O Impacto do “Estado Grande” na Vida e Sucesso Pessoal

Muitos americanos têm visões polarizadas sobre o que se chamou de “Estado grande”. Para alguns, esse conceito é sinônimo de ineficiência, desperdício e autoritarismo. Os críticos argumentam que os altos gastos públicos e a burocracia excessiva são barreiras ao crescimento econômico e ao sucesso individual. No entanto, Scott Galloway, um renomado empreendedor e professor de Marketing da Universidade de Nova York (NYU), apresenta uma perspectiva oposta: muitos dos mais bem-sucedidos no mundo devem sua trajetória ao “Estado grande”, inclusive ele mesmo.

A História Pessoal de Scott Galloway

Durante uma entrevista com Shane Smith, da Vice, Galloway compartilhou um momento crucial de sua juventude que mudaria seu destino. Ao se inscrever na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), ele enfrentou a rejeição. Com uma média de 3,1 e uma pontuação de 1.130 no SAT — um exame padrão para admissão em universidades nos EUA — ele foi um dos 26% não admitidos em um ano em que a taxa de aceitação era de 74%.

“Fiquei arrasado. Sempre acreditei que era inteligente e queria mais para minha vida”, relatou Galloway.

Esse momento de desânimo o levou a buscar ajuda. Com o apoio de sua mãe, ele recorreu da decisão e conseguiu uma reunião com um funcionário do setor de admissões. O que aconteceu a seguir transformou completamente seu futuro.

“Isso me inspirou a uma ascensão extraordinária. Sou um produto do grande Estado. Enquanto muitos criticam o governo, foram os contribuintes da Califórnia e os coordenadores da Universidade da Califórnia que me deram uma segunda chance”, explicou.

A Influência da UCLA na Trajetória Profissional

Frequentar a UCLA mudou a vida de Galloway de maneiras que ele nunca poderia ter imaginado. Ele não só conseguiu um estágio no Morgan Stanley, como também se formou com um MBA pela Universidade da Califórnia em Berkeley. Em 2017, ele fundou a empresa L2, que foi vendida à Gartner por impressionantes US$ 155 milhões.

“Por isso, há três anos, eu fiz uma doação de US$ 12 milhões de volta para a UCLA”, compartilhou Galloway. “Investir em pessoas comuns traz retorno.”

A Evolução do Ensino Superior nos EUA

No entanto, Galloway observa que as realidades do ensino superior americano mudaram drasticamente desde sua juventude. Hoje, a Universidade Vanderbilt, por exemplo, terá uma taxa de aceitação inferior a 4%, menor do que a de Harvard, mesmo com um número reduzido de candidatos.

“Quando eu cresci, a América valorizava a juventude comum. O sistema da Universidade da Califórnia era praticamente gratuito para estudantes qualificados, financiado pelos contribuintes estaduais e criado para democratizar oportunidades”, destacou Galloway.

Atualmente, contudo, as universidades estão se comportando como “fundos de hedge que oferecem aulas”, onde, mesmo com vastos recursos, elas restringem admissões, criando uma escassez artificial que eleva os custos.

Os Desafios Enfrentados pelos Jovens Hoje

Os jovens adultos de hoje enfrentam desafios econômicos nunca vistos antes:

• Mercado imobiliário em alta: Os preços das casas dispararam, tornando a compra de um imóvel quase impossível para muitos.
• Dívida estudantil: A carga da dívida educacional persegue a juventude, afetando suas vidas financeiras mesmo após falências pessoais.
• Dependência da casa dos pais: Atualmente, um em cada cinco homens de 30 anos ainda vive com os pais.

“Infelizmente, o melhor indicador do sucesso nos Estados Unidos agora é quanto dinheiro você tem”, lamentou Galloway. “E isso não está certo.”

A Importância dos Recursos Públicos

Galloway acredita firmemente que os recursos públicos são essenciais para criar oportunidades, impulsionar inovações e promover o crescimento econômico e a mobilidade social. No entanto, ele critica o sistema atual, que, segundo ele, está otimizado para a exclusividade, aumentando a concentração de riqueza e alimentando ressentimento.

Para ele, a questão que os EUA realmente enfrentam não é se podem ou não investir em pessoas comuns, mas sim se podem se dar ao luxo de não fazê-lo.

Reflexões Finais

A trajetória de Scott Galloway, marcada por desafios, rejeições e conquistas, é um exemplo claro de como o “Estado grande” pode influenciar positivamente vidas individuais. A sua história nos faz refletir sobre o papel que o governo e as instituições públicas desempenham na promoção de oportunidades para todos.

Ao considerarmos o futuro, é fundamental questionar: estamos dispostos a trabalhar para garantir que as oportunidades sejam acessíveis a todos, independentemente de sua origem?

O que você pensa sobre o impacto do “Estado grande” na sua vida e na sociedade? Compartilhe sua opinião e vamos juntos explorar esse assunto importante!