O Jeitto: Transformando o Crédito para Classes C e D no Brasil

O Jeitto, uma fintech brasileira, se destaca no mercado ao focar no crédito para as classes C e D, demonstrando um modelo de negócio que lembra períodos desafiadores de economias emergentes como a Rússia pós-Guerra Fria e a Nigéria nos anos 2010. Com a expansão prevista para a classe B- e um novo segmento de financiamento na área da saúde, a expectativa é de um faturamento impressionante de cerca de R$ 800 milhões até o final de 2025.

Uma Jornada de Experiência no Mercado Financeiro

Fernando Silva, fundador da companhia, iniciou sua trajetória em 2015, após consolidar sua presença em instituições financeiras em mercados emergentes. Antes de retornar ao Brasil, teve uma carreira rica em experiências internacionais. Ele participou da criação do Renaissance Credit, um dos maiores bancos da Rússia, e foi responsável por estabelecer a primeira financeira na Nigéria. Essas vivências o prepararam para entender as nuances do crédito em economias em desenvolvimento.

“Eu venho de um background relacionado a crédito, sempre imerso em contextos econômicos desafiadores, onde o público é frequentemente vulnerável”, relata Fernando. Essa vivência em ambientes financeiros complexos foi crucial para o surgimento do Jeitto. No entanto, embora as suas experiências internacionais tenham influenciado sua visão, parte essencial do modelo do Jeitto surgiu em São Paulo, inspirado pelos “pastinhas”, agentes que ajudavam pessoas a conseguir crédito nas ruas.

Reimaginando o Crédito: A Influência dos “Pastinhas”

Os “pastinhas” eram figuras comuns nas praças e pontos movimentados de transporte público, oferecendo empréstimos a quem precisava. Fernando observa: “Esses agentes auxiliavam pessoas a buscar pequenas quantias, como R$ 200, mas frequentemente acabavam direcionando-as a contratações muito maiores e indesejadas.” Isso gerava um ciclo de endividamento, onde a pessoa acabava contraindo dívidas superiores às suas reais necessidades.

Fernando destaca um ponto crítico: “Um cliente que tinha urgência para quitar uma conta de R$ 200 muitas vezes saía com um empréstimo de R$ 2 mil, ampliando sua dívida de forma desnecessária.” Essa prática levou o Jeitto a repensar completamente como poderia oferecer crédito de maneira mais responsável e acessível.

O Funcionamento do Jeitto: Inovação e Tecnologia a Serviço do Usuário

A proposta do Jeitto é bem clara: distanciar-se da abordagem tradicional, utilizando uma tecnologia que analisa dados de usuários para tomada de decisão em concessão de crédito. E essa estratégia tem se mostrado eficaz, mesmo em um cenário onde aplicativos de mensagens e dados pessoais estão cada vez mais presentes.

• Empréstimos Mensais: O Jeitto oferece créditos que não ultrapassam R$ 3 mil, com um produto específico de crédito digital mensal com limite de até R$ 500.
• Avaliação de Dados: O motor de crédito da fintech analisa cerca de 2 mil pontos de dados antes de liberar um empréstimo, garantindo uma avaliação precisa e justa.

Com a meta de alcançar R$ 800 milhões em faturamento até 2025, a empresa já está de olho em novos horizontes. Fernando menciona a relevância do crédito para tratamentos de saúde: “Estamos percebendo uma crescente demanda por financiamento de tratamentos dentários, que variam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Nosso planejamento é lançar esses produtos ainda no início do próximo ano.”

Foco no Futuro: Expansão e Novas Oportunidades

A expansão do Jeitto não se limita apenas ao financiamento pessoal. O objetivo é criar soluções que também atendam ao público da classe B-, proporcionando acesso a serviços que vão além do crédito básico. “Embora nossa vocação principal seja atender as classes C e D, estamos percebendo um potencial significativo no mercado B-”, complementa Fernando.

Os planos futuros incluem a introdução de produtos financeiros que ajudem a cobrir não apenas emergências imediatas, mas também investimentos em saúde, educação e planejamento financeiro. Essa abordagem holística visa não apenas melhorar a qualidade de vida dos usuários, mas também criar um ciclo sustentável que beneficie toda a cadeia de serviços financeiros.

Considerações Finais

O Jeitto está revolucionando a forma como as classes C e D no Brasil acessam crédito, empoderando pessoas com soluções financeiras inovadoras e adaptadas às suas necessidades reais. O caminho percorrido por Fernando Silva e sua equipe demonstra que é possível aliar tecnologia e empatia, criando um futuro onde o crédito se torne uma ferramenta de transformação e inclusão social.

Estamos ansiosos para ver como o Jeitto irá se desenvolver nos próximos anos. Quais são suas expectativas para o futuro do crédito em mercados emergentes? Compartilhe suas opiniões e vamos juntos refletir sobre este tema que toca a vida de tantos brasileiros!