Com a bagagem de ter criado uma empresa bilionária a partir de uma sala, onde trabalhou sozinho, Guilherme Benchimol trouxe, no último sábado (26), valiosas lições para empreendedores. Entre os principais insight do executivo, destacam-se a importância de uma visão de negócio que avance um passo de cada vez, a habilidade de corrigir erros rapidamente e a capacidade de gerenciar bem pessoas. Além disso, ressaltou a necessidade de se adaptar e se reinventar ao longo do tempo.
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“As melhores histórias de empreendedorismo não surgem de um planejamento rígido. No meu caso, não havia um plano definido. Comecei a empreender após ser demitido e decidi que não queria mais ter um chefe”, compartilhou Benchimol em um painel na pop-up do InfoMoney durante a Expert XP 2025. “Empreender é um grande zig-zag. Nunca pensei que chegaríamos onde estamos hoje.” Hoje, Benchimol ocupa a posição de presidente do Conselho de Administração da XP, empresa que fundou há 25 anos.
Dê um passo de cada vez
Para Benchimol, um empreendedor deve focar em realizar as ações necessárias, avançando de maneira gradual. “Para empreender, não é preciso visualizar o ponto final, mas sim dar atenção ao próximo passo. É fundamental perguntar-se: ‘Onde é melhor investir, considerando retorno e risco?’”, afirmou.
- Foque no essencial: Não adianta realizar atividades interessantes, mas irrelevantes. Um exemplo disso é tentar a internacionalização antes mesmo de solidificar presença no mercado local.
Deixe de lado as tarefas operacionais
Para não estagnar após um exitoso primeiro crescimento, Benchimol indicou que é vital aceitar mudanças de função e delegar tarefas a profissionais competentes à medida que o negócio expande.
“É necessário abandonar aquilo que você faz bem e focar no que realmente precisa ser feito. Quando comecei, eu era o único e o melhor assessor de investimentos. Tive que deixar isso de lado e aprender a gerenciar pessoas. Parece contraintuitivo, mas se eu tivesse continuado a ser assessor, provavelmente não estaríamos aqui hoje”, revelou Benchimol.
A arte de gerenciar pessoas
Benchimol enfatizou que por 10 anos centralizou tarefas operacionais, o que o levou a um estado de estresse profundo. “Minha vida se tornou insuportável”, confessou. É essencial liberar-se de funções operacionais e concentrar-se em questões mais críticas, a questão de pessoas. É necessário encontrar profissionais que possam executar os planos que você traçou.
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Um dos maiores erros que ele percebeu entre empreendedores é a estrutura do organograma. Muitas vezes, amigos e familiares são contratados, mas embora possam estar engajados, é possível que não possuam a competência necessária. “Demorei uma década para aprender a demitir alguém porque achava que a empresa deveria ser como uma família”, relatou.
Para sistematizar esse processo, Benchimol implementou uma rotina de avaliação baseada em metas claras, tanto quantitativas quanto comportamentais. “A decisão de demitir não é minha; é uma questão de meritocracia. Em uma empresa, é preciso deixar que a seleção natural ocorra. Não confunda comprometimento com competência”, aconselhou.
A importância de organizar o caixa
No painel, Benchimol foi acompanhado por Vivian Sesto, diretora de ações comerciais da XP Empresas, e Fábio Vitola, CEO e co-fundador da Galapos. Ambos destacaram a relevância da organização financeira para os empreendedores.
“No Brasil, é muito comum que empresas familiares misturem o caixa da empresa com finanças pessoais. É preciso que o caixa funcione a favor do negócio, mantendo uma margem saudável. Investir em profissionalização e boas práticas é fundamental”, afirmou Vivian.
- Controle de custos: Benchimol recomenda manter uma estrutura enxuta, capaz de gerar resultados. “Se você está fazendo as coisas certas, os investidores vão aparecer. Sempre mantive o foco em como encantar mais clientes e aumentar a margem. O resto se desdobra naturalmente.”
Essas lições de Guilherme Benchimol oferecem um olhar atento sobre a trajetória do empreendedorismo, destacando que o caminho nem sempre é previsível, mas que com paciência e dedicação, é possível alcançar grandes realizações.
Ao refletirmos sobre os pontos discutidos, podemos concluir que o sucesso não é a soma de um plano perfeito, mas o resultado de adaptações, correções contínuas e, principalmente, de uma boa gestão de pessoas e recursos. Digamos que a jornada empreendedora é como escalar uma montanha: cada passo requer atenção, esforço e a consciência de que a vista mais bonita é alcançada por aqueles que têm perseverança.
E você, quais lições retirou desse ensinamento? Compartilhe suas opiniões e experiências! Juntos podemos aprender e crescer ainda mais.




