Crise na Comunicação do IBGE: Servidores se Manifestam Contra a Gestão de Pochmann
Na última sexta-feira (31), um grupo de servidores da comunicação social do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez ecoar suas vozes através de um manifesto contundente. O alvo das críticas é a gestão do atual presidente, Marcio Pochmann, e suas decisões que, segundo os funcionários, estão comprometendo o papel central do órgão na divulgação de estatísticas essenciais para o Brasil.
O Descontentamento Gera Voz
O manifesto expressa a preocupação dos servidores com um fato alarmante: a priorização da divulgação de uma "avalanche" de informações relacionadas à gestão de Pochmann, em detrimento da apresentação dos indicadores econômicos cruciais para a sociedade. Os trabalhadores destacam que as novas contratações trazidas pelo presidente têm sufocado a comunicação tradicional do IBGE, focando na promoção pessoal, ao invés de oferecer dados e análises de relevância pública.
Uma Comunicação Ofuscada
“As novas contratações têm saturado nossas plataformas digitais com conteúdo que celebra a gestão de Pochmann, enquanto as informações sobre PIB, inflação e desemprego ficam em segundo plano”, afirmam os servidores. Ao invés de uma comunicação eficaz e neutra, a presença ostensiva das realizações do presidente em mídias oficiais parece eclipsar a principal missão do IBGE.
A Revolta dos Funcionários
Para ilustrar a gravidade da situação, os servidores se referem a um “IBGE paralelo”, que eclipsa a função vital da instituição. A comunicação da entidade, que deveria ser uma ponte entre dados e cidadãos, está sendo direcionada para uma agenda pessoal. As declarações ressaltam resultados notáveis, como a queda recorde na taxa de desemprego e a redução de pessoas em situação de pobreza, mas essas conquistas têm sido ofuscadas por uma comunicação que favorece o presidente.
O Papel da Comunicação
O trabalho dos profissionais da comunicação do IBGE é, segundo eles, essencial para tornar os resultados das pesquisas acessíveis ao público. “Nós devemos traduzir dados complexos em informações que os brasileiros possam compreender e utilizar”, enfatizam. Para eles, o uso das ferramentas de comunicação do IBGE para fins pessoais constitui um desrespeito à missão institucional da entidade.
Relações Hostis com a Imprensa
Os servidores não param por aí. Eles também criticam a postura do presidente em relação à imprensa. Como apontam, Pochmann se mostra relutante em atender as solicitações de jornalistas, respondendo apenas com notas tardias publicadas no portal do IBGE. “Enquanto a maioria dos seus antecessores buscava dialogar abertamente com a mídia, Pochmann opta por se dirigir a correspondentes estrangeiros e amigos, em vez de garantir um contato transparente com os veículos que diariamente cobrem o IBGE”, argumentam.
A Ética nas Relações com a Mídia
A recusa em tratar todos os veículos de comunicação de forma equânime gera uma tensão que contraria a ética esperada nas relações institucionais. É fundamental que o IBGE, sendo uma autarquia pública, mantenha um diálogo respeitoso e equilibrado com todos os jornalistas, seja com aqueles que atuam nas diferentes regiões do Brasil ou com correspondentes internacionais.
A Sobrecarrega de Trabalho da Equipe
A insatisfação não é apenas uma questão de comunicação, uma vez que os servidores destacam que a gestão atual tem gerado uma carga de trabalho excessiva. Os profissionais da divulgação se veem obrigados a lidar com uma quantidade massiva de matérias sobre a administração de Pochmann, prejudicando a divulgação de dados fundamentais, como a produção industrial e as vendas no comércio.
O Vício das Viagens Oportunistas
Outro fator que chama a atenção é a prática de Pochmann e seus assessores de realizar turnês pelo Brasil, coincidentemente durante a divulgação de pesquisas relevantes como os resultados do Censo 2022. Essas viagens não apenas geram custos desnecessários, mas também desviam a atenção do que realmente importa: informar a população sobre sua realidade socioeconômica.
Questões sobre Contratações e Nomeações
A nomeação de assessores que atuam essencialmente na promoção da gestão de Pochmann levanta um alerta sobre a integridade da administração pública. Os servidores se perguntam: “É aceitável que cargos financiados com recursos públicos sirvam a interesses pessoais em vez de atender às necessidades da coletividade?”. Essa pergunta ressoa entre os profissionais que se dedicam a uma causa maior, que é informar a sociedade brasileira.
O Roteiro Ignorado
Um ponto que acrescenta à indignação é o fato de que nas recentes turnês promocionais de Pochmann, o Rio de Janeiro — sede do IBGE e casa de muitos funcionários que expressam seu descontentamento — foi deixado de fora. Essa falta de atenção à própria equipe reflete uma desconexão preocupante entre a gestão e os servidores.
Solidariedade e Chamado à Ação
Frente a todos esses desafios, os servidores do IBGE não estão sozinhos. Eles expressaram sua solidariedade aos colegas que optaram por se desligar de cargos de direção, além de apoiar aqueles que, como o sindicato ASSIBGE, buscam uma mudança. A resistência é clara: “Estamos juntos em nosso desejo de um IBGE que retome seu papel de relevância social, longe da promoção pessoal.”
Um Futuro Melhor para o IBGE
A situação no IBGE nos leva a refletir sobre a importância de uma comunicação transparente e orientada para o bem público. Ao mesmo tempo em que celebramos as conquistas, é vital que estejamos cientes das falhas. O futuro do IBGE pode depender de um retorno aos seus princípios fundamentais, onde a verdade e a objetividade prevaleçam sobre a promoção individual e a comunicação distorcida.
À medida que esta discussão avança, incentivamos as vozes da sociedade a se manifestarem. O que você pensa sobre a atual gestão do IBGE? A sua opinião é essencial para moldar o futuro da comunicação e dos dados que impactam nossas vidas diárias. Junte-se ao diálogo e compartilhe sua visão.