumulando tropas e equipamentos na fronteira ucraniana. O cenário se tornaria mais alarmante em fevereiro de 2022, quando Vladimir Putin reconheceu as repúblicas separatistas e lançou uma invasão em larga escala, afirmando que a Ucrânia precisava ser “desmilitarizada” e neutralizada.

A guerra rapidamente se espalhou por todo o país, com Kiev sendo um dos principais focos de combate. As forças ucranianas, aos poucos, começaram a resistir, demonstrando resistência e habilitando-se a impedir que tropas russas dominassem rapidamente as principais cidades.

Militares ucranianos e forças russas em confrontos em Kiev, em 26 de fevereiro de 2022. (Sergei Supinsky/AFP via Getty Images)

A Evolução do Conflito: 2023 e Além

O cenário continuou a evoluir ao longo de 2023, marcada por contraofensivas ucranianas e a batalha brutal por cidades como Bakhmut. A entrega de ajuda militar internacional, principalmente dos EUA e aliados, tornou-se crucial para a capacidade de defesa da Ucrânia.

No entanto, o conflito tornou-se extenso, com feridas que precisam ser fechadas. Enquanto o apoio internacional continua a fluir, a necessidade de diálogo e uma resolução pacífica é mais crucial do que nunca. Apesar de muitas divergências, as esperanças de um retorno à paz e à estabilidade permanecem.

Neste contexto, convidamos você a refletir sobre a situação atual. Como você vê o futuro da Ucrânia e da Europa nesse cenário? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários. A construção de um acordo duradouro depende de nossa capacidade de diálogo e compreensão mútua.

© Direitos autorais. Todos os direitos reservados ao Epoch Times Brasil (2005-2024)


SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile