quarta-feira, julho 23, 2025

Expectativas Quentes: O Que Esperar dos Balanços de Shoppings no 2T?


O Setor de Shoppings e suas Perspectivas para o 2T25

O cenário para o setor de shoppings brasileiros no segundo trimestre de 2025 (2T25) promete ser animador. A XP Investimentos destaca que empresas como Allos, Iguatemi e Multiplan estão se destacando, com indicadores operacionais que sugerem um desempenho sólido. Aqui, vamos explorar os principais fatores que influenciam esse otimismo e o que as análises apontam para o futuro.

Expectativas de Crescimento e Fatores Favoráveis

De acordo com a XP, os resultados positivos esperados para o setor são impulsionados por uma combinação de fatores:

  • Aumento nas Vendas: A evolução nas vendas dos lojistas tem sido um dos principais motores, com crescimento robusto especialmente em abril e maio.
  • Repasses Inflacionários: Os repasses via IGP-M/DI também têm contribuído para a saúde financeira dos shoppings.
  • Custos Controlados: Manter os custos operacionais sob controle ajuda a otimizar as margens de lucro.
  • Taxas de Ocupação Elevadas: A ocupação nos shoppings está projetada em torno de 96,5%, superior ao 2T24, que foi de 95,8%. Isso é essencial para manter custos de ocupação saudáveis.

Projeções de Margens Operacionais

A XP aposta que a margem operacional (NOI) das empresas do setor deve crescer em média 1,3 ponto percentual em relação ao ano anterior, na esteira de um controle de custos eficaz e da recuperação nas taxas de ocupação.

Crescentando As Receitas

Para o 2T25, espera-se um crescimento médio das receitas da ordem de 12% para os shoppings analisados. Além disso, fatores adicionais como vendas de imóveis e serviços também têm grande impacto positivo:

  • Multiplan: A venda de imóveis é um dos pilares de sua estratégia.
  • Allos: A prestação de serviços é um diferencial que também auxilia na receita.
  • Iguatemi: A diversificação nas operações de varejo é um ponto forte.

Contudo, o cenário não é completamente otimista. Os altos níveis de taxa de juros ainda podem afetar negativamente as margens de FFO (fluxo de capital operacional), apesar da expectativa de estabilidade no FFO/ação ano após ano.

Allos em Destaque

Estrondosa na temporada, a Allos se destaca com uma previsão de expansão de 2,1 pontos percentuais na margem Ebitda, fortificada pelo controle de custos e diminuição da alavancagem financeira. As recompras de ações também podem contribuir para um aumento de 4% no FFO ajustado por ação.

A Perspectiva do Santander

O Santander também projeta um bom desempenho para o setor, prevendo um crescimento em dois dígitos nas vendas. A conexão com o feriado da Páscoa em abril, taxas de ocupação elevadas e um controle saudável da inadimplência são fatores que devem preservar a resiliência do setor.

Inflação e Custos

A combinação do retorno gradual da inflação, medido pelo IGP, com o aumento nas taxas de ocupação promete fortalecer as receitas de aluguel. Porém, o banco alerta que a alta taxa Selic e o aumento no endividamento financeiro podem afetar os resultados líquidos.

Análise do Bank of America (BofA)

Na mesma linha de pensamento, o Bank of America prevê um desempenho operacional forte para os shoppings brasileiros em 2T25:

  • Crescimento do Aluguel: A expectativa é de um aumento positivo no aluguel por metro quadrado e forte resiliência nas vendas.
  • Custos de Ocupação: A tendência é que esses custos continuem a cair levemente, seguindo o que foi observado em 2024, quando houve uma consolidação do setor e um crescimento modesto dos aluguéis.

Valuation Atraente

O BofA classifica o setor como atraente, ressaltando valuations interessantes e spreads de retorno sobre investimento (IRR) cerca de 300 pontos base acima dos níveis pré-pandemia, sugerindo uma possível fase de afrouxamento monetário.

Iguatemi e Seus Destaques

Em meio a essas análises, a Iguatemi se destaca como a principal recomendação do BofA. O banco sugere uma compra com um preço-alvo de R$ 30, levando em conta seu portfólio maduro e gerador de caixa. A empresa tem maior exposição ao consumidor de alta renda, o que a torna mais resiliente.

Investigando Outros Resultados

Para o Santander, os resultados do 2T25 podem ser distorcidos pelas transações envolvendo os shoppings Pátios e pela venda do Market Place e Galleria. Em números, a receita líquida projetada é de R$ 378,1 milhões, resultando em um aumento de 18,2% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que o AFFO (Ajuste de Fundos em Operações) chegue a R$ 141,3 milhões, com uma queda de 8,2%, principalmente devido a repasses do NOI para novos acionistas e crescente alavancagem financeira.

Avaliação da Multiplan

Para a Multiplan, o Santander espera um desempenho sólido no início da temporada de resultados, prevendo uma receita líquida de R$ 604,7 milhões, com um crescimento de 13,3% ano a ano, impulsionado pela volta dos reajustes inflacionários e inaugurações de novos shoppings.

Contrapõe-se a isso uma expectativa de queda de 4,9% no AFFO por ação, devido à maior alavancagem após a recompra de ações.

O Panorama da Allos e LOG

A Allos também está em foco, com previsões de crescimento de 5,9% em sua receita líquida. Para o AFFO, espera uma leve diminuição de 5,5%, mas com o AFFO por ação se mantendo estável, graças a recompra de ações.

Já a LOG deve registrar um crescimento de 11,8% na receita líquida, acreditando que o aumento do tíquete médio e novas áreas locáveis sustentem seus resultados. O preço-alvo da LOG é de R$ 22, com uma recomendação neutra do Santander.

Desafios e Oportunidades no Setor

Embora o cenário seja predominantemente positivo, é importante considerar os potenciais desafios. A HBR, por exemplo, deverá enfrentar sérios desafios financeiros, decorrentes de níveis de endividamento elevados, e os riscos de queda em desempenho ainda são uma preocupação.

A análise detalhada dos bancos sugere que, apesar das incertezas, o setor de shoppings está se encaminhando para um 2T25 promissor, com crescimento das receitas e resiliência nas vendas, mesmo diante de um contexto econômico desafiador.


Com isso, as perspectivas para o setor de shoppings se desenham com otimismo, aliando fatores internos como a expansão das vendas e a eficiência no controle de custos a um macro cenário que, embora preencha algumas lacunas, oferece oportunidades valiosas. Pense nisso e compartilhe suas opiniões sobre essas análises!

- Publicidade -spot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img
Mais Recentes

Balanca do Mercado: Ibovespa em Alta Sob Influência Global, Enquanto WEG Enfrenta Queda Dramática!

Ibovespa em Alta: O Que Impactou o Mercado Financeiro? O mercado financeiro brasileiro desde sua abertura até o fechamento,...
- Publicidade -spot_img

Quem leu, também se interessou

- Publicidade -spot_img