Desempenho do Comércio Exterior: O Que Esperar para o Aço e Celulose em 2025
Recentemente, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) divulgou dados relevantes sobre o comércio exterior no Brasil, especialmente em setores como o de aço e celulose. Vamos explorar as principais tendências e o que elas podem significar para o mercado.
Aço: Queda nas Importações e Aumento em Algumas Categorias
As importações gerais de aço apresentaram um recuo significativo, especialmente nos aços planos, com uma queda de 12% em relação ao mês anterior. Apesar disso, esses números ainda estão acima da média, indicando um mercado que, embora em desaceleração, continua ativo.
Destaques nas Categorias de Aço
- Vergalhões de Aço (Barra-Quadrada): Um dos segmentos que surpreendeu foi o dos vergalhões de aço do tipo barra-quadrada (BQ), que viu suas importações crescerem 25%. Isso reflete uma demanda específica que ainda se mantém forte em meio a um cenário mais amplo de diminuição.
Essa queda nas importações acontece em um contexto de transição no sistema de quotas-tarifas, que foi encerrado em maio e reimplementado apenas no final de junho. Essa situação significa que as empresas ainda estão se ajustando às novas condições do mercado.
Celulose: Crescimento Ano a Ano, Mas Estagnação Mensal
O Crescimento nas Exportações
As exportações de celulose tiveram um desempenho positivo, apresentando um aumento de 17% em relação ao ano anterior. No entanto, na comparação mensal, houve uma queda de 7%. Um fator que impulsionou esse crescimento foi o desempenho notável da Suzano, especialmente na unidade de Ribas do Rio Pardo.
Essa disparidade entre os números anuais e mensais nos leva a refletir sobre a volatilidade e as dinâmicas do mercado. O que impulsiona essa diferença? Como as mudanças na demanda global afetarão o Brasil?
Mineração: O Minério de Ferro em Alta
As exportações brasileiras de minério de ferro também mostraram resultados animadores, aumentando 10% em comparação ao ano anterior. O porto de Tubarão, em particular, destacou-se, com um crescimento de 24% nas exportações.
Situação em Ponta da Madeira
Contrapõe-se a essa boa notícia o desempenho quase estável de Ponta da Madeira, que registrou uma leve queda de 1% na comparação anual. Essa diferença entre os portos pode indicar questões logísticas ou de demanda que precisam ser analisadas mais a fundo.
Uma análise otimista para a Vale é pertinente neste contexto, pois o suporte logístico do terminal de Tubarão pode ser um fator decisivo para a continuidade desse crescimento.
Perspectivas Futuras: O Que o Mercado Pode Esperar
O Banco BTG Pactual (BBI) apresenta previsões interessantes para o futuro do setor de aço. De acordo com suas análises, caso a demanda de junho, a ser informada pelo Instituto Aço Brasil (IABr), mantenha-se estável similar à de maio, as importações de aços planos devem cair para 29%, em comparação a 32%. Por outro lado, a penetração dos aços longos pode aumentar para 13%, saindo de 11%.
Montante de Importações Acumuladas
Em termos de volumes, o ano até agora já acumulou 3,1 milhões de toneladas em importações. Se projetado para o futuro, isso pode resultar em aproximadamente 6,3 milhões de toneladas anuais, um número que supera em 16% o recorde de 2010. Afinal, como este aumento pode impactar os preços e a demanda interna?
Barreira e Regulação: O Papel do Decom
Em junho, o Departamento de Defesa Comercial (Decom) abriu investigações antidumping sobre produtos como fio-máquina e aço inoxidável laminado a quente. Esses processos podem levar de 12 a 18 meses para serem concluídos, com relatórios técnicos programados para o final de março a abril de 2026.
Expectativa sobre as Barreiras Comerciais
No entanto, o BBI acredita que a implementação de barreiras comerciais mais restritivas não é provável no curto prazo, considerando decisões anteriores. Isso levanta a questão: será que o mercado está preparado para absorver um aumento na oferta sem medidas protetivas eficazes?
Impacto nos Preços: Uma Questão de Sensibilidade
Os analistas do BBI destacam que cada variação de 1% nos preços do aço pode impactar o Ebitda anual das empresas que cobrem entre 2% e 10%. Dentre elas, a Usiminas é a mais sensível, com uma taxa de 10%, enquanto Gerdau e CSN seguem com 3% e 2%, respectivamente.
Reflexões Finais
Em suma, o cenário do comércio exterior brasileiro apresenta um misto de oportunidades e desafios. O crescimento nas exportações de celulose e minério de ferro contrasta com a diminuição nas importações de certos tipos de aço – um refletir das complexidades do mercado atual.
Assim, fica a pergunta para o leitor: como você vê essas transformações impactando o futuro econômico do Brasil? Sua opinião é importante e pode contribuir para um debate frutífero sobre o tema. Compartilhe seus pensamentos e vamos explorar juntos as nuances desse campo tão dinâmico!