terça-feira, julho 8, 2025

Desvendando o Dilema: A Revolução da IA no Direito e Seus Desafios Ocultos!


O Futuro da Inteligência Artificial no Setor Jurídico: Uma Revolução que Não Pode Ser Ignorada

A inteligência artificial (IA) tem transformado diversos setores, aumentando a eficiência e reduzindo custos. Porém, muitas organizações jurídicas ainda carecem de uma estratégia sólida para a adoção dessa tecnologia inovadora. Esse é o panorama revelado no relatório “Future of Professionals 2025”, da Thomson Reuters, que destaca a disparidade entre as empresas que implementaram planejamento estruturado e aquelas que adotam a IA de maneira esporádica e pouco organizada.

O Panorama Atual da IA nas Organizações Jurídicas

Um estudo abrangente com 2.275 profissionais do setor jurídico, além de áreas como compliance, auditoria e tributário, mostrou que apenas 22% das organizações possuem uma estratégia clara de IA. Esse grupo privilegiado, no entanto, tem duas vezes mais chances de experimentar um crescimento de receita vinculado à IA e até 3,5 vezes mais probabilidade de colher benefícios significativos da tecnologia.

No Brasil, essa realidade não é diferente. A IA está sendo integrada em várias frentes, mas também enfrenta desafios. Steve Hasker, CEO da Thomson Reuters, destaca que o trabalho jurídico está sendo moldado pela IA, fazendo um alerta: “Escritórios que não se adaptarem correm o risco de ficar para trás.” Ele menciona a oportunidade potencial de desbloquear cerca de US$ 32 bilhões apenas nos Estados Unidos.

A Transformação da Rotina Profissional

Um dos pontos mais positivos trazidos pela adoção da IA é o melhor uso do tempo. O estudo indica que os profissionais que utilizam IA podem economizar em média cinco horas por semana até 2025. Isso representa um aumento de produtividade que pode equivaler a um ganho anual de até US$ 19 mil por colaborador. Com mais tempo livre, os advogados podem se dedicar a tarefas mais complexas e que agreguem maior valor aos seus clientes.

Um exemplo prático é o escritório Marcus Valverde Sociedade de Advogados. Segundo o sócio Marcus Valverde, a IA se tornou uma ferramenta essencial na rotina do escritório. “As legaltechs oferecem soluções personalizadas, permitindo que foquemos em questões estratégicas, enquanto a tecnologia cuida das tarefas repetitivas”, explica ele.

IA: Uma Ferramenta Poderosa, Mas Cuidadosa

Apesar do entusiasmo pela automação, a cautela é uma constante. Antônio Carlos de Oliveira Freitas, diretor da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), ressalta que “a IA é uma ferramenta poderosa, mas não substitui o advogado”. Para Freitas, o uso ético da IA é primordial. Ele menciona que já houve casos em que a IA gerou jurisprudências fictícias ou erros de interpretação da legislação. Portanto, a supervisão humana é essencial para garantir um uso responsável da tecnologia.

Matheus França, do escritório Gaia Silva Gaede, também aponta os riscos associados a vieses e ao uso inadequado de dados sensíveis. “Embora a IA traga benefícios operacionais, sua implementação deve ser realizada com governança e responsabilidade”, enfatiza.

A Procuradoria do Estado de São Paulo ainda está em um estágio inicial de adoção da IA, conforme Júlio Rogério de Almeida Souza, participante do Comitê Gestor de Dados da Procuradoria. Ele acredita que a tecnologia é inevitável, mas destaca a necessidade de rigor no controle de informações sigilosas: “A responsabilidade continua sendo do procurador, e os sistemas precisam garantir rastreabilidade e transparência”.

Desigualdade na Adoção da IA no Judiciário

Ao analisar o sistema Judiciário, a adoção da IA mostra-se desigual. Daniel Marques, presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), explica que a IA já está sendo utilizada em triagens, análises de jurisprudência e produção de relatórios, através de projetos como o Logos, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o Apoia, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Contudo, a decisão final ainda depende de profissionais qualificados, como juízes e advogados, que devem manter a responsabilidade legal.

O Caminho Para O Futuro: Regulação Necessária

A expectativa positiva em torno da IA se complementa com as novidades legislativas. O Projeto de Lei 2338/23, que regulará o uso da IA no Brasil, já recebeu aprovação no Senado e agora aguarda avaliação na Câmara dos Deputados. Essa proposta classifica os sistemas de IA em níveis de risco e ameaça aos direitos fundamentais, diferenciando entre inteligência artificial e inteligência artificial generativa.

Definida como um sistema baseado em máquinas capaz de gerar previsões, recomendações ou decisões, a IA generativa é focada na criação ou modificação de conteúdos, como textos, imagens, áudios e códigos de software.

O Papel da Transparência e da Ética

“É essencial que o uso de IA seja transparente e que o cidadão saiba quando está diante de um conteúdo gerado por máquina”, afirma Freitas. Esse aspecto de transparência é vital para a aceitação e confiança na tecnologia.

Para os especialistas, a adoção da IA nos escritórios e tribunais é um desafio que exige a criação de boas práticas, assegurando que o avanço tecnológico permaneça alinhado à ética, à segurança e à qualidade dos serviços jurídicos.

Refletindo Sobre o Futuro

Apesar da empolgação em torno das melhorias trazidas pela IA, a Thomson Reuters alerta sobre um risco crítico: a falta de planejamento. A ausência de uma estratégia definida pode transformar a adoção da IA em um fardo mais do que uma solução. “As empresas precisam alinhar a tecnologia com suas prioridades. Somente assim alcançarão uma inovação sustentável e relevância para seus profissionais”, conclui Hasker, CEO global da companhia.

Em um cenário em constante evolução, a interação entre a inteligência artificial e o setor jurídico promete desafios e oportunidades. É fundamental que os profissionais do direito se preparem para essa nova realidade, refletindo sobre as implicações da tecnologia e buscando sempre um equilíbrio entre inovação e ética.

E você, o que pensa sobre o impacto da IA nas práticas jurídicas? Compartilhe seu ponto de vista e vamos juntos explorar essas transformações!

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