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Janeiro de 2024: O Mês Mais Quente da História
No início de 2024, presenciamos um janeiro sem precedentes, sendo o mais quente já registrado até agora. Esse marco dá continuidade a uma onda de temperaturas globais extremas que tem se intensificado. Curiosamente, isso ocorreu simultaneamente à presença do fenômeno climático La Niña, que costuma trazer um efeito de resfriamento. Essas informações foram divulgadas por especialistas da União Europeia em um recente boletim.
Um Cenário de Calor Extremo
O mês passado não foi apenas quente; ele faz parte de uma sequência impressionante: 18 dos últimos 19 meses tiveram temperaturas médias globais mais de 1,5 grau Celsius acima das médias pré-industriais. Esses dados foram relatados pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da UE, que monitora e reporta sobre as condições climáticas globais.
O que é intrigante nessa situação é que, mesmo após a saída do padrão de aquecimento conhecido como El Niño — que vem associado a temperaturas elevadas —, ainda assim, as temperaturas se manteram em níveis recordes. No seu lugar, estamos agora sob a influência do La Niña, que tradicionalmente indica um resfriamento das águas do Pacífico equatorial e que, portanto, deveria ajudar a conter um pouco o calor global.
Por Que os Recordes de Calor Persistem?
“É surpreendente que continuemos a registrar temperaturas tão elevadas, mesmo fora da influência do El Niño”, afirma Samantha Burgess, uma das líderes do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, que cuida do serviço C3S. Ela menciona ainda que o El Niño atingiu seu pico há mais de um mês.
No mês de janeiro, a temperatura média global alcançou impressionantes 1,75°C acima do que se observava na era pré-industrial. Essa realidade levanta questões sobre as dinâmicas climáticas que estão em jogo.
A Influência do La Niña e Outras Variáveis
Embora o Copernicus destaque que o La Niña ainda não se manifestou em sua plenitude, o clima global atualmente parece estar se situando em uma zona neutra entre os padrões climáticos quentes e frios. Isto é relevante, pois outros modelos meteorológicos, incluindo aqueles elaborados por cientistas dos Estados Unidos, apontam que as condições de La Niña já estão se confirmando.
- Se o La Niña se desenvolver completamente, pode parecer que seu potencial de resfriamento não será suficiente para reverter a tendência de aquecimento global.
- Além disso, fatores como ondas de calor em bacias oceânicas adjacentes e o problema fundamental das emissões de gases de efeito estufa estão influenciando esse cenário de aquecimento.
“O grande responsável pelo aquecimento do nosso clima é, sem dúvida, a queima de combustíveis fósseis”, ressalta Burgess. Isso nos leva a refletir sobre como nossas ações diárias impactam diretamente o clima do planeta.
Perspectivas Futuras: O Que Aguardar?
Cientistas da Berkeley Earth e do Met Office no Reino Unido projetam que o ano de 2025 poderá figurar como o terceiro mais quente já registrado. Embora ainda esperemos temperaturas mais amenas em comparação a 2024 e 2023, essa análise traz uma incerteza significativa em relação a como exatamente o fenômeno La Niña afetará as condições climáticas.
Em termos globais, as temperaturas médias da superfície do mar em janeiro de 2024 foram as segundas mais altas já observadas para o mês, superadas apenas pelos números de janeiro do ano anterior.
Refletindo Sobre Nossas Ações
Com dados tão alarmantes, é essencial que todos nós nos envolvamos na conversa sobre mudanças climáticas. Como você pode modificar sua rotina diária para reduzir sua pegada de carbono? Pense em pequenas ações, como o uso de transporte público, a redução do consumo de plásticos ou a economia de energia em casa. Essas escolhas podem parecer insignificantes à primeira vista, mas, quando multiplicadas por milhões de pessoas, têm potencial para gerar um impacto significativo.