Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a ampliação do uso do etanol anidro na gasolina e do biodiesel no diesel convencional depende da estabilidade dos preços das principais matérias-primas, como milho, cana-de-açúcar e soja. Esse alerta foi feito em uma declaração na última segunda-feira (18).
A Proposta de Aumento do Etanol na Gasolina
Uma proposta para aumentar a proporção de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% será discutida no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda este ano. No entanto, Silveira não estabeleceu um prazo específico, já que a decisão dependerá de uma análise cuidadosa dos preços dos alimentos.
O aumento na mistura de etanol é visto com otimismo por diversas partes interessadas e aguardado pelo setor agropecuário. A aprovação dos testes de viabilidade feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) confirmou que essa mudança está em discussão.
Preços e a Segurança Alimentar
O ministro enfatizou que a prioridade do governo é garantir alimentos acessíveis à população brasileira. “Estamos sendo cautelosos para analisar a tendência dos preços”, disse Silveira após dedicar parte de seu tempo a discutir os resultados dos testes de viabilidade da mistura com jornalistas.
Ele também ressaltou a prudência necessária em relação aos prazos, afirmando que a proposta poderia ter sido levada ao CNPE com mais agilidade se não fosse pela necessidade de um estudo mais profundo sobre os preços dos alimentos.
Além disso, o aumento da proporção de biodiesel no diesel comum também é uma preocupação. Recentemente, o CNPE decidiu manter a mistura em 14%, apesar da expectativa de que ela pudesse ser elevada para 15%. Essa decisão foi tomada para evitar um aumento nos preços aos consumidores.
Em Direção à Independência Energética
No mesmo discurso, Silveira mencionou que a ampliação da mistura de etanol permitirá que o Brasil se torne menos dependente da importação de combustíveis fósseis, podendo até mesmo resultar em redução nos preços na bomba. O ministério estima que um aumento na proporção de etanol pode gerar uma queda de até R$0,13 por litro na gasolina, ajudando a controlar a inflação.
“O E30 é seguro para nossa frota de veículos, sem impactar negativamente o desempenho”, garantiu o ministro, referindo-se aos testes realizados pelo IMT.
Um Futuro Sustentável
Com a diminuição da demanda por gasolina, o Brasil pode se tornar independente na compra de combustíveis fósseis pela primeira vez desde 2010. Em 2024, o país importou 760 milhões de litros de gasolina, mas com o E30, a expectativa é de que o Brasil comece a exportar etanol, prevendo um aumento de 1,5 bilhão de litros por ano na demanda pelo biocombustível.
“Estamos nos livrando da atadura dos preços de paridade internacional. O preço da gasolina será agora baseado na competitividade interna, o que representa uma redução da inflação”, afirmou Silveira.
O governo também pretende aproveitar o aumento da oferta de etanol produzido a partir do milho, que vem crescendo nos últimos anos. Essa estratégia garantirá um aumento na oferta em 2024/2025, mesmo diante de uma oferta reduzida de etanol de cana-de-açúcar.
Os testes de viabilidade, além de envolverem instituições como o IMT, foram acompanhados por diversas entidades, incluindo associações do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa. Essa colaboração reforça a importância dessa iniciativa para o futuro do setor energético no Brasil.
Relato e Engajamento
A mistura de etanol e biodiesel não é apenas uma questão de política energética, mas sim uma estratégia que pode trazer benefícios econômicos e ambientais significativos. E você, o que pensa sobre o futuro dos biocombustíveis no Brasil? Se você tem ideias ou sugestões, deixe suas opiniões nos comentários e compartilhe este artigo com amigos!
