Acusações no Itaú: Ex-Diretor Sob Investigação e Possível Ação Judicial
Recentemente, o Itaú Unibanco entrou na mira de um escândalo envolvendo seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel. O banco alega que Broedel violou normas internas e esteve em um grave conflito de interesses ao se beneficiar em contratações de pareceres técnicos. Esse episódio pode resultar em uma ação civil contra ele e um sócio seu, Eliseu Martins, que está sendo considerado para 2025, após o recesso do Judiciário.
Detalhes das Acusações
As informações foram inicialmente divulgadas pelo site Brazil Journal, que noticiou que o Itaú está buscando a ajuda de um escritório de advocacia para processar Broedel e Martins. Um executivo próximo às investigações internas indicou que existem indícios de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e até associação criminosa. Essa situação promete se prolongar, envolvendo perícias e solicitações de indenização.
O que diz a assembleia do banco
As acusações foram formalizadas em uma assembleia geral extraordinária do Itaú, cujo documento foi assinado pelos diretores José Virgilio Vita Neto e Álvaro Felipe Rizzi Rodrigues. O banco também notificou o Banco Central e outras entidades regulatórias sobre as apurações.
De acordo com os relatos, Broedel teria utilizado sua posição para aprovar pagamentos a um fornecedor com o qual mantinha relações pessoais, totalizando cerca de R$ 10,45 milhões nos últimos quatro anos. A distribuição financeira parece ser assim:
- 2021: R$ 3,38 milhões
- 2022: R$ 1,85 milhão
- 2023: R$ 3,35 milhões
- 2024: R$ 1,87 milhão
A Investigação Interna
A investigação interna do Itaú começou em agosto e foi finalizada em novembro. Para garantir que irregularidades anteriores a três anos não prescrevam, o banco protocolou um protesto interruptivo de prescrição. Além disso, foi solicitada a anulação das contas de Broedel entre 2021 e 2023, com a intenção de recuperar valores indevidamente pagos.
Contratações suspeitas
O Itaú afirma que Broedel contratou cerca de 40 pareceres da empresa Care, pertencente a Martins e seu filho, por um total de R$ 13,26 milhões. Um aspecto preocupante da apuração é que Broedel não informou ao banco sobre sua relação profissional com Martins, violando diretrizes de transparência essenciais para o cumprimento das normativas regulatórias.
Transferências Suspeitas
As investigações apontam que Broedel e sua empresa podem ter recebido 56 transferências de Care e outra companhia de Martins, chamada Evam, totalizando R$ 4,86 milhões. Alarmantemente, 23 dessas transferências ocorreram em datas próximas aos pagamentos feitos pelo Itaú à Care.
Rebates e pareceres não localizados
A investigação sugere que Broedel poderia estar recebendo um “rebate” de até 40% ao contratar sua empresa. Além disso, o Itaú declara que não conseguiu localizar 20 dos 40 pareceres contratados, sendo que alguns foram pagos antecipadamente. O banco exige uma indenização de R$ 6,6 milhões pelos pareceres não entregues, além de R$ 4,86 milhões referentes às transferências suspeitas.
A Resposta do Ex-Diretor
Diante das acusações, Alexsandro Broedel classificou as alegações do Itaú como infundadas e sem fundamento. Ele anunciou que tomará medidas judiciais para proteger sua honra. Broedel, que deixou o Itaú em julho após 12 anos de trabalho, assumiu um novo cargo no Santander em Madri, sua nomeação ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central espanhol.
Em uma declaração, Broedel enfatizou que os serviços contratados pelo banco eram de conhecimento de diversas áreas da instituição e que Eliseu Martins já era fornecedor do Itaú há vários anos, afirmando que não havia registros de irregularidades até então.
Reflexões Finais
A saga envolvendo o ex-diretor financeiro do Itaú destaca a importância da transparência e da ética nas relações profissionais, especialmente em grandes instituições financeiras. Embora alegações de irregularidades sejam graves e necessitem de apuração minuciosa, também surgem questionamentos sobre os procedimentos internos de controle e a responsabilidade dos executivos.
É interessante observar como reações e acusações podem mudar rapidamente, especialmente em ambientes corporativos em que a reputação é tudo. Com a ação civil ainda nos planos, o Itaú deve se preparar para um longo caminho nas investigações e possíveis batalhas judiciais. Será que a verdade prevalecerá, ou mais segredos ainda estão por vir à tona?
Esse caso convida a uma reflexão mais ampla sobre a necessidade de governança sólida e condução ética nos negócios. O que você pensa sobre essa situação? Deixe suas opiniões nos comentários!