Na última segunda-feira, 4 de outubro, a Klabin, a maior produtora de papel para embalagens do Brasil, anunciou seus resultados operacionais referentes ao terceiro trimestre deste ano. A performance da empresa foi positiva, alinhando-se com as expectativas do mercado, especialmente devido ao incremento na receita e à redução de custos.
Aumento no Ebitda e Faturamento
Um dos destaques do balanço foi o Ebitda ajustado, que chegou a R$ 1,8 bilhão, refletindo um crescimento de 33% comparado ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho superou levemente as projeções dos analistas, que esperavam um Ebitda na faixa de R$ 1,77 bilhão.
Esse aumento é resultado de diversos fatores, como:
- Valorização dos preços de celulose e ‘containerboard’;
- Crescimento no volume de vendas nos segmentos de papéis e embalagens;
- Taxa de câmbio favorável, com o dólar se fortalecendo em relação ao real;
- Apesar de um aumento nos custos de caixa durante o período.
Essas informações demonstram a capacidade da Klabin de se adaptar e prosperar em um cenário desafiador. A receita líquida da empresa também teve um crescimento significativo, alcançando aproximadamente R$ 5 bilhões. Esse incremento de 14% foi sustentado por:
- Variações cambiais;
- Aumento nos preços de celulose e papelão;
- Expansão nas vendas de papéis e embalagens.
É interessante notar que, apesar do crescimento na receita, o volume total vendido caiu 3%, em grande parte em razão uma redução de 25% nas vendas de celulose. A Klabin vinculou essa queda à manutenção programada na sua fábrica de Ortigueira (PR), que ocorreu em julho.
Desafios na Produção e Impactos
No mês de agosto, a Klabin também enfrentou uma breve interrupção de seis dias para manutenção da caldeira de recuperação 1, o que impactou a produção de celulose. A boa notícia é que, após esse período, a fábrica voltou a operar normalmente.
Em termos de custos, o caixa de produção de celulose, um indicador crucial de eficiência, também merece destaque. Ele se situou em R$ 1.157 por tonelada, excluindo gastos com manutenção, representando uma queda de 12% em relação ao segundo trimestre de 2023. No entanto, ao considerar o impacto da parada, o custo total chegou a R$ 1.695 por tonelada.
O custo caixa total da Klabin aumentou 4% quando comparado ao ano anterior, alcançando R$ 3.179 por tonelada sem considerar paradas e R$ 3.384 com essas interrupções, um crescimento de 8%.
Despesas e Lucros
Um outro aspecto a ser mencionado é o aumento das despesas administrativas e gerais, que subiram 16% no período. Segundo a Klabin, isso se deve principalmente ao crescimento de gastos com consultorias para projetos estratégicos e honorários advocatícios pontuais.
Mesmo diante de um cenário desafiador, a empresa reportou um lucro líquido expressivo de R$ 729 milhões no terceiro trimestre, uma melhora significativa em relação aos R$ 245 milhões do mesmo período no ano anterior. Isso mostra que a Klabin não só tem gerenciado bem suas operações, mas também conseguido gerar valor aos seus acionistas.
Relação de Endividamento
Por fim, é importante ressaltar a relação de endividamento da companhia. Em setembro, a Klabin registrava um índice de 3,9 vezes de dívida líquida sobre Ebitda em dólares, um aumento em comparação com 3,2 vezes no final do terceiro trimestre do ano anterior. Esse fator é crucial para entender a saúde financeira da empresa e sua capacidade de enfrentar desafios futuros.
Perspectivas Futuras
A trajetória da Klabin evidencia uma empresa resiliente, que tem conseguido enfrentar adversidades enquanto busca crescer e se adaptar às demandas do mercado. Fatores como a variação cambial, os custos de produção e a gestão eficiente de recursos costumam ser questões que merecem atenção contínua.
Como se pode observar, o setor de papel e celulose no Brasil está em constante evolução. Com o aumento da demanda por embalagens sustentáveis e a transformação digital, as empresas que pensam além e se adaptam rapidamente têm maiores chances de prosperar.
