A Repressão ao Falun Gong: O Caso das Irmãs Luo e a Vigilância na China
Duas irmãs idosas no sul da China, Luo Suling e Luo Shiya, se tornaram o rosto de uma triste realidade: a perseguição de praticantes do Falun Gong pelo Partido Comunista Chinês (PCCh). Seus casos refletem uma repressão cada vez mais intensa, alimentada por tecnologia de vigilância avançada e um controle rígido sobre a população.
A História das Irmãs
Condenação e Perseguição
Luo Suling, de 67 anos, e sua irmã mais nova, Luo Shiya, de 61, foram condenadas à prisão por suas crenças. Suling recebeu uma sentença de 21 meses e foi multada em aproximadamente US$ 3.500 após ser detida em uma estação de trem, onde a polícia encontrou materiais que pertenciam ao Falun Gong. Sua detenção ocorreu em 18 de julho de 2024, enquanto ela se preparava para viajar a Zhuhai. No mesmo dia, sua residência foi alvo de uma busca policial.
Luo Shiya, também praticante da mesma fé, foi presa pouco depois, em 30 de julho, com autoridades confiscando seus bens pessoais. Assim como sua irmã, ela enfrentou o rigor da Justiça, resultando em uma pena de dois anos de prisão, além de uma multa superior a US$ 4.000.
As acusações específicas contra ambas continuam nebulosas, mostrando como o sistema judicial se utiliza de nebulosos mecanismos para silenciar vozes dissidentes.
O Contexto de Vigilância na China
Monitoramento Extensivo
As histórias das irmãs não são únicas; elas fazem parte de um padrão alarmante de vigilância e repressão no país. O regime comunista chinês emprega até 600 milhões de câmeras de segurança em desvio de privacidade, usando tecnologia de ponta para monitorar e controlar seus cidadãos.
O relatório de 2022 do Centro de Informações do Falun Dafa revela que a China é, de fato, um estado de vigilância tecnológica avançada, capaz de rastrear qualquer cidadão em qualquer lugar. Essa rede inclui sistemas como o Skynet, direcionado para ambientes urbanos, e o Dazzling Snow, que atua em áreas rurais, todos voltados para identificar praticantes do Falun Gong.
-
Dados Biométricos: Informações pessoais e biométricas de praticantes são armazenadas em bancos de dados, permitindo que os agentes de segurança monitorarem e perseguirem indivíduos específicos.
- Identificação em Transporte: Desde 2011, um sistema de identificação com nome real foi implementado para compra de passagens de trem, facilitando a detecção de praticantes. Este sistema permitiu que a polícia ferroviária identificasse e perseguisse muitas pessoas por suas crenças.
O Impacto da Perseguição
Práticas de Repressão
A realidade para os praticantes de Falun Gong na China é cruel e intransigente. As consequências de se envolver com a prática espiritual, que preza pela verdade, compaixão e tolerância, incluem:
- Assédio e Prisões: Várias pessoas enfrentaram detenções por até um mês, muitas vezes em condições desumanas.
- Torturas: Aqueles que são capturados em centros de detenção frequentemente enfrentam torturas diversas, formas degradantes de tratamento e até a extração forçada de órgãos.
De fato, um estudo revelou que mais de 445 milhões de chineses já se desvincularam publicamente do PCCh em resposta à repressão.
Respostas e Resistência
Formas Pacíficas de Protesto
Apesar do ambiente hostil, os praticantes de Falun Gong não se deixaram silenciar. Eles têm utilizado uma variedade de formas pacíficas para aumentar a conscientização sobre a perseguição, como a criação de gráficas clandestinas para produzir materiais informativos.
Algumas das iniciativas são:
- Panfletagem e DVDs: Eles produzem e distribuem materiais revelando as ações das autoridades contra praticantes da fé.
- Uso de Tecnologia: Mensagens como “Falun Gong é bom” têm sido impressas em cédulas e compartilhadas digitalmente por meio de AirDrop e Bluetooth, principalmente em transportes públicos.
O movimento Tuidang, que incentiva a renúncia ao PCCh, é uma das principais estratégias, engajando cidadãos para desassociar-se do partido e suas organizações afiliadas.
Apoio Global
O apoio à causa se estende além das fronteiras da China. Recentemente, Wei Libin, diretor da Aliança pela Democracia e Direitos Humanos na China, participou de um protesto em Nova Iorque, destacando a relevância do movimento Tuidang como um passo fundamental para a redenção do povo chinês.
Um Olhar Futuro
A luta das irmãs Luo e de tantos outros praticantes de Falun Gong é um testemunho da busca pela liberdade espiritual em um ambiente opressivo. A resistência pacífica e a resiliência exibidas até agora fazem ecoar uma mensagem poderosa: a esperança e a determinação são forças que nunca devem ser subestimadas.
Reflexão e Engajamento
À medida que os relatos de abusos se acumulam e mais pessoas se juntam ao movimento pela verdade, a determinação do povo em buscar um futuro livre e digno continua a crescer. Você, leitor, o que acha que pode ser feito para apoiar causas como a do Falun Gong? Por meio da conscientização e do ativismo, juntos, podemos criar um mundo mais justo e humano. Compartilhe suas opiniões e ajude a dar voz a essa luta.
Dorothy Li contribuiu para esta reportagem.
Nota: Este artigo é um esforço para aumentar a conscientização sobre as questões dos direitos humanos na China e o impacto da repressão sobre a prática do Falun Gong.