sexta-feira, maio 9, 2025

Investindo no Inesperado: Como Títulos Arriscados Estão Seduzindo Investidores em Tempos Difíceis


O Desempenho dos Títulos em Dólar dos Mercados Emergentes: Um Olhar sobre 2023

No cenário desafiador de 2023, os títulos em dólar de algumas economias mais vulneráveis mostraram-se um ponto positivo, oferecendo esperança em meio a um ano que, de outra forma, foi decepcionante para ativos de mercados emergentes. Embora a situação ainda não seja ideal, há nuances e histórias curiosas por trás desses números.

A Realidade dos Ativos Emergentes

Apesar de muitos ativos nos mercados em desenvolvimento apresentarem ganhos no ano, esses resultados estão distantes do que se viu em Wall Street. O real brasileiro, por exemplo, viu uma desvalorização de 21% em relação ao dólar, e o peso mexicano enfrenta um dos piores anos desde a crise financeira de 2008.

Em termos de ações, um índice da MSCI indicando o desempenho dos mercados emergentes conseguiu uma valorização de 5%. Embora isso represente um segundo ano contínuo de ganhos, o resultado está aquém dos 17% de alta nas ações globais e dos mais de 20% no S&P 500. Isso nos remete a uma realidade alarmante: as ações dos países em desenvolvimento estão sendo negociadas a preços historicamente baixos em comparação com seus equivalentes dos EUA, uma situação que perdura desde o fim da década de 1980.

Moedas em Queda e Desafios Locais

De acordo com Simon Quijano-Evans, estrategista chefe da Gramercy, há uma tendência clara: "As ações e os títulos em moeda local tendem a performar pior em períodos de fortalecimento do dólar americano." Ele ressalta que o desempenho da classe de ativos em 2024 dependerá fortemente das políticas do presidente eleito, Donald Trump, e das implicações disso para o dólar.

É interessante notar que alguns países conseguiram se destacar nesse cenário. A Argentina, o Paquistão, o Sri Lanka e o Quênia apresentaram ações que superaram expectativas, enquanto o índice de ações da China subiu quase 15% – um dos melhores desempenhos desde 2020, impulsionado por medidas de estímulo econômico adotadas por Pequim.

Subjacente a essas movimentações, o índice da Bloomberg que monitora títulos de alto rendimento em dólar de mercados emergentes mostrou-se o ativo de melhor desempenho, com um crescimento de 15%. Esse resultado sugere uma trajetória de recuperação, rumo ao que pode se tornar o melhor ano para esse indicativo desde 2016.

Histórias de Sucesso e Recuperação

Alguns países como Argentina e Gana se beneficiaram bastante das reformas econômicas implementadas. Títulos em dólar argentinos, por exemplo, apresentaram ganhos superiores a 100%. Para a Ucrânia, a esperança de que uma presidência de Trump pudesse trazer uma resolução ao conflito com a Rússia resultou em uma valorização significativa de alguns títulos reestruturados, com aumentos de mais de 45% desde setembro.

Contudo, não podemos esquecer que nem todos os investimentos tiveram o mesmo desempenho. A dívida de grau de investimento nos mercados emergentes teve um retorno bastante modesto, alcançando apenas 1,9%, o que contrasta com os 6,6% de alta do índice mais amplo da dívida de EM.

Carlos de Sousa, gerente de portfólio de dívida de mercados emergentes na Vontobel Asset Management, expressa um ponto de vista cético sobre a sustentabilidade do atual rally de alto rendimento. Para ele, a escolha acurada de países e créditos será crucial nos próximos meses.

Diversificação e Expectativas Futuras

“Estamos muito mais diversificados do que costumamos estar, especialmente uma vez que muitas das nossas apostas preferidas se concretizaram em 2024”, destaca Sousa, apontando para uma estratégia que pode oferecer maior resiliência diante das incertezas globais.

Entretanto, a pressão sobre as moedas dos mercados emergentes permanece forte. O índice do dólar da Bloomberg teve um aumento de 8%, o que mantém a maioria das moedas em uma trajetória desvantajosa. Apenas algumas, como o ringgit malaio, o dólar de Hong Kong e o baht tailandês, conseguiram se apreciar ao longo do ano.

O real brasileiro, mesmo frente a um cenário de altas taxas de juros reais, continua sendo um dos que mais se desvalorizaram, principalmente devido ao déficit orçamentário elevado do país, próximo a 10% do PIB. O peso mexicano, por outro lado, viu sua moeda cair mais de 18%, tendo o mesmo impacto sobre a confiança dos investidores, decorrente da perspectiva das tarifas comerciais de Trump.

O Olhar sobre a América Latina

O desempenho fraco de muitas moedas da América Latina é notável, especialmente considerando que essas economias também enfrentaram algumas das maiores taxas de juros reais do mundo. O que isso implica para o futuro? A desvalorização contínua do rand sul-africano, que ficou mais uma vez abaixo do dólar por cinco anos consecutivos, também é um tópico a ser observado. Contudo, indicadores recentes sugerem que investimentos aumentados, desaceleração da inflação e esforços de reforma do novo governo podem mudar essa trajetória. As projeções apontam para uma possível valorização de 15% até 2025.

Reflexões Finais

Em um ano marcado por incertezas e desafios, os mercados emergentes mostraram-se uma verdadeira montanha-russa. A história dos títulos em dólar e as oscilações das moedas proporcionam um panorama que, apesar das dificuldades, também traz oportunidades de crescimento e recuperação.

Pensando no futuro, é vital observar como as políticas globais poderão impactar esses mercados. As oportunidades estão à espreita, e a chave para o sucesso passará pela análise cuidadosa e pela escolha estratégica de ativos. Quais são suas expectativas para os mercados emergentes em 2024? O que você acha que mudará ao longo do próximo ano?

Essa conversa é importante e complexa, e sua opinião é sempre bem-vinda! Compartilhe seus pensamentos e vamos juntos acompanhar as transformações que estão por vir.

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