Atualizações Recentes Sobre o Desempenho da WEG
Em mais um trimestre, as ações da WEG (WEGE3) enfrentaram uma queda significativa logo após a divulgação dos resultados financeiros. Na manhã do dia 23 de agosto, as ações chegaram a recuar mais de 5%, mesmo com uma expectativa mais moderada em relação aos números da renomada fabricante de motores elétricos. Às 10h50, os papéis estavam cotados a R$ 39,74, uma queda de 3,82%.
Resultados do Segundo Trimestre
A WEG apresentou um lucro líquido de R$ 1,592 bilhão no segundo trimestre, marcando um crescimento de 10,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, esse resultado ficou aquém das expectativas do mercado, que previa um lucro de aproximadamente R$ 1,76 bilhão. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 2,26 bilhões, um aumento de 6,5% em relação ao ano passado, mas igualmente abaixo do esperado.
A receita líquida da empresa foi de quase R$ 10,21 bilhões entre abril e junho, o que representa um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Contudo, essa cifra também não alcançou as expectativas do mercado, que aguardava um montante de R$ 11,16 bilhões.
Impactos Externos e Expectativas
A empresa não trouxe detalhes sobre o impacto potencial das tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que devem entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto. A receita proveniente da América do Norte representa 48% do total de suas vendas internacionais, indicando a relevância desse mercado.
Desde o início do ano, as ações da WEG acumularam uma queda de aproximadamente 20%, reflexo das incertezas geradas pelo anúncio dessas tarifas. O banco Goldman Sachs destacou que o Ebitda foi 4% inferior à sua estimativa e 6% abaixo do consenso, apresentando uma margem Ebitda de 22,1%, que embora ligeiramente acima das previsões, não foi capaz de mitigar as oscilações negativas dos papéis.
Desempenho Financeiro e Perspectivas
A análise do Goldman Sachs aponta que os resultados financeiros da WEG ficaram abaixo das expectativas em diversos indicadores, incluindo receita, Ebitda e lucro líquido. Isso pode acarretar revisões negativas nas estimativas de lucro por parte do mercado. O banco observou os seguintes fatores que podem afetar o crescimento da empresa na segunda metade de 2025:
- Valorização do real em comparação ao segundo semestre de 2024.
- Base de comparação elevada devido ao cronograma intenso de projetos de geração solar.
Além disso, a análise do Itaú BBA revela que, apesar da previsão de um trimestre fraco, os números ficaram aproximadamente 6% abaixo das estimativas em termos de receita bruta e Ebitda. Essa queda é atribuída, principalmente, ao baixo desempenho do PIB doméstico e a uma diminuição no número de projetos solares em comparação ao primeiro trimestre.
Margens e Desafios do Mercado
Em meio a esses desafios, o Goldman Sachs e outras casas de pesquisa ressaltam que as taxas de juros elevadas e a incerteza macroeconômica global estão impactando negativamente a entrega de projetos de longo ciclo, principalmente na divisão de motores elétricos, que representa cerca de 50% da receita consolidada.
- Os analistas percebem que a melhora nas margens Ebitda pode ajudar a compensar parcialmente o desempenho negativo do preço das ações no curto prazo.
- O Itaú BBA indicou que a alíquota do imposto de renda foi melhor do que o esperado, o que poderia ter suavizado os resultados.
Acompanhando as Tendências do Mercado
O JPMorgan observou que, apesar de o Ebitda ter ficado 8% abaixo das suas expectativas, a empresa apresentou margens mais robustas. Os principais pontos positivos destacados incluem:
- Receitas externas em dólares de US$ 1,07 bilhão, representando um crescimento de 8% ano a ano, embora 5% abaixo da estimativa do JPMorgan.
- Margem bruta de 33,7%, superando tanto as estimativas quanto os números do trimestre anterior.
- A alíquota efetiva de imposto foi reduzida para 16,6%, em comparação com 22,7% um ano atrás.
Por outro lado, os pontos que geraram preocupação foram:
- Receita doméstica com crescimento de apenas 1%, em contraste com a expectativa de 13%.
- Lucro líquido de R$ 1,59 bilhão, que ficou 6-8% abaixo das projeções.
Recomendações de Investimento
Em relação às recomendações de investimento, o JPMorgan mantém uma classificação de overweight (exposição acima da média do mercado), enquanto o Itaú BBA tem uma recomendação outperform (desempenho superior) com um preço-alvo de R$ 65. O Goldman Sachs, por sua vez, coloca suas ações em venda com um preço-alvo de R$ 44,60, prevendo um cenário de enfraquecimento no segundo semestre.
O que esperar na teleconferência programada para amanhã? Os líderes da WEG deverão abordar temas cruciais, como:
- O impacto das tarifas sobre os produtos brasileiros exportados para os EUA.
- A avaliação do pipeline de projetos solares para o segundo semestre de 2025.
- Perspectivas de crescimento da empresa diante das incertezas econômicas globais.
Reflexões Finais
A situação atual da WEG ilustra os desafios e oportunidades do mercado, especialmente em um cenário global repleto de incertezas. Para investidores, a queda nas ações pode representar uma oportunidade de entrada, mas é fundamental acompanhar os desdobramentos relacionados aos impactos das tarifas e as expectativas de lucros.
Pense sobre isso: como você vê o futuro da WEG em um mercado cada vez mais desafiador? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e reflexões.