Embraer: Números do Primeiro Trimestre de 2025 e Expectativas Futuras
Recentemente, a Embraer anunciou os resultados do primeiro trimestre de 2025, fechando com uma impressionante carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões. Apesar dos números expressivos, analistas financeiros apresentaram uma diversidade de opiniões sobre os resultados, variando de otimismo moderado a uma avaliação mais cautelosa.
Entregas do Trimestre: Um Olhar de Perto
Entre janeiro e março, a Embraer realizou a entrega de 30 aeronaves, das quais sete eram comerciais e 23 jatos executivos. Essa cifra representa um crescimento de 20% comparado ao mesmo período do ano anterior. Contudo, houve um ligeiro desapontamento em relação às expectativas do mercado, já que duas aeronaves comerciais não puderam ser entregues devido a pendências comerciais.
- Total de entregas: 30 aeronaves
- Entregas comerciais: 7 aeronaves
- Entregas de jatos executivos: 23 aeronaves
- Crescimento em relação a 2024: 20%
A carteira da Embraer continua a ser a maior da sua história, leve aumento em relação ao recorde anterior, que foi alcançado no quarto trimestre do ano passado. A comparação anual também mostra um crescimento significativo de 25%.
Desempenho por Segmento: Desafios e Oportunidades
O segmento de aviação comercial, que representa a principal fonte de receita da Embraer, encerrou março com US$ 10 bilhões em pedidos. Apesar desse montante ser robusto, houve um retrocesso de 10% em relação ao ano passado e uma queda de 2% em comparação com o trimestre anterior. Esse desempenho foi ligeiramente inferior à média histórica dos primeiros trimestres, que é de 12%, sendo atribuído a certas restrições na cadeia de suprimentos.
Expectativas Neletricas para o Futuro
Entretanto, há indícios de que a situação pode melhorar nos próximos meses. Um exemplo disso é o potencial fechamento de um pedido firme da Ana Holdings por 15 jatos E190-E2, que pode adicionar US$ 1,1 bilhão à carteira da Embraer, se concretizado no segundo semestre deste ano.
Na aviação executiva, os números foram mais positivos, com 23 entregas e uma carteira de pedidos de US$ 7,6 bilhões, o que representa um crescimento impressionante de 66% em um ano. O segmento de defesa também mostrou resultado robusto, encerrando o trimestre com US$ 4,2 bilhões em pedidos, um aumento de 73% em comparação anual. A divisão de serviços e suporte não ficou atrás, alcançando US$ 4,6 bilhões, com um crescimento de 49%.
Reação do Mercado: O Que os Analistas Estão Dizendo
Analisando esses dados, a XP Investimentos caracterizou os números como neutros, destacando a lentidão das entregas dentro de um trimestre que costuma ser sazonalmente fraco. O mercado ainda se mantém esperançoso em relação a novos contratos que possam sustentar os níveis atuais do book-to-bill, indicador de pedidos recebidos em relação às entregas. Com a ação da Embraer sendo negociada a cerca de 21 vezes o lucro previsto para este ano, a corretora mantém uma recomendação neutra sem divulgação de preço-alvo.
Por outro lado, o JPMorgan vê um horizonte positivo e projetou uma leve reação otimista no mercado. Eles enfatizam que a carteira atual possui volume correspondente a mais de quatro anos de receita. Com a adição dos pedidos potenciais não contabilizados, a estimativa da carteira da Embraer pode chegar a US$ 28,5 bilhões.
Previsões de Preços: O Que Esperar
O relatório do Bradesco BBI também traz uma visão otimista, reafirmando a recomendação de superação com um preço-alvo de R$ 90 para as ações da EMBR3 até o final do ano. Eles apontam que, se as duas aeronaves comerciais não entregues tivessem sido contabilizadas, o volume de pedidos teria se alinhado melhor às expectativas do mercado.
O Santander classificou os dados como positivos, principalmente pela manutenção do recorde na carteira, mas não prevê grandes reações nas ações, considerando que o otimismo já pode estar precificado. A recomendação permanece em desempenho acima da média, com um preço-alvo de US$ 59 para as ações da Embraer negociadas nos Estados Unidos.
Por último, o BTG Pactual reafirmou sua recomendação de compra e definiu um preço-alvo de R$ 94. O banco acredita que, mesmo que não haja grandes variações no curto prazo, a manutenção da carteira de pedidos no maior nível histórico abre espaço para expansões futuras por meio da conversão de intenções de compra em contratos firmados.
Concorrência e Valorização no Mercado
A competição com gigantes da aviação como Boeing e Airbus continua a ser um tópico relevante nas discussões sobre a Embraer. A análise mostra que a empresa é negociada a 8,6 vezes seu valor sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ev/Ebitda) estimado para este ano, o que ainda está abaixo da Airbus (9,2x) e distante da Boeing (40,5x). Essa diferença pode indicar um potencial espaço para valorização das ações, conforme destacam as casas de análise que recomendam compra.
A Embraer revelou que os resultados financeiros completos do primeiro trimestre (1T25) serão divulgados no dia 6 de maio, antes da abertura dos mercados. Esse anúncio está gerando expectativa entre investidores e analistas, que aguardam por mais detalhes sobre a performance da aeronáutica.
Reflexões Finais
As análises do primeiro trimestre de 2025 da Embraer trazem à tona uma série de perspectivas que misturam desafios e oportunidades. Embora o desempenho em alguns segmentos tenha enfrentado obstáculos, a robustez da carteira de pedidos e a possibilidade de novos contratos destacam um caminho otimista. Comumente, cada decisão de compra ou venda de ações é influenciada pelo que os analistas enxergam. Portanto, as próximas semanas podem ser determinantes para que investidores e a própria Embraer tracem rumos em um setor tão dinâmico.
E você, o que acha das perspectivas para a Embraer no cenário atual? Acredita que a companhia conseguirá superar os desafios identificados? Comente abaixo e compartilhe suas opiniões!