Ex-Major do Exército Refuta Acusações de Articulação Golpista
Na manhã desta quinta-feira (24), o ex-major do Exército, Ailton Moraes Barros, fez declarações importantes sobre as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele negou veementemente que tenha colaborado com o general Walter Braga Netto — que foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro e encontra-se preso desde dezembro — em um suposto plano para pressionar o comandante do Exército, general Freire Gomes, a se juntar a um movimento golpista após a derrota nas eleições de 2022.
O Depoimento e as Mensagens Interceptadas
Durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Ailton characterizou as mensagens que recebeu do general Braga Netto como “lamúria de quem perdeu”, desmerecendo a gravidade da situação. Ele se defendeu dizendo que não atacou militares que não participaram do suposto complô.
Acusações da PGR
Segundo a denúncia da PGR, Braga Netto tinha um plano de ação que incluía atacar o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica. Baptista Júnior se recusou a dar suporte ao plano golpista, enquanto o almirante de esquadra Almir Garnier Santos, comandante da Marinha à época, teria supostamente apoiado o esquema.
Em mensagens interceptadas, Braga Netto instruiu Ailton a pressionar Baptista Júnior, sugerindo um foco intenso na figura do comandante da Aeronáutica:
- “Senta o pau no Baptista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado nas mordomias. Negociando favores. Traidor da pátria.”
- “Oferece a cabeça dele aos leões.”
Essas afirmações revelam um tom preocupante de incitação à violência, que foi discutido em detalhes na audiência presidida pela juíza Luciana Sorrentino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
A Perspectiva de Ailton
Ailton Barros alegou que suas mensagens a Braga Netto não refletiam um plano articulado, mas sim um desabafo. Segundo ele, a intenção era enviar as mensagens ao tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atualmente réu delator em ações relacionadas ao golpe — e ele cometeu um erro ao enviá-las ao general.
Ele também se defendeu mencionando a falta de um vínculo significativo entre ele e Braga Netto, insinuando que as conversas eram apenas uma tentativa de estabelecer uma conexão política, especialmente considerando que Braga Netto foi candidato a vice-presidente em 2022.
Fatos Revelados pela PGR
Além das interações com Baptista Júnior, a denúncia da PGR também destaca:
A pressão sobre o general Freire Gomes: Ailton teria prometido que iria intensificar as pressões sobre o comandante do Exército, além de ameaçar com comentários duros sobre sua posição.
Alvos adicionais: Ailton e Braga Netto não se limitaram a criticar apenas os comandantes da Aeronáutica e do Exército, mas também miraram em outros oficiais, como o general Tomás Paiva. Este último negou a existência de um plano golpista e agiu para conter a mobilização de outros militares favoráveis à ideia.
Defesa de Almir Garnier Santos
A defesa do almirante Almir Garnier Santos argumenta que a PGR não conseguiu apresentar evidências concretas que comprovassem sua conexão com a disseminação de notícias falsas. A defensora pública Érica de Oliveira Hartmann destacou que:
- “A PGR não apresentou como ele teria contribuído para a disseminação de notícias falsas.”
Essa falta de evidências, segundo ela, reforça a posição de que Garnier não teve qualquer participação nas ações acusadas.
Reflexões Sobre o Caso
Este complicado enredo de acusações e desmentidos destaca não só a fragilidade das interações entre militares em tempos de crise, mas também o quanto as tensões políticas podem evoluir para situações inquietantes. A ilustração desses diálogos sobrepressão revela as linhas tênues que existem dentro das instituições militares brasileiras e a interação constante entre lealdade e dissidência.
Chamado à Ação
Cabe ao cidadão comum acompanhar e questionar essas situações, pois elas não apenas afetam as instituições militares, mas também têm um impacto direto na democracia e na estabilidade política do país. Como você observa a atual situação política e militar em nosso país? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e reflexões.
Este caso, com suas complexidades e ramificações, certamente ainda trará muitos desdobramentos, e é nossa responsabilidade estarmos informados e engajados. O futuro da democracia depende da vigilância e da ação de todos nós.