A COP30 e os Desafios Climáticos: O Que Esperar da Cúpula em Belém

REUTERS/Adriano Machado
Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa em sessão plenária da COP30 em Belém
A Preparação para a COP30
A cúpula climática das Nações Unidas, a COP30, está prestes a começar em Belém, Brasil, e as expectativas são altas. Com um cenário inquietante, muitos governos começam a se preparar para um evento que pode ser impactado pela postura do governo dos Estados Unidos. A administracão de Donald Trump já manifestou sua disposição de interferir nas negociações, mesmo sem enviar representantes de alto nível.
Durante a Assembleia-Geral da ONU em setembro, Trump descreveu a mudança climática como o “maior golpe do mundo”, alimentando as preocupações entre os líderes globais sobre o que pode acontecer na conferência, programada para acontecer entre 10 e 21 de novembro.
Cenários à Vista
Embora os EUA não tenham designado oficiais para participar, ainda existe a possibilidade de que negociadores sejam enviados durante a cúpula. Em meio a essas incertezas, a União Europeia (UE) se prepara para diversos cenários:
- Ausência Total dos EUA: A maioria dos países se manteria unida na luta contra as mudanças climáticas, sem a influência americana.
- Participação Ativa dos EUA: Em um cenário negativo, os EUA poderiam tentar bloquear acordos climáticos cruciais ou realizar eventos paralelos que deslegitimem as discussões.
- Interferências Diretas: O governo Trump poderia adotar uma abordagem mais agressiva, desencorajando a colaboração internacional.
Esse evento será um importante teste para outros líderes globais, que precisam considerar não apenas suas próprias políticas, mas também a provável resistência norte-americana.
As Consequências de Ações Passadas
As experiências recentes estão deixando alguns governos cada vez mais nervosos. A intervenção dos EUA na Organização Marítima Internacional (OMI), que sabotou um acordo que poderia ter estabelecido uma tarifa de carbono inovadora para o transporte marítimo, é um exemplo notável disso. O resultado? Países que antes apoiavam a iniciativa recuaram sob a pressão de ameaças econômicas e tarifárias vindas de Washington, e a proposta foi adiada.
Vozes de Preocupação
O ministro do Clima da Noruega, Andreas Bjelland Eriksen, expressou sua preocupação com o caminho que as negociações podem tomar, especialmente diante de ameaças a países e negociadores:
“O fato de um país começar a ameaçar com diferentes tipos de medidas é alarmante. Isso pode ser um risco significativo para a cúpula.”
E mesmo que a administração Biden tente afastar o foco, as cicatrizes deixadas na política climática global ainda são visíveis.
Uma Frente Unida contra a Ameaça
As autoridades europeias estão em busca de um consenso que permita uma resposta coesa às tentativas de bloqueio pelos EUA. Porém, a temor de que as retaliações econômicas possam intimidar alguns países é real.
Medidas de Proteção
Alguns pontos a serem considerados para fortalecer a coalizão global:
- Fortalecimento do Multilateralismo: Os países precisam unir forças para garantir que cada voz, mesmo a dos EUA, seja ouvida.
- Estratégias de Mobilização: É fundamental desenvolver táticas que ajudem os países a resistirem a pressões externas, evitando que medidas unilaterais se sobreponham ao consenso global.
- Solidariedade Internacional: Os governos devem apoiar uns aos outros, criando um ambiente de solidariedade, especialmente para aqueles que podem sentir o peso de ameaças.
O senador Sheldon Whitehouse, líder democrata no comitê de Meio Ambiente dos EUA, enfatizou que:
“Se deixarem que o governo intimide, cada concessão será utilizada para exigir mais. A coragem é essencial.”
Uma Nova Dinâmica: A Ascensão da China
Com a ausência de uma liderança forte dos EUA, a China começa a ocupar um espaço significativo na arena climática global. Reconhecida como a maior emissora de CO2 do mundo, a China está investindo em tecnologias de baixo carbono e se posicionando como um aliado das mudanças climáticas.
O ministro das Relações Exteriores da China afirmou:
“Ninguém pode se dar ao luxo de ser deixado para trás no combate às mudanças climáticas. A comunidade internacional deve manter o curso.”
Esse movimento pode abrir portas para novos acordos e colaborações em tecnologia verde, que são inevitáveis para uma transição sustentável.
Reflexões Finais
A COP30 em Belém promete ser um evento marcante na luta contra as mudanças climáticas, com um cenário repleto de desafios e oportunidades. À medida que os líderes globais se reúnem, a esperança é que eles consigam negociar de forma eficaz, independentemente das pressões externas.
Como cidadãos do mundo, precisamos acompanhar e apoiar essas iniciativas. O futuro do nosso planeta depende de cada decisão tomada nessas conferências. Vamos nos unir e pressionar por um comprometimento real e sustentável na luta contra o aquecimento global. O que você acha que podemos fazer para contribuir com essa causa? Compartilhe suas opiniões e engaje-se na discussão.




