domingo, junho 8, 2025

JBS: Como a Gigante do Agro Brasileiro Alcançou R$ 417 Bilhões em 2024


JBS

Divulgação/JBS

Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, ressalta o desempenho da área de carne bovina nos Estados Unidos.

Resultados Impressionantes da JBS

Recentemente, a JBS, reconhecida como a maior produtora de carnes do planeta e líder do agronegócio brasileiro, divulgou seus resultados financeiros referentes ao quarto trimestre de 2024. A companhia reportou uma receita líquida consolidada de R$ 116,7 bilhões, representando um crescimento significativo de 21% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total de 2024, a JBS alcançou uma receita de R$ 417 bilhões, um aumento de 15% em relação a 2023. Esses números consolidam a presença da empresa na lista Forbes Agro100 de 2024.

O lucro no último trimestre foi de R$ 2,4 bilhões, uma impressionante recuperação em relação aos R$ 82,6 milhões reportados no mesmo trimestre do ano passado. Essa performance foi impulsionada por melhorias operacionais em várias áreas da empresa, resultando até na redução da dívida.

Performance Anual e Recuperação de Lucros

Em 2024, a JBS teve um resultado líquido de R$ 9,6 bilhões, recuperando-se após um ano desafiador em que registrou prejuízos de aproximadamente R$ 1 bilhão. Este retorno aos lucros foi resultado de uma série de fatores, incluindo a superação da crise causada pelo excesso de oferta de aves e os altos custos de produção associados aos preços elevados dos grãos.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado obteve um resultado notório de R$ 10,79 bilhões no último trimestre, marcando um aumento impressionante de 111,4% em comparação ao ano anterior. Ao longo de 2024, esse indicador atingiu perto de R$ 39 bilhões, crescendo 127,7% em relação a 2023.

Desempenho da Carne Bovina nos EUA

Em uma breve entrevista sobre os resultados, Gilberto Tomazoni destacou a performance das operações de carne bovina da JBS nos Estados Unidos, que ainda enfrenta desafios significativos, como a escassez de gado e custos elevados que pressionam suas margens. “A situação foi mais complicada em relação a 2023, mas conseguimos melhorar operacionalmente, o que é um indicador positivo de que o negócio está se adequando a seus desafios”, afirmou Tomazoni.

A divisão de carne bovina reportou um Ebitda de R$ 647,1 milhões no último trimestre, uma recuperação expressiva em relação ao resultado negativo de R$ 488,5 milhões no mesmo período do ano anterior. As margens aumentaram para 1,7%, uma progressão em relação ao índice de -1,6% observado anteriormente.

Desempenho da Seara e Outras Unidades

Outras divisões da JBS também mostraram resultados animadores. A Seara, que havia enfrentado um desempenho abaixo do esperado, conseguiu uma recuperação notável, com margens de dois dígitos nos dois últimos trimestres de 2024. O Ebitda ajustado da Seara somou R$ 2,627 bilhões, marcando um crescimento surpreendente de 292% em relação ao ano anterior.

A unidade Pilgrim’s, por sua vez, teve o melhor ano de sua trajetória, com um Ebitda ajustado de R$ 3,8 bilhões. Essa recuperação foi possível graças a uma maior disciplina financeira e melhorias operacionais, resultando em uma forte geração de caixa livre.

Fluxo de Caixa e Situação Financeira

No quarto trimestre, o fluxo de caixa das atividades operacionais foi de R$ 10,6 bilhões, totalizando R$ 30,6 bilhões durante todo o ano. A empresa também informou que possui US$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas e um total de disponibilidades de R$ 56,4 bilhões, permitindo a quitação de suas dívidas até 2032.

No fechamento de 2024, a dívida líquida ficou em US$ 13,6 bilhões (R$ 84 bilhões), uma redução de cerca de US$ 1,7 bilhão em comparação ao ano anterior. A alavancagem em dólares caiu para 1,89 vez, contra 4,42 vezes no final de 2023.

Challanges Ahead: Perspectivas Futuras

Tomazoni também comentou sobre os desafios que a JBS poderá enfrentar. Ele ressalta que a empresa está atenta às mudanças nas políticas de tarifas internacionais, especialmente após a recente presidência de Donald Trump nos EUA, mas acredita que a diversidade de operações da JBS ao redor do mundo garante uma resiliência à companhia.

“Estamos focados no que podemos controlar para nos adaptar de maneira proativa. Até agora, não identificamos impactos significativos”, mencionou Tomazoni. A operação da empresa se estende por Brasil, Canadá, México, EUA e Austrália, o que proporciona flexibilidade em tempos de incertezas comerciais.

Tendências do Mercado e Expectativas para a Agricultura

Quanto ao preço do milho, que está em alta no Brasil, Tomazoni referiu-se a movimentações especulativas geradas pela incerteza sobre as tarifas. “O que temos observado é que o Brasil detém milho mais caro do mundo, possuindo um prêmio em relação a Chicago, consequência de especulações, especialmente relacionadas a tarifas adicionais”, declarou.

Ele também falou sobre as incertezas que envolvem a segunda safra de grãos no Brasil, que pode afetar as vendas dos produtores. Entretanto, Tomazoni está otimista quanto ao desenvolvimento do plantio da segunda safra, que é crucial e representa a maior parte da produção do país, afirmando: “Acreditamos que há mais espaço para a queda dos preços do que para um aumento”.

Embora tenha evitado discutir em detalhes o mercado da arroba bovina, que está se recuperando no Brasil, Tomazoni comentou que essa recuperação é favorável ao pecuarista, uma vez que melhorias nos preços podem beneficiar a todos os envolvidos na cadeia produtiva.

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