A Montanha-Russa da Hypera: O Que Esperar no Cenário Atual?
Nos últimos dias, a Hypera (HYPE3) tem estado no centro das atenções, enfrentando uma instabilidade surpreendente em suas ações e gerando discussões quanto a uma possível fusão com a EMS. Este movimento do mercado causou uma boa dose de ansiedade tanto entre investidores quanto analistas. Conheça abaixo os detalhes desse panorama e suas implicações.
Um Cenário Desafiador para a Hypera
No início de 2024, as ações da Hypera já enfrentavam um desafio considerável, apresentando perdas de 31,4%. O grande foco neste momento é a recente recusa do conselho da empresa em aceitar a oferta de fusão da EMS. O JPMorgan, um dos principais bancos de investimento, emitiu um relatório que expressa otimismo em relação à Hypera, mantendo a recomendação de compra com um preço-alvo fixado em R$ 36. Contudo, a incerteza sobre uma fusão levanta muitas questões.
Por Que a Fusões Parecem Improváveis?
A rejeição inicial da Hypera à proposta de fusão sugere que, pelo menos por agora, a união entre as duas farmacêuticas é improvável. A análise do JPMorgan indica que uma aprovação de acionistas para tal transação não parece viável. Além disso, o banco destaca que há poucas evidências de que a EMS esteja disposta a melhorar significativamente sua proposta, o que complicaria ainda mais as possibilidades de uma fusão.
A Retomada aos Fundamentos
Em meio a essa instabilidade, os analistas sugerem que as ações da Hypera devem retornar a seus fundamentos. Antes da proposta da EMS, no dia 18 de outubro, a Hypera anunciou a descontinuação de suas projeções financeiras para 2024, dando início a um novo processo de otimização do capital de giro. Tal decisão levantou questões sobre a credibilidade da gestão, o que contribuiu para uma queda nas ações.
O Impacto das Mudanças na Gestão
A gestão da Hypera decidiu revisar sua política de prazos de pagamento aos clientes como um meio de otimizar o capital. Entretanto, essa mudança gerou resquícios de desconfiança no mercado, especialmente após a retirada do guidance por dois anos consecutivos. Isso fez com que, logo após a queda inicial, as ações recuperassem algum terreno com a proposta de fusão, mas a incógnita permanece.
A Análise do JPMorgan
Embora reconheça a nova estratégia da Hypera como um passo positivo em direção à melhoria do fluxo de caixa no longo prazo, o JPMorgan alerta que a incerteza em torno da gestão do estoque cria uma falta de visibilidade no curto prazo. Eles projetam que os resultados devem ser fracos até pelo menos o segundo trimestre de 2025.
Andando mais a fundo, o banco observa que, apesar do potencial significativo de valorização das ações, o atual clima de mercado tende a priorizar ganhos de curto prazo, o que diminui o apetite por ações com história de desafios como a Hypera.
Avaliação Comparativa com a Genomma Lab
Para entender o cenário da Hypera, o JPMorgan analisou a Genomma Lab, uma empresa mexicana com um modelo de negócios similar e que também enfrentou problemas operacionais e de reputação. Eles descobriram que a avaliação da Hypera poderia cair a níveis de 7 a 7,5 vezes o múltiplo de preço sobre lucro futuro por breves períodos. Isso se deu especialmente após a reavaliação que aconteceu quando se tornaram visíveis os resultados esperados.
Expectativas Futuras para a Hypera
Ao revisarmos a situação atual da Hypera, observamos que, com base no lucro por ação (EPS) projetado para 2026, a ação já está negociada a cerca de 7 vezes o P/L. A análise sugere que, se considerarmos previsões de EPS mais conservadoras, a ação estaria sendo negociada a 8 vezes, implicando um risco de queda de até 10% em relação aos níveis atuais.
A Previsão dos Analistas
Os analistas permanecem céticos em relação a uma queda acentuada nas ações da Hypera a curto prazo. Por outro lado, não seria surpreendente que a ação permanecesse "adormecida" até que bons resultados começassem a aparecer, o que provavelmente não ocorrerá até 2025.
Diante do potencial de valorização de mais de 50%, e tendo em vista que a avaliação atual parece próxima de um possível mínimo, o JPMorgan mantém a sua recomendação de “overweight” (exposição acima da média do mercado), reafirmando o preço-alvo de R$ 36.
Considerações Finais
A situação da Hypera representa um microcosmo dos desafios enfrentados pelas empresas em tempos de incerteza financeira e reestruturação interna. Embora a proposta de fusão com a EMS traga uma nuvem de incerteza, também apresenta oportunidades para um potencial de valorização no longo prazo, caso a gestão consiga adequadamente resolver as questões operacionais e reconquistar a confiança do mercado.
À medida que avançamos, os investidores são encorajados a permanecerem atentos às movimentações da Hypera e às suas estratégias futuras. O que você acha que o futuro reserva para a Hypera? Compartilhe suas opiniões e insights nos comentários!