A Indústria da Cannabis nos EUA: Desafios e Esperanças em Meio a Mudanças Legislativas
Arte de bebidas à base de cannabis – Imagens Getty
Recentemente, os holofotes voltaram-se com intensidade para a indústria da cannabis nos Estados Unidos, especialmente após o fim da mais longa paralisação do governo federal na história do país. O presidente Donald Trump sancionou um projeto de lei de financiamento, mas as consequências disso podem ter um impacto drástico sobre o setor de cannabis, avaliado em impressionantes US$ 28 bilhões (equivalente a R$ 150 bilhões).
Uma Nova Era de Desafios
Uma emenda controversa insira no projeto de lei de gastos propõe restrições severas à maior parte dos produtos de THC no mercado. Essa mudança representa um dilema complexo: ao mesmo tempo que oferece um sopro de esperança para a indústria, também introduz um concorrente forte que pode ameaçar sua sobrevivência.
O Que Diz a Nova Emenda
Desde a aprovação do Farm Bill em 2018, o cânhamo e seus derivados eram* tratados como legais a nível federal, desde que tivessem menos de 0,3% de delta-9 THC. Isso permitiu o surgimento de uma vasta gama de produtos à base de cânhamo, desde bebidas até comestíveis, disponíveis em vários pontos de venda, incluindo supermercados e lojas de conveniência.
Porém, a nova emenda redefine a categoria de cânhamo, colocando em risco as operações comerciais estabelecidas. Aqui estão alguns pontos-chave a serem observados:
- Proibição da Fabricação Sintética: A maioria dos produtos à base de THC agora será considerada ilegal, uma vez que são frequentemente derivadas de processos sintéticos a partir do CBD.
- Limitação nos Níveis de THC: A emenda estabelece um teto máximo de 0,4 miligramas de THC por embalagem, enquanto muitos produtos atualmente levam entre 5 e 1.000 miligramas.
Timing e Oportunidades
Embora a situação pareça desoladora, a emenda não é imediata; há um período de carência de 365 dias antes que as restrições entrem em vigor. Isso dá um tempo precioso para as empresas se adaptarem e buscarem medidas proativas.
O Que A Indústria Está Fazendo?
A Resposta do Setor
Executivos e empreendedores estão ponderando suas opções e, em alguns casos, se unindo a esforços de lobby para promover regulamentações que favoreçam a continuidade do mercado de produtos derivados do cânhamo. Um exemplo notável é o otimismo de Winstanley, um influente lobbyista da indústria, que acredita que esse é um momento de transformação, não de desespero.
- “Não vemos isso como o fim. O relógio começou, mas ainda há um caminho para uma política melhor,” afirma.
Protagonismo das Gigantes
Empresas como a Curaleaf, que já conta com uma vasta rede de 151 dispensários, afirmam que as vendas de produtos de cânhamo não são o cerne de seu negócio, com valores em torno de US$ 5 milhões anuais. No entanto, elas reconhecem a necessidade de se distanciar de produtos que não passaram por regulamentações adequadas.
- O CEO da Curaleaf, Boris Jordan, mencionou: “Algo precisava ser feito para eliminar os maus atores no espaço. Porém, a questão que fica é se o governo vai fazer cumprir essas novas regras.”
Mudanças de Direção e Ação da Indústria
O Casamento entre Cânhamo e Maconha
Justin Journay, fundador da 3Chi, reflete sobre o atual cenário e pondera uma possível transição para a indústria da maconha, uma vez que sua linha de produtos poderia ser severamente impactada pelas novas leis. Ele já considera que menos de 10% do que sua empresa atualmente oferece estaria em conformidade com as novas normas.
Inovação e Oportunidade
Enquanto empresas se adaptam, algumas veem isso como uma chance para se reposicionar. Angus Rittenburg, da Wynk, adotou uma estratégia focada em aumentar a conscientização sobre os produtos de THC, enquanto busca influenciar legisladores para regulamentações que mantenham a viabilidade da indústria.
Reflexões Finais e O Que Está por Vir
O futuro da indústria de cannabis nos EUA é repleto de incertezas, mas também de oportunidades. Os próximos 365 dias serão cruciais não apenas para a sobrevivência de empresas, mas para o futuro do mercado de cannabis como um todo.
Com os consumidores interessados em produtos de cannabis crescendo, a pressão para que os legisladores entendam o valor da indústria pode resultar em mudanças positivas. Por enquanto, a máxima é agir, inovar e se adaptar, buscando um equilíbrio entre regulamentação e liberdade comercial.
À medida que essa narrativa se desenrola, a indústria está chamada a se reinventar, provando que pode superar os desafios e criar um espaço seguro e regulado para o consumo responsável de produtos à base de cannabis.
A expectativa agora é como o diálogo com os legisladores se desenrolará e se a indústria conseguirá se unir contra um possível retrocesso. O desejo de continuar a crescer e innovate será fundamental numa época de incertezas. Como você vê o futuro da cannabis nos EUA? Compartilhe suas opiniões e reflexões sobre este tema!
