Na tarde desta sexta-feira (1), o mercado financeiro brasileiro viu o dólar comercial subir rapidamente, atingindo um aumento superior a 1% e superando os R$ 5,86. Esse movimento foi impulsionado por preocupações fiscais, novos dados da atividade econômica no Brasil e a proximidade das eleições presidenciais. Earlier, o dólar tinha apresentado uma leve queda após a divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
Como está a cotação do dólar hoje?
Às 15h48 (horário de Brasília), a cotação do dólar comercial era de R$ 5,862 na venda, refletindo um aumento de 1,40%. Além disso, na B3, o contrato de dólar futuro para dezembro (DOLc1) subia 1,24%, atingindo 5.881 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou com um aumento de 0,30%, estabelecendo um valor de R$ 5,7815. Esse valor representa o fechamento mais alto desde 9 de março de 2021, quando a moeda terminou o dia em R$ 5,7927.
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O Banco Central do Brasil anunciou que realizará leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento programado para 2 de dezembro de 2024.
Leia também: O dólar pode continuar valorizando com altas nas taxas de juros nos EUA?
Dólar Comercial: Valores de Compra e Venda
- Compra: R$ 5,833
- Venda: R$ 5,834
Dólar Turismo: Valores de Compra e Venda
- Compra: R$ 5,879
- Venda: R$ 6,059
Durante o dia, a moeda norte-americana apresentou volatilidade no Brasil, alternando entre perdas e ganhos, à medida que investidores analisavam os diversos fatores externos e internos que afetam o mercado local.
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Após uma abertura em alta, o dólar chegou a registrar uma queda temporária frente ao real, impactado pela divulgação de um relatório de emprego nos EUA que ficou abaixo das expectativas. O relatório indicou a criação de apenas 12.000 postos de trabalho em outubro, um número muito inferior aos 223.000 do mês anterior, com a análise sendo diretamente afetada por eventos como furacões e greves, especialmente a da Boeing. Economistas esperavam que o número de novos empregos fosse de 113.000.
A taxa de desemprego nos EUA permaneceu estável em 4,1%, mas o mercado reagiu com uma leitura de mercado de trabalho mais fraco, o que levou a mudanças nas expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve.
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Os operadores de mercado atribuíram uma probabilidade de cerca de 98% para um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros pelo Fed na próxima semana, um aumento em relação aos 89% registrados antes da divulgação dos dados.
Contudo, a valorização do real não se manteve por muito tempo. Analistas consultados pela Reuters destacam que as preocupações com a situação fiscal do Brasil e a iminente eleição presidencial dos EUA são fatores que continuam a pressionar a cotação do dólar no país.
“Diante do cenário americano, onde a eleição se aproxima e o futuro do plano de contenção de gastos no Brasil permanece incerto, não vejo motivos para o dólar cair significativamente,” afirma Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
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Em relação à questão fiscal, as preocupações manifestadas pelo mercado foram notadas na curva de juros do Brasil, com as opções de vencimento mais longo apresentando alta acentuada, mesmo após um recuo inicial, influenciado pela queda dos rendimentos dos Treasuries.
Investidores estão acompanhando de perto o anúncio de medidas prometidas pelo governo que visam garantir a solidez do cenário fiscal, que é fundamental para a confiança do mercado.
No que diz respeito à eleição presidencial nos Estados Unidos, as apostas do mercado se inclinam cada vez mais para uma possível vitória do ex-presidente Donald Trump. As suas promessas econômicas são vistas como potencialmente inflacionárias, o que contribuiria para a manutenção de taxas de juros elevadas em solo americano e, por consequência, uma valorização do dólar.
“Os mercados estão se preparando para um cenário de vitória republicana, tanto na Casa Branca quanto no Congresso, o que indiscutivelmente fortaleceria o dólar. Vale considerar que um possível atraso na contagem de votos poderia agravar a incerteza e aumentar a volatilidade nas moedas emergentes”, ressalta Moutinho.
Pouco depois de atingir a mínima da sessão, o dólar ultrapassou a marca de R$ 5,80, um nível que não era visto desde 5 de agosto. Isso ilustra a instabilidade e as tensões que dominam o cenário econômico atual.
(Com a Reuters)