segunda-feira, julho 21, 2025

Do Sonho ao Renascimento: A Incrível Jornada da Azul Após a Tragédia


Pedro Janot: De Executivo de Sucesso a Mentor Inspirador

Pedro Janot sempre foi um nome respeitado no mundo corporativo brasileiro. Com passagens pela Zara Brasil e a fundação da Azul Linhas Aéreas, ele se destacou por sua visão inovadora e uma sólida cultura organizacional. Seu jeito de liderar, que combina estratégia e empatia, fez dele um exemplo inspirador para equipes e um verdadeiro ícone em negócios. Contudo, a vida de Janot deu uma virada inesperada em novembro de 2011, quando um acidente o desafiou de maneiras que ele nunca imaginou.

A Queda e a Nova Realidade

Durante um fim de semana no campo, buscando restaurar o equilíbrio entre sua carreira e família, Janot sofreu uma queda de cavalo. O impacto afetou sua medula espinhal, resultando em tetraplegia. Na época, com 55 anos, ele experimentou a dura realidade de ver seu corpo se restringir, enquanto sua mente permanecia ativa e ágil. Durante uma entrevista ao podcast Do Zero ao Topo, ele mencionou: “A cabeça é perfeita e o corpo imperfeito. Até hoje é assim”. Após 45 dias de internação no Hospital Sírio-Libanês, ele iniciou a que considera sua “quarto startup”: reaprender a viver.

Reconstruindo a Vida

Aos 68 anos, Janot recuperou parte dos movimentos dos braços e mãos, graças a um extenso e doloroso processo de fisioterapia. Agora, ele controla dispositivos com uma mão, realiza palestras e atua como mentor de empresas que faturam entre R$ 30 e R$ 300 milhões. Ele se mostra otimista sobre o futuro: “Foi difícil, mas valeu a pena. E o quinto startup já está sendo desenhado”.

Antes da Queda

Antes do acidente, Pedro Janot já havia construído uma carreira brilhante. Na Zara, ele foi peça-chave na expansão da marca no Brasil, sempre atento ao que havia de melhor em moda e operação. Na Azul, como o primeiro CEO, ele estabeleceu uma cultura focada no cliente, transformando a aviação nacional. “O slogan ‘paixão pela aviação’ não me representava. O que realmente importa são as pessoas”, revela. Sob sua liderança, a Azul tornou-se um exemplo mundial em operação de jatos da Embraer, tornando a marca sinônimo de conforto e inovação.

O Despertar para o Desequilíbrio

Apesar de seu sucesso, Janot começou a notar um desvio entre sua vida profissional e pessoal. Ele reconhece: “Trabalhei mais do que deveria. Poderia ter investido mais tempo com minha família.” Essa percepção motivou sua decisão de criar um sítio e aproveitar os fins de semana em contato com a natureza, mas, infelizmente, o destino lhe reservava uma amarga surpresa.

Desvendando o Novo Caminho

Após o acidente, Janot precisou reaprender a viver: “Tive que delegar o controle do meu corpo. Desde escovar os dentes até manusear um iPad, tudo exigiu paciência”. Cercado pelo apoio da família, ele transformou sua tragédia em um legado valioso. “Criei meninos para o mundo, e agora os conheço mais profundamente.”

Mentoria em vez de Consultoria

Em vez de seguir o caminho tradicional da consultoria, Janot escolheu se tornar mentor. Ele explica: “Consultoria cansa. Você diz o que o cliente precisa ouvir, mas nem sempre é aceito. A mentoria, por outro lado, envolve mais escuta e menos imposição.” Com uma bagagem rica nos setores de moda e aviação, ele passou a ser uma referência que integra gestão com as necessidades humanas dos colaboradores.

Dicas de um Mentor Resiliente

Hoje, a rotina de Janot é menos frenética, mas igualmente produtiva. Ele trabalha até as duas da tarde e aproveita o restante do dia de forma mais leve. Sua filha, Maria Cândida, é responsável pela estratégia digital e gestão de sua imagem, enquanto Jonathan, um assistente da geração Z, aprende sobre liderança diretamente com ele. “Estou ensinando truques que levariam anos para serem aprendidos. É o ciclo da vida e do trabalho funcionando”, diz Janot.

Contribuições Literárias

Em seu livro A Vida é Tudo que Você Faz com Ela, Janot compartilha lições aprendidas após sua transformação de vida. Um segundo livro está sendo planejado, focando na jornada de recuperação física e emocional. “Muita gente que passa por um acidente se entrega à inatividade. Eu escolhi viver. A vida é um bem valioso — e é para deixar um legado”, enfatiza.

A Arte da Escuta

De liderança de grandes empresas a conselheiro de líderes, Janot defende uma comunicação mais assertiva e empática. Sua mensagem é clara: “Meu conselho para novos gestores é: deixe o ego de lado e escute mais do que fala. Empresas que operam no grito, sob líderes autoritários, tendem ao colapso.”

No atual cenário de burnout e culturas tóxicas, sua visão se torna cada vez mais relevante. Janot acredita que abordar situações difíceis com empatia e consideração vale mais do que metas agressivas e ordens unilaterais. “Liderança se faz com escuta”, afirma ele, encorajando líderes a se aproximarem de suas equipes.

Um Legado que Continua a Crescer

Pedro Janot transformou sua dor em força. Com resiliência e uma visão positiva do futuro, ele demonstrou que a verdadeira liderança não é aquela que se impõe, mas sim a que inspira. Mesmo após um acidente tão impactante, ele continua planejando novos avanços. “Essa nova fase foi lenta e desafiadora, mas valeu cada dia. E não acabou. Há muito mais por vir”, finaliza.

A vida, como ele mesmo aprendeu, é um canvas que todos nós pintamos com nossas escolhas. Você está pronto para pintar o seu?

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