segunda-feira, junho 9, 2025

Desvendando o Mistério: Furto de 62 Km de Cabos na Malha Férrea do Rio em 2024


A Crescente Preocupação com o Furto de Cabos na Supervia do Rio de Janeiro

Desde o começo de 2024, a Supervia, responsável pela malha ferroviária urbana no Rio de Janeiro, enfrentou um grande desafio: o furto de mais de 62,78 quilômetros de cabos. Esse número, que se refere ao período de janeiro a novembro, é 26,2% inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano anterior, quando 85,12 quilômetros foram subtraídos. Apesar da queda, a situação continua a acirrar a preocupação sobre a segurança pública e a eficiência dos serviços prestados pela concessionária.

Os Dados que Chamam a Atenção

De acordo com a Supervia, o furto de cabos é um problema que se arrasta há anos, representando um obstáculo significativo para a operação dos trens na Região Metropolitana. A empresa destacou que abril de 2024 foi o mês mais crítico, com 7,32 quilômetros de cabos furtados, enquanto outubro registrou a menor marca, com 4,07 quilômetros.

É interessante notar que, além do número de cabos subtraídos, as operações da polícia têm mostrado resultados. De janeiro a outubro de 2024, foram registradas 497 ocorrências, resultando na prisão de 703 indivíduos e na apreensão de cerca de 34 toneladas de cabos furtados.

Medidas em Prol da Segurança

A Supervia atribui a redução nos furtos de cabos a várias ações de segurança implementadas recentemente. Uma das mais inovadoras é a utilização de nanomarcadores, uma tecnologia que envolve a aplicação de um revestimento em todos os cabos. Isso facilita a identificação de qualquer segmento furtado, ajudando a dificultar o trabalho dos criminosos. Segundo um comunicado da empresa:

"Com esta solução, conseguimos saber se um cabo apreendido pertence à concessionária, mesmo que o receptador tente queimar ou raspá-lo."

Além desses marcadores, a Supervia intensificou a segurança nas suas estações. Atualmente, seis agentes do Programa de Integração de Segurança da Polícia Militar (Proeis) estão posicionados em cada estação, bem como nas adjacências que possam ser vulneráveis.

O Papel da Polícia Militar

A Polícia Militar do Rio de Janeiro tem atuado em parceria com a Supervia, mantendo policiamento constante nas áreas ao redor das estações e apoiando a empresa em suas solicitações. A colaboração com as delegacias da Polícia Civil é uma parte fundamental desse esforço, visando identificar e prender os responsáveis pelos furtos.

A Polícia Civil, em suas ações, reitera que todos os casos de furto estão sob investigação. A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) realiza operações direcionadas a ferros-velhos que receptam materiais metálicos subtraídos, buscando desmantelar toda a cadeia criminosa envolvida.

Um Cenário Complexo

A malha ferroviária urbana do Rio de Janeiro abrange cerca de 270 quilômetros, dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações. O furto de cabos tem se destacado como uma das principais causas das dificuldades financeiras enfrentadas pela Supervia, que incluem queixas sobre a qualidade do serviço prestado aos usuários. As interrupções no funcionamento dos trens e a consequente superlotação têm se tornado situações frequentes ocorreram em um contexto de crise que é sentido há anos.

Efeitos dos Furtos na Operação

O impacto do furto de cabos vai além da simples subtração de bens. A ausência de cabos operacionais prejudica o planejamento e a frequência dos trens. Em situações em que os cabos são furtados, a comunicação com os maquinistas passa a ser feita manualmente, por rádio, o que desacelera a operação e afeta a segurança no transporte.

"É como se os sinais de trânsito de uma avenida estivessem apagados. A operação dos trens fica comprometida e, com isso, a situação se torna mais lenta para garantir a segurança de todos."

Desafios Financeiros

A Supervia, que entrou em recuperação judicial em 2021, revelou prejuízos que somam R$ 1,2 bilhão. A empresa apontou várias razões para a sua situação financeira crítica, incluindo os impactos da pandemia de COVID-19, a estagnação das tarifas e questões voltadas à segurança pública, em especial os furtos de cabos. No entanto, o governo estadual discorda dessa análise, considerando as justificativas insuficientes.

O consórcio Gumi, composto por empresas japonesas que atualmente controlam a Supervia, já manifestou a intenção de devolver a operação dos trens urbanos em mais de uma ocasião. Por outro lado, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) tem aplicado multas à concessionária por descumprimentos contratuais, incluindo a falta de investimentos prometidos.

A Caminho de uma Solução

Recentemente, Supervia e governo do Rio de Janeiro chegaram a um acordo no final de novembro, que se propõe a garantir a transição do serviço até a realização de novas licitações. Esse entendimento estabelece um investimento em torno de R$ 450 milhões: R$ 300 milhões do estado e R$ 150 milhões da concessionária.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) já homologou o acordo, que deve durar entre seis e nove meses. Esse período será crucial para a Supervia implementar novas ações e estratégias para melhorar sua operação e, consequentemente, a experiência dos passageiros.

Reflexões Finais

Embora a diminuição no furto de cabos seja um sinal alentador, a Supervia e a população do Rio de Janeiro ainda enfrentam um longo caminho até a estabilidade. O envolvimento das forças de segurança, associado a tecnologias inovadoras, poderá ser a chave para a superação desse desafio.

A questão do furto de cabos não se resume apenas a um crime comum; é uma questão de segurança, eficiência e de qualidade de vida para os usuários do sistema de transporte público. A sociedade e as autoridades precisam unir forças para enfrentar esse problema de maneira eficaz e duradoura. O que você acha sobre as medidas sendo tomadas? Tem alguma sugestão que poderia contribuir para a solução dessa situação? Vamos continuar esta conversa!

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