sábado, dezembro 6, 2025

Lucro Surpreendente: As Ações Disparam, Mas Será Que O Resultado É Para Celebrar?






Resultados do Santander Brasil no 3º Trimestre de 2025

No início da temporada de resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2025 (3T25), o Banco Santander Brasil (SANB11) apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 4,0 bilhões. Esse número representa um crescimento de 9,6% em comparação ao trimestre anterior e 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, superando as expectativas do mercado em 6,9%, de acordo com dados da Bloomberg.

Retorno e Performance das Ações

O retorno sobre o patrimônio (ROE) do banco atingiu 17,5%, também acima da expectativa de 15,8% definida pelo Bradesco BBI e dos 16,4% do 2T25. Em um dia positivo para o mercado, as ações SANB11 encerraram o pregão com alta de 1,60%, cotadas a R$ 29,83, após uma valorização que chegou a quase 3% ao longo do dia.

Fatores que Impulsionaram os Resultados

Segundo análise do Bradesco BBI, o desempenho robusto do Santander foi impulsionado por:

  • Redução nas despesas operacionais: uma queda de 5,2% em comparação ao trimestre anterior.
  • Menores despesas com provisões: redução de 2,1% em relação ao que o banco havia projetado.
  • Alíquota efetiva de impostos: uma diminuição significativa para 4,4%, muito abaixo dos 9,5% esperados pelos analistas.

Além disso, o lucro antes dos impostos foi de R$ 4,3 bilhões, o que representa um leve crescimento de 2,1% em relação ao trimestre anterior, mas uma pequena queda de 1% em comparação ao ano anterior.

Perspectivas e Desafios

De acordo com analistas, apesar de esperarem uma performance fraca nas receitas de tesouraria, as tendências gerais foram positivas. A estabilidade na formação de inadimplência e a forte expansão nas receitas de tarifas contribuíram para resultados mais otimistas.

“O Santander Brasil apresentou um desempenho notável no 3T25, com enfoque em despesas operacionais, especialmente na redução de gastos com pessoal, que caiu 0,9% em relação ao trimestre anterior. Isso foi possível por uma otimização na força de trabalho, além do controle de custo de risco e formação de NPLs (créditos em atraso) estáveis”, comentou um analista.

Aumento da Inadimplência

Por outro lado, o índice de inadimplência superior a 90 dias subiu, passando de 3,1% em junho para 3,4% em setembro. O Bradesco BBI observou que essa piora se deveu a uma redução nas baixas contábeis, que caiu para 0,9% da carteira, em comparação aos 1,5% no 2T25, resultado de baixas antecipadas. Entretanto, os índices de inadimplência iniciais melhoraram trimestre a trimestre, mantendo a formação de NPLs em 1,2%.

Desempenho dos Resultados e Opiniões do Mercado

Embora o banco tenha lidado com perdas relevantes na tesouraria, que somaram R$ 1,3 bilhão, em comparação às perdas de R$ 730 milhões no 2T25, ainda conseguiu expandir tanto o lucro antes dos impostos quanto o lucro líquido.

Por outro lado, o JPMorgan skenator destacou que, apesar do lucro ter superado as expectativas, a qualidade dos resultados foi considerada fraca, já que o lucro antes dos impostos caiu em 6%. Embora o lucro por ação tenha superado suas previsões em 5%, essa queda deve-se a uma alíquota efetiva de imposto significativamente inferior, em torno de 4%, contra os 15% esperados pelo banco.

Opiniões Diversificadas dos Especialistas

O Morgan Stanley também explicou que, mesmo com um lucro que superou suas expectativas em 19%, esse aumento foi principalmente reflexo de uma tributação bem menor. O lucro antes dos impostos cresceu de forma modesta, ficando abaixo do consenso, mas em linha com as suas próprias estimativas.

Por outro lado, o JPMorgan destacou alguns pontos positivos, mesmo com resultados considerados fracos:

  • Aceleração nos empréstimos: crescimento de 4% ano a ano.
  • Otimização de custos.
  • Melhoria nas receitas de tarifas.
  • Qualidade de ativos sob controle.

Aceleração na Carteira de Empréstimos

O crescimento na carteira de empréstimos, que é um indicador importante para o banco, teve uma aceleração de 4% em comparação ao ano anterior e 2% em comparação ao trimestre anterior, beneficiado por grandes empresas e PMEs, que cresceram 5% e 4%, respectivamente.

De maneira geral, apesar das dificuldades, o JPMorgan mantém uma classificação de overweight (exposição acima da média) para as ações SANB11, considerando que a instituição está sendo negociada a múltiplos acessíveis, cerca de 6,3 vezes o P/L para 2026, e 1,05 vezes o P/VPA (preço sobre valor patrimonial) para 2026, com expectativas de um ROE convergindo para 17-18% num futuro próximo. O Morgan Stanley também expressou uma visão positiva, mantendo a recomendação de overweight para as ações do banco.

Visão dos Especialistas Sobre o Valuation

Por outro lado, o Bradesco BBI adota uma recomendação neutra, observando a avaliação atual e as perspectivas de crescimento moderado. No entanto, o banco reconhece a resiliência operacional e a capacidade de gerar resultados mesmo em um ambiente desafiador.





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