Desempenho da Klabin no Terceiro Trimestre de 2024: Análise dos Resultados Financeiros
Na última segunda-feira (4), a Klabin (KLBN11) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024. O destaque ficou por conta do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que alcançou R$ 1,8 bilhão, representando um crescimento de 33% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, houve uma queda de 12% em relação ao trimestre anterior.
Análise dos Resultados
Os números mostram que, apesar do aumento significativo ano a ano, a Klabin enfrentou desafios nos últimos meses. Os principais fatores que influenciaram a queda trimestral foram:
- Volumes reduzidos na divisão de celulose;
- Aumento dos custos no setor de papel e embalagens.
Apesar disso, o desempenho do segmento de celulose superou ligeiramente as previsões do mercado, enquanto os resultados do segmento de papel ficaram um pouco abaixo do esperado. Na manhã de segunda-feira, as ações da empresa apresentavam uma alta de 2,38%, negociadas a R$ 21,52.
Desempenho em Relação às Expectativas de Mercado
Os resultados de Ebitda da Klabin ficaram 5% acima da estimativa do Itaú BBA, que previa um valor de R$ 1,7 bilhão. A instituição ressaltou a manutenção de uma estrutura de capital saudável pela empresa, mesmo diante do aumento da alavancagem financeira devido ao financiamento do projeto Caetê.
De acordo com o BTG Pactual, a performance da Klabin foi robusta e superou as expectativas, com o Ebitda superando em 8% suas projeções. O BTG observou que uma receita por tonelada mais alta na área de celulose e uma diminuição nos custos em caixa por tonelada contribuíram para esse resultado otimista. Além disso, a companhia registrou uma geração de caixa livre significativa, superando R$ 800 milhões, com um yield anualizado de 14% sustentado por uma positiva liberação de capital de giro.
Evolução da Alavancagem e Perspectivas Futuras
Recentemente, a alavancagem da Klabin subiu para 4,1 vezes, como era esperado devido aos pagamentos realizados para o projeto Caetê. Contudo, com o novo fluxo de caixa de R$ 1,8 bilhão proveniente do Projeto Plateau, o BTG antecipa uma redução gradual dos níveis de alavancagem.
Além disso, o BTG Pactual considera a Klabin como uma empresa com uma gestão competente e diversificada, proporcionando um ambiente seguro para investimentos, especialmente em um contexto de real desvalorizado. Apesar do cenário desafiador, a instituição manteve a recomendação de compra e um preço-alvo para as ações em R$ 28.
Avaliação de Outros Analistas
O JPMorgan também se manifestou de maneira positiva em relação aos resultados, destacando os números melhores do que o esperado nos segmentos de papel e embalagens. O Ebitda reportado pela Klabin foi 7% superior às expectativas do JPMorgan. No segmento de papel e embalagens, a empresa alcançou um Ebitda de R$ 1,1 bilhão, superando as previsões em 15,7%, impulsionado por preços mais altos e custos operacionais reduzidos.
Por outro lado, o segmento de celulose gerou um Ebitda de R$ 708 milhões, que ficou 1,3% abaixo das expectativas do JPMorgan, principalmente devido a custos mais elevados que compensaram preços e volumes de vendas que estavam acima do previsto.
O Ebitda ajustado da Klabin também se mostrou favorável, sendo 3% maior que as projeções do Morgan Stanley. Isso se deu por conta de vendas líquidas ligeiramente acima das estimativas e redução nas despesas gerais e administrativas.
Expectativas para o Futuro
Já o Banco Bradesco BBI classificou os dados apresentados como neutros, pois o desempenho operacional menos robusto era amplamente antecipado pelo mercado. Com a produção da divisão de celulose estabilizando-se e o alívio nos gargalos logísticos do setor de papel, o BBI prevê uma melhoria no desempenho operacional da empresa nos próximos trimestres. Além disso, com a implementação do projeto Plateau e novas políticas fiscais e de dividendos, a alavancagem deve começar a se reduzir, podendo ficar abaixo de 3,0 vezes até o final de 2025.
Apesar dessas análises, o BBI optou por priorizar sua recomendação sobre a Suzano (considerada outperform) em relação à Klabin, mantendo uma recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 25. Em contrapartida, Itaú BBA e JPMorgan reiteraram suas recomendações de compra, com preços-alvo ajustados para R$ 26 e R$ 28, respectivamente.
Considerações Finais
Os resultados do terceiro trimestre de 2024 da Klabin mostram uma empresa que, apesar de enfrentar desafios temporários, continua a apresentar um desempenho financeiro robusto, com uma estrutura de capital saudável e expectativas promissoras para o futuro.
- Ponto positivo: A forte geração de caixa livre e o incremento no Ebitda em relação ao ano anterior demonstram resiliência.
- Ponto a ser monitorado: O aumento da alavancagem e os custos crescentes no setor de papel e embalagens.
Diante do cenário apresentado, fica a curiosidade: como a Klabin se posicionará para superar os desafios e aproveitar as oportunidades que se avizinham? O futuro promete ser intrigante para essa gigante do papel e celulose. Que tal dividir sua opinião nos comentários e continuar essa conversa?