A Revolução na Rotatividade de CEOs em 2025: O Que Está Mudando?
A mudança na liderança das grandes empresas está em plena aceleração em 2025, mas, surpreendentemente, essa movimentação não é resultado exclusivamente de desempenhos insatisfatórios. Pesquisas realizadas pela The Conference Board, Egon Zehnder e Semler Brossy revelam que a troca de CEOs em empresas de alto desempenho se igualou à frequente troca em organizações com resultados ruins. Nos primeiros três trimestres de 2025, a rotatividade de CEOs das empresas do S&P 500 atingiu 12% nos três primeiros quartis de desempenho, quase emparelhando com a taxa de 14% do último quartil.
Esse panorama marca uma grande mudança em relação a 2024, onde a diferença entre os grupos era clara: 7% para as empresas com bom desempenho e 18% para as de baixo desempenho.
Aumento nas Saídas de CEOs e A Natureza das Transições
A taxa de sucessão de CEOs subiu para 12,5% em 2025, um aumento significativo em relação ao recorde histórico de 9,8% em 2024. Esse movimento não apenas indica um retorno aos valores históricos, mas também reflete a volatilidade econômica em curso, juntamente com as novas habilidades de liderança demandadas no cenário atual. Apesar desse crescimento, a taxa de saídas forçadas caiu para 15,2%, sinalizando que muitas das transições estão sendo planejadas pelos conselhos e não são reações a crises inesperadas.
Essas alterações indicam uma transformação significativa, tanto em organizações de alto quanto de baixo desempenho. Para empresas que olham para o futuro, essa renovação pode significar uma mudança estratégica no planejamento de sucessão.
O Novo Olhar dos Conselhos sobre Sucessão
Ao longo de 2025, os conselhos de administração começaram a encarregar a sucessão de CEO não apenas como uma correção de rota, mas como uma ferramenta estratégica essencial para se preparar para os desafios futuros. Eles reconhecem que vivemos tempos de turbulência, impulsionados por inovações tecnológicas, mudanças geopolíticas e novas pressões dos stakeholders.
Fatores que Influenciam as Transições de Liderança
Em um mundo onde a rapidez e a incerteza são normais, algumas tendências se destacam nas decisões de sucessão:
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Transições Atrasadas Finalmente Acontecendo
Muitos CEOs que hesitaram em deixar seus cargos durante períodos de crise já cumpriram suas saídas planejadas. O tempo médio na posição subiu para 9,3 anos em 2025, após um recorde histórico de 7,4 anos em 2024. -
A Volatilidade é o Novo Normal
As empresas não podem mais postergar as mudanças de liderança em busca de estabilidade. A complexidade do ambiente de negócios — incluindo a evolução da inteligência artificial e incertezas de mercado — leva os conselhos a ver as transições de liderança como oportunidades, e não como um último recurso. -
Busca por Talentos Externos
Um reconhecimento de que as habilidades exigidas para liderar mudaram drasticamente tem levado a um aumento nas contratações externas. Em 2025, esses recrutamentos no S&P 500 cresceram para 32,7%, em comparação a menos de 70% de promoções internas.
Como Os Conselhos Podem Melhorar as Transições
Transformar o planejamento de sucessão em um processo contínuo é vital para que os conselhos se tornem mais intencionais diante das mudanças. Aqui estão algumas estratégias eficazes:
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Planejamento Sucessório Contínuo
Em vez de um evento pontual, o planejamento deve integrar-se às avaliações anuais e supervisões de riscos. Isso envolve criar planos pré-definidos para situações emergenciais e realizar avaliações regulares da prontidão dos potenciais sucessores. -
Desenvolver Líderes Internos e Ser Aberto a Talentos Externos
Apesar do aumento nas contratações externas, as promoções internas ainda constituem a maior parte das nomeações, representando uma oportunidade de formar novos líderes. Por exemplo, em algumas empresas, comitês dedicados avaliam periodicamente o desenvolvimento de futuros líderes. Além disso, um levantamento anual sobre talentos externos pode fornecer uma visão atualizada do mercado. -
Reavaliação de Perfis de CEOs
Os conselhos devem atualizar anualmente as competências necessárias para um CEO, priorizando agilidade e fluência digital, em vez de experiências passadas. Algumas empresas adotam avaliações de cenários para prever a capacidade de um candidato em enfrentar futuras disrupções.
Navegando a Volatilidade: Comunicar Com Clareza e Consistência
Mudanças na liderança podem ser vistas tanto como responsabilidade quanto como inovação. No entanto, essas transições nem sempre são bem recebidas. Para evitar mal-entendidos, os conselhos devem apresentar essas saídas como parte de um planejamento estratégico abrangente.
Mensagens claras sobre continuidade e supervisão são essenciais, assim como vincular a remuneração do CEO a fatores que promovem uma transição harmoniosa e estratégica.
Uma Nova Era de Sucessão
Em tempos de incerteza, as empresas que adotarem uma abordagem proativa para a sucessão de CEOs podem se destacar. Ao transformar o planejamento de sucessão em um processo contínuo e estratégico, os conselhos estão se posicionando para garantir a criação de valor a longo prazo e confiança junto aos acionistas.
Não se trata apenas de corrigir falhas, mas de reinventar o futuro com visão e estratégia. E à medida que essas práticas se institucionalizam, as empresas estarão melhor preparadas para prosperar em um mundo em constante mudança.
Agora, convidamos você a refletir sobre as mudanças no cenário corporativo e a compartilhar sua visão sobre o papel dos CEOs e conselhos de administração. Como você vê o futuro das transições de liderança? Vamos conversar sobre isso!
