Eletrobras Anuncia Distribuição Recorde de Dividendos e Novo Acordo com a União
Os acionistas da Eletrobras (ELET3) tomaram uma decisão significativa em sua última assembleia, aprovando a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos adicionais. Essa proposta já havia sido apresentada anteriormente e, agora, a cifra total de dividendos pagos aos acionistas referente ao exercício de 2024 sobe para R$ 4 bilhões. Isso representa 41% do lucro líquido ajustado da companhia, um marco notável na história da empresa.
Um Marco na Distribuição de Dividendos
Essa distribuição de dividendos é a maior registrada pela Eletrobras, com valores específicos que variam entre os tipos de ações:
- Ação Preferencial Classe B (ELET6): R$ 0,111041503 por ação
- Ação Ordinária (ELET3) e “golden share”: R$ 0,895300835 por ação
Os pagamentos estão programados para serem realizados em 13 de maio, proporcionando um retorno atraente para os investidores.
A Nova Parceria com a União
Além da questão dos dividendos, os acionistas também aprovaram um acordo de conciliação com a União, o que encerra uma disputa que se arrastava sobre a participação do governo no Conselho de Administração da Eletrobras. O acordo foi mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e garante que a União terá o direito de indicar três dos dez membros do conselho e um membro para o seu conselho fiscal.
Esse acordo traz vantagens para ambos os lados: em contrapartida pela maior participação, a Eletrobras não será mais obrigada a investir na usina nuclear de Angra 3. Essa mudança promete criar um ambiente mais colaborativo entre a empresa e o governo.
Detalhes do Conselho de Administração
Atualmente, a União detém mais de 40% das ações da Eletrobras, porém seu poder de voto é limitado a apenas 10%, o que gerou tensão e levou o governo a entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Com a homologação deste novo acordo, essa ação será extinta.
Os novos membros do conselho indicados pela União estão ligados a importantes posições:
- Maurício Tolmasquim: atual diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras
- Silas Rondeau: ex-ministro de Minas e Energia, atualmente presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar)
- Nelson Hubner: membro do conselho da ENBPar
Entretanto, é relevante mencionar que esses indivíduos terão que deixar suas posições em empresas concorrentes, devido a possíveis conflitos de interesse.
Mudanças Estrutural e Governamentais
Incorporação da Eletropar
Outro ponto que merece destaque é a aprovação da incorporação da Eletropar pela Eletrobras. A Eletrobras já detém 83,71% da Eletropar, que é responsável pela gestão das participações do grupo em várias outras empresas. Essa movimentação não só integra ainda mais as operações, mas também visa aumentar a eficiência administrativa.
Alterações no Conselho
Os acionistas também aprovaram mudanças no critério de desempate nas deliberações do conselho de administração. O critério inicial será a votação do grupo que tiver o maior número de membros independentes, enquanto o voto de minerva do presidente do conselho servirá como segundo critério.
Essa alteração visa proteger as premissas da desestatização da Eletrobras e adaptar o modelo corporativo, que não deve se basear em um único bloco controlador. Além disso, a empresa decidiu reduzir o número mínimo de membros independentes do conselho de seis para cinco, alinhando sua governança com melhores práticas do mercado.
O Caminho à Frente
Com essas movimentações estratégicas, a Eletrobras não só fortalece sua posição financeira, mas também ajusta sua governança para atrair investidores e assegurar uma gestão alinhada com os novos objetivos do governo.
Essas ações refletem uma abordagem proativa para enfrentar os desafios da indústria energética no Brasil, enquanto promovem um diálogo mais aberto com o governo.
Reflexões Finais
As últimas decisões da Eletrobras representam não apenas um triunfo em termos de dividendos, mas também uma nova fase de cooperação com a União. Este é um indicativo de que a empresa está se reorientando, visando não só o retorno financeiro, mas também a sustentabilidade de suas operações e a construção de um futuro mais colaborativo no setor energético.
O que você acha dessas mudanças na Eletrobras? Como esses novos acordos podem afetar o futuro da empresa e seus investidores? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários!