A Louis Dreyfus Company (LDC), uma das principais empresas no setor de trading de commodities agrícolas, anunciou recentemente um investimento significativo na construção de um terminal de transbordo de açúcar em Pederneiras, São Paulo. Este empreendimento está previsto para ser concluído em meados de 2025 e promete aumentar a capacidade ferroviária da empresa em impressionantes 1 milhão de toneladas de açúcar por ano.
Impulso à Competitividade
De acordo com a LDC, a nova infraestrutura trará um salto em termos de competitividade, permitindo um aumento considerável nos volumes comercializados. Com isso, a empresa espera expandir sua presença no mercado regional do centro-sul do Brasil, uma área vital para a produção de açúcar. “Com este terminal, conseguiremos facilitar o escoamento da produção de açúcar até o Porto de Santos por meio de transporte ferroviário, reduzindo a dependência do modal rodoviário que atualmente é utilizado pela maioria das usinas da região”, explicou a LDC em uma nota à imprensa.
A transição para o transporte ferroviário não apenas promete reduzir os custos com frete, mas também otimizar a logística de escoamento das cargas, elevando a eficiência operacional e, consequentemente, contribuindo para um fluxo maior no mercado internacional.
O Crescimento do Mercado Brasileiro de Açúcar
- O Brasil é o maior produtor e exportador global de açúcar, respondendo por aproximadamente 70% das exportações mundiais desse produto.
- Até outubro deste ano, o Brasil alcançou embarques recordes, totalizando mais de 32 milhões de toneladas de açúcar.
- Com as usinas do setor sucroenergético investindo em novas capacidades de cristalização, o país se posiciona cada vez mais forte no cenário internacional.
Na visão de Guilherme Correia, diretor da Plataforma de Açúcar da LDC na Região North Latam, isso demonstra a necessidade do Brasil em conquistar uma fatia ainda maior do mercado internacional. “Investir em logística é essencial para facilitar esse escoamento”, afirmou. O terminal em Pederneiras irá operar em sinergia com o Terminal Exportador de Açúcar do Guarujá (TEAG), onde a LDC atua por meio de uma joint venture, permitindo que a empresa otimize ainda mais sua cadeia logística.
Estratégia Logística: Sinergia entre Terminais
Atualmente, a LDC já possui um terminal de grãos na região, onde recebe soja e milho através da hidrovia Tietê-Paraná. O novo terminal de açúcar, que estará localizado nas proximidades, promete criar um sistema logístico integrado, onde o porto intermodal (para grãos) e o terminal de açúcar vão trabalhar em conjunto. Essa sinergia permitirá que a LDC aumente o volume de cargas em composições ferroviárias para o Porto de Santos, o que beneficia tanto a operação da empresa quanto as usinas fornecedoras.
Uma composição ferroviária pode ter até 80 vagões, e atualmente, o fluxo de grãos não é suficiente para preencher completamente os trens em operações diárias. Contudo, com a introdução do novo terminal de transbordo, a empresa espera que a capacidade de carga aumente, permitindo melhores aproveitamentos na logística ferroviária.
Benefícios da Nova Estrutura de Transbordo
O novo terminal será equipado com um armazém que terá capacidade para armazenar 90 mil toneladas de açúcar e um fluxo de recebimento e expedição de 500 toneladas por hora. João Paiva, diretor global de Portos e Hidrovias da Dreyfus, destacou que “a nova opção de frete, mais competitiva em relação ao modal rodoviário, garante às usinas uma alternativa logística robusta e eficiente”.
Esse investimento, segundo Paiva, também responde a um aumento do interesse por parte das usinas em explorar logística ferroviária, uma vez que esse modal oferece maior confiabilidade e eficiência. Com o know-how adquirido pela LDC em suas operações, a integração do terminal de grãos e do terminal de açúcar promete ser um passo decisivo para a companhia.
Uma Nova Era para o Transporte de Açúcar
Com a construção do terminal em Pederneiras, a LDC se prepara para fazer frente ao aumento da demanda por açúcar no mercado global, atuando com uma logística mais eficiente e sustentável. Esse movimento se alinha com a tendência de expansão do setor sucroenergético no Brasil, que busca ganhar cada vez mais destaque no cenário internacional.
Além dos aspectos logísticos, a busca por alternativas de transporte que diminuem o impacto ambiental associado ao frete rodoviário também é um ponto positivo a ser considerado. O transporte ferroviário, além de ser uma opção mais econômica, tende a ser mais sustentável, com menor emissão de poluentes.
A LDC, portanto, não apenas amplia sua estrutura logística, mas também se posiciona como uma protagonista no compromisso com práticas sustentáveis de transporte. A criação do terminal de açúcar pode ser vista como parte de uma estratégia mais ampla que visa maximizar eficiência e reduzir custos operacionais, fatores essenciais para a competitividade da empresa no mercado global.
Por fim, a LDC convida os stakeholders do setor sucroenergético a acompanharem essa evolução com otimismo, pois cada avanço em infraestrutura e logística é um sinal claro das potencialidades do Brasil no mercado internacional de açúcar. Esta nova fase é uma oportunidade para que as usinas possam ampliar seu alcance e melhorar sua competitividade, fortalecendo a posição do país como uma potência na produção e exportação de açúcar.
Reflexões Finais
À medida que o Brasil se prepara para um futuro mais dinâmico e competitivo no comércio global de açúcar, iniciativas como a da LDC em Pederneiras são fundamentais. Para os leitores, fica a pergunta: como essas mudanças podem impactar o mercado de açúcar na sua região? O que você acha sobre a crescente dependência do transporte ferroviário? Deixe suas opiniões e compartilhe este artigo com outros interessados no tema!