Klabin: Perspectivas de Crescimento e Desafios Futuros
A Klabin, uma das líderes do setor de papel e celulose no Brasil, está se preparando para um novo ciclo de crescimento que promete elevar sua produção em 200 mil toneladas até 2025, comparado aos números de 2023. Esse aumento é respaldado por uma combinação de fatores, incluindo a reativação de fábricas e o desempenho de novas máquinas, que foram instaladas ao longo dos últimos anos.
Expansão e Aumento de Produção
A previsão de incremento na produção é impulsionada especialmente por dois projetos chave. O primeiro é o aumento da capacidade das máquinas 27 e 28, localizadas em Origueira, Paraná, que devem somar cerca de 86 mil toneladas ao total. O segundo ponto relevante é a reativação da fábrica de produtos reciclados em Paulínia, São Paulo, prevista para ser concluída no segundo trimestre do próximo ano. Essas iniciativas foram discutidas por Marcos Ivo, o diretor financeiro da empresa, durante uma apresentação voltada para investidores.
Uma outra boa notícia é que, em 2025, a fábrica de Monte Alegre, no Paraná, não deverá passar por paradas gerais para manutenção, o que poderá gerar uma produção adicional de cerca de 30 mil toneladas em comparação a 2024. Segundo Ivo, todos esses esforços indicam uma produção incremental que ultrapassará a marca de 200 mil toneladas em 2025.
Estratégia de Desalavancagem
Com um cenário econômico que indica um período de redução de endividamento nos próximos dois a três anos, a Klabin se mantém cautelosa, buscando demonstrar sua capacidade de geração de caixa e estabilidade financeira. Conforme mencionado pelo presidente-executivo, Cristiano Teixeira, a empresa está em um “momento de colheita”, após investimentos significativos realizados nos últimos anos para aumentar sua capacidade produtiva. A intenção é reter lucros e utilizar esses recursos para reduzir a alavancagem.
Recentemente, a Klabin ajustou sua política de endividamento, o que reflete essa estratégia. A dívida líquida em relação ao Ebitda foi reduzida de 4,5 vezes para uma previsão de até 3,9 vezes, ampliando o prazo de 24 para 12 meses. Além disso, a distribuição de dividendos foi cortada de 15% a 25% do Ebitda ajustado para uma faixa entre 10% e 20%. Esses ajustes são testes claros da determinação da empresa em priorizar a saúde financeira a curto prazo.
Potencial de Crescimento Nacional
Durante a apresentação, o tema da internacionalização foi abordado. Teixeira enfatizou que o Brasil ainda apresenta vastas oportunidades, particularmente no aumento das áreas de plantio de eucalipto e pinus – essenciais para a produção de papel. Apesar das incertezas globais, a Klabin se compromete a concentrar investimentos localmente, ressaltando que a expansão será direcionada ao Brasil, sem planos imediatos para operações relevantes fora do país.
A intenção da Klabin é focar no segmento de celulose fluff, um tipo de celulose de alta rentabilidade, que é utilizada em produtos como fraldas e absorventes. Teixeira mencionou que, se a empresa decidir investir nesse segmento nos próximos anos, será para construir uma fábrica com capacidade de 600 mil a 800 mil toneladas.
O Cenário Cambial e Seus Efeitos
O câmbio é outro aspecto relevante que pode impactar a produção e os custos da Klabin. Com a projeção de um dólar acima da casa de 6 reais, Marcos Ivo informou que cerca de 15% do custo de produção da empresa é atrelado à moeda americana, enquanto os investimentos de manutenção atingem 25%. Para cada variação de 10 centavos no câmbio, a Klabin enfrenta um impacto de 160 milhões de reais no Ebitda.
Ainda assim, a Klabin planeja um aporte significativo com a monetização de terras excedentes, estimando um recurso de 1,8 bilhão de reais através do chamado Projeto Platô, o que contribuirá para a redução da alavancagem financeira da companhia, que finalizou setembro com uma relação de 3,9 vezes em dólar.
Perspectivas de Mercado para Celulose
Em relação ao mercado de celulose, Alexandre Nicolini, diretor comercial da área, aponta que a expectativa para o primeiro trimestre é de estabilidade nos preços, especialmente após um ano desafiador com a entrada de novas fábricas, como a da Suzano em Mato Grosso do Sul. Apesar de uma recuperação na demanda por celulose na China, os preços se mantêm estabilizados entre 540 e 550 dólares nos últimos meses, enquanto na Europa houve uma nova correção para baixo.
Nicolini acredita que o mercado atingiu um piso de preços e espera que essa tendência de estabilidade prevaleça no início do próximo ano. Por outro lado, Douglas Dalmasi, diretor de embalagens da Klabin, vê um cenário bastante favorável para o setor no Brasil, caso a economia continue avançando, com índices de desemprego baixos e aumento da renda da população.
Reflexões Finais
A trajetória da Klabin nos próximos anos mostra um mix interessante de oportunidades e desafios. Com um forte plano de expansão e iniciativas focadas em aumentar a capacidade produtiva, a empresa se posiciona para um futuro mais estável e lucrativo. O Brasil, em particular, ainda oferece um ambiente fértil para o crescimento do setor, à medida que a demanda por produtos sustentáveis e embalagens de papel segue em alta.
E você, o que pensa sobre as perspectivas da Klabin? Acredita que a empresa será capaz de navegar por esses desafios e continuar a crescer? Compartilhe sua opinião!