quinta-feira, julho 24, 2025

Exportações de Carne dos EUA para a China Sob Ameaça: Sem Registros, O Que Acontecerá?


Reuters

Em 2024, os EUA foram o terceiro maior fornecedor de carne da China

O Impacto da Expiração de Registros de Frigoríficos dos EUA na China

Mais de 1.000 frigoríficos norte-americanos perderam seus registros de exportação concedidos pela China como parte do acordo comercial “Fase 1”, assinado em 2020. Essa mudança, que aconteceu no último domingo, gera preocupação entre os exportadores dos EUA, já que a China é o maior comprador de carne do mundo. A situação se agrava em um cenário de tensões tarifárias entre os dois países.

A Administração Geral de Alfândega da China notificou que o status de fábricas de carne suína, bovina e de aves dos EUA, incluindo grandes empresas como Tyson Foods, Smithfield Packaged Meats e Cargill Meat Solutions, foi alterado de “ativo” para “expirado”. Essa notícia cria incertezas sobre o futuro das exportações e a saúde econômica dos produtores americanos.

Consequências Financeiras da Perda de Registros

A expiração de cerca de dois terços dos registros de frigoríficos poderá restringir o acesso ao mercado chinês, o que representa uma potencial perda de aproximadamente US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões). Isso ocorre em um período delicado para os agricultores norte-americanos, especialmente após a imposição de tarifas retaliatórias por parte da China sobre produtos agrícolas no valor de quase US$ 21 bilhões (R$ 119 bilhões).

Em fevereiro, cerca de 84 registros de fábricas dos EUA já haviam expirado, mas, mesmo assim, as remessas continuaram a ser liberadas pela alfândega chinesa. Entretanto, não está claro por quanto tempo essa situação permanecerá, uma vez que a China exige que os exportadores estejam devidamente registrados para realizar vendas no país.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) relatou que suas repetidas tentativas de renovar esses registros foram ignoradas pela China. Isso pode ser uma violação das obrigações estipuladas no acordo comercial da Fase 1, que solicitava que a China atualizasse a lista de plantas autorizadas em até 20 dias após receber informações do USDA.

Desafios para os Exportadores

O que está realmente em jogo aqui? A perda do acesso ao mercado chinês seria um golpe duro para exportadores que dependem de partes menos consumidas da carne, como pés de frango e miúdos de porco, que não têm a mesma demanda no mercado interno.

Shane Smith, CEO da Smithfield Foods, expressou preocupações sobre como as tarifas dificultaram a venda de todos os cortes de carne suína aos consumidores. Embora a empresa não exporte em grandes quantidades para a China, ainda assim realiza a exportação de vísceras, que incluem estômagos, corações e cabeças de porco.

O Papel dos EUA no Mercado de Carne da China

Em 2024, os EUA ocupavam a posição de terceiro maior fornecedor de carne da China, sendo superados apenas por Brasil e Argentina, contribuindo com cerca de 590 mil toneladas, o que corresponde a 9% do total de importações de carne do país. As exportações de carne dos EUA para a China alcançaram US$ 2,5 bilhões (aproximadamente R$ 14,2 bilhões) no ano passado, destacando a importância do mercado chinês para os produtores americanos.

Projeções Futuras e Reflexões

O futuro das exportações americanas de carne para a China agora parece incerto. De um lado, há a pressão das tarifas e a expiração dos registros; do outro, a necessidade crucial dos mercados para escoar a produção. Como poderão os exportadores se adaptar a essa nova realidade?

Essa situação desperta muitas perguntas: será que os produtores norte-americanos conseguirão reverter essa dinâmica? Como as relações comerciais entre EUA e China afetarão o mercado global de carnes? Essas são questões que ficarão em destaque nos próximos meses.

Em tempos de incerteza e desafios, é fundamental que os produtores norte-americanos explorem novas estratégias e se juntem na busca de soluções. Ao mesmo tempo, os consumidores podem se interessar mais pela origem e pelo impacto de suas escolhas alimentares.

Um Olhar para o Amanhã

Enquanto observamos as mudança nas políticas comerciais, é essencial que tanto produtores quanto consumidores mantenham um diálogo aberto sobre o futuro da indústria. Que tal refletir sobre a importância de apoiar a produção sustentável e as práticas comerciais justas? Os desafios podem ser grandes, mas a resiliência dos agricultores e a conexão entre as comunidades podem trazer novos caminhos e oportunidades para todos.

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