Brasilinvest e Eike Batista: O Futuro da “Supercana” em Perspectiva
A renomada revista Forbes, reconhecida mundialmente por sua abordagem em negócios e economia, recentemente destacou um investimento significativo que promete impactar o setor sucroalcooleiro brasileiro. O empresário Mário Garnero, à frente do grupo de investimentos Brasilinvest, anunciou um aporte de US$ 500 milhões (equivalente a aproximadamente R$ 2,8 bilhões) em um inovador projeto de “supercana” idealizado por Eike Batista. Esse anúncio foi feito durante um evento no Rio de Janeiro e já está gerando expectativas sobre o futuro da produção de etanol no Brasil.
O que é a “Supercana”?
Mas afinal, o que seria essa tal “supercana”?
O projeto visa a criação de uma variedade de cana-de-açúcar por meio de tecnologia de cruzamento genético, que promete revolucionar a produção agrícola. De acordo com os envolvidos no projeto, a “supercana” pode aumentar a produtividade de etanol em até três vezes por hectare e gerar até doze vezes mais bagaço no mesmo espaço. Isso poderia não só otimizar a produção, mas também atender a uma crescente demanda por biocombustíveis no mercado global.
Detalhes do projeto BRXe
A Brasilinvest, junto com recursos do Abu Dhabi Investment Group (ADIG) e da General Finance, dos EUA, está se unindo à empresa BRXe para desenvolver um projeto que abrange 70 mil hectares de cultivo. Além do plantio, estão planejadas a construção de três unidades de moagem, cada uma com capacidade para processar 4 milhões de toneladas de cana.
Com isso, a expectativa é de que, até 2031, a produção anual chegue a impressionantes 1,08 bilhão de litros de etanol e 537,6 milhões de litros de combustível sustentável de aviação (SAF). Uma revolução em um setor que, nos últimos anos, tem buscado cada vez mais alternativas sustentáveis e menos poluentes.
Eike Batista: O Espírito Empreendedor
O evento onde foi anunciado o investimento ocorreu em um espaço emblemático, o restaurante Mr. Lam, de propriedade de Eike Batista, localizado no charmoso bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro. Durante a apresentação, que foi bastante elaborada com mais de 80 páginas, Eike deixou claro que mesmo não sendo inicialmente sócio do empreendimento, devido a complicações judiciais, estará envolvido no projeto futuramente, dependendo do desempenho dos investimentos.
Eike explicou de forma convincente e visual como a “supercana” pode não apenas aumentar a produção, mas também adequar-se às diversas condições climáticas do Brasil. Ele mencionou: “Imaginem produzir até três vezes mais etanol por hectare e até doze vezes mais bagaço, dependendo do terroir”. Essa abordagem revela a visão inovadora atrás do projeto e a confiança de Eike nas possibilidades agrícolas do Brasil.
A Gestão e Os Objetivos
Atualmente, a BRXe é comandada por Luis Rubio e Sizuo Matsuoka, que dedicam-se ao desenvolvimento de novas variedades de cana há mais de uma década. Com a entrada de Garnero, que detém 40% da nova estrutura após a transação, a empresa vê a chance de inovar nos métodos de cultivo e na gestão dos recursos.
A proposta inicial do projeto, que foca na produção de etanol em vez de açúcar, pode parecer uma mudança de foco, mas Rubio assegura que projetos baseados em cana com maior teor de biomassa são o futuro. Com o crescimento da demanda por SAF—um tipo de combustível mais limpo e sustentável—esse investimento pode se tornar não apenas lucrativo, mas também ecologicamente correto.
"Estamos desenvolvendo o que chamamos de ‘supercana’, que embora tenha um pouco menos de açúcar, produz muito mais biomassa por hectare. E é isso que importa", destaca Rubio, reafirmando o viés inovador do projeto.
Sustentabilidade e Futuro da Produção de Etanol
Uma questão vital que permeia o discurso de Eike e de sua equipe é o compromisso com a sustentabilidade. Com as crescentes pressões para a descarbonização do setor aéreo e outras indústrias, a produção de biocombustíveis a partir da biomassa se torna uma área de grande interesse estratégico.
Além disso, a BRXe planeja não apenas cultivar a “supercana”, mas também aproveitar a biomassa resultante para a criação de fábricas de embalagens no Brasil e fora dele,algo que almeja gerar empregos e fomentar a economia local. As instalações industriais devem ser situadas no norte do estado do Rio de Janeiro, nas proximidades do Porto do Açu, permitindo melhor logística e distribuição.
O Impacto Local e as Perspectivas de Crescimento
Atualmente, a BRXe conta com 53 funcionários e já possui 200 hectares dedicados ao cultivo de cana nas cidades de Paraguaçu Paulista e Araras, em São Paulo. É esperado que as primeiras mudas da “supercana” começem a chegar ao Rio de Janeiro ainda este ano, uma etapa crucial na expansão do projeto.
Além disso, há planos para um novo módulo de 70 mil hectares, que poderá ser financiado por meio da venda de um token na rede blockchain da Solana, um passo audacioso que une agricultura e tecnologia. A modernização e eficiência são palavras de ordem nesse novo setor que se desenha.
Conclusão Refletiva: O Caminho à Frente
O que se pode concluir sobre esse anúncio é que o Brasil, com sua diversidade e potencial agrícola, está posicionado para ser um dos líderes na produção de biocombustíveis e, consequentemente, na luta contra a mudança climática. A combinação do investimento da Brasilinvest com a visão audaciosa de Eike Batista transforma o projeto da “supercana” em uma oportunidade não apenas comercial, mas também ambiental.
A proposta de unir inovação, sustentabilidade e eficiência pode não apenas atender à crescente demanda do mercado por biocombustíveis mas também posicionar o Brasil na vanguarda de soluções para a crise climática global.
E você, o que pensa sobre essa nova fase para a produção de bioenergia no Brasil? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias!




