Polêmica em Torno do Filme “Ainda Estou Aqui”: Oposição de Mario Frias e a Relevância Cultural da Obra
No último sábado (25), o deputado federal Mario Frias (PL), que passou pelo cargo de secretário da Cultura no governo Bolsonaro, não poupou críticas ao filme brasileiro Ainda Estou Aqui, um drama que tem gerado intensas discussões no cenário cultural do país. Através de suas redes sociais, Frias chamou o longa-metragem de “peça de propaganda e desinformação comunista”, amplificando ainda mais o divide político atual.
As Críticas de Mario Frias e Sua Visão Sobre a Cultura Brasileira
Frias, que também possui uma carreira como ator, abriu sua crítica afirmando que a arte brasileira deveria sempre estar alinhada ao “bem e à verdade”. Para ele, considerar Ainda Estou Aqui como uma forma de arte seria, em suas palavras, “destruir” a cultura nacional. Segundo o deputado, transformar o que ele classifica como uma propaganda ideológica em arte não enriquece, mas sim empobrece o cenário cultural do Brasil. “Quando você transforma uma peça de propaganda e desinformação comunista em arte, não está enriquecendo a cultura nacional, está destruindo-a”, afirmou em um tom bastante contundente.
Ainda em seu discurso, Frias atacou a qualidade artística do filme, descrevendo-o como “antítese da arte”. Para ele, o longa serve apenas como uma ferramenta de “manipulação psicológica”. A crítica ao filme é acompanhada de uma reflexão mais ampla sobre a arte em si: para Frias, separar a estética da moralidade é um erro perigoso, especialmente para quem se considera um verdadeiro defensor da cultura.
A Celebração do Prêmio de Fernanda Torres e Suas Implicações
Além de criticar o filme, o deputado também se debruçou sobre a celebração que cercou o prêmio de Melhor Atriz de Drama conquistado por Fernanda Torres no Globo de Ouro 2025. Para Frias, essa vitória não representa apenas um reconhecimento artístico, mas sim uma “autobajulação de militantes da esquerda”. O filme, que já recebeu três indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, continua a provocar polêmicas em meio a um cenário político repleto de divisões.
A Trama de “Ainda Estou Aqui” e Seus Fundamentos Históricos
Dirigido pelo renomado cineasta Walter Salles, Ainda Estou Aqui é uma produção que combina ficção e verdades históricas. O filme é baseado no livro homônimo do jornalista Marcelo Rubens Paiva, que retrata a tragédia familiar vivida durante a Ditadura Militar no Brasil. Com um elenco estrelado, incluindo Fernanda Torres e Selton Mello, a obra chega ao coração do público e lota as salas de cinema.
No relato autobiográfico de Paiva, publicado em 2015, ele narra a experiência dolorosa de sua família, focando na prisão e no desaparecimento de seu pai, Rubens Paiva, ocorrido em 1971. A narrativa também destaca a resiliência de sua mãe, Eunice Paiva, que, mesmo após ser presa e torturada, lutou para criar seus cinco filhos em meio a um cenário de dor e adversidade.
Reconhecimento Internacional e a Importância Cultural do Filme
O filme brasileiro fez história ao ser indicado a Melhor Filme na principal categoria do Oscar 2025, um marco significativo para a cinematografia nacional. Essa é a primeira vez que um longa brasileiro compete nessa categoria, o que evidencia a crescente valorização da produção cinematográfica do país no cenário internacional.
Além da indicação para Melhor Filme, Ainda Estou Aqui também recebeu indicações a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, reconhecendo o talento de Fernanda Torres em sua atuação poderosa. Essas conquistas não apenas elevam o nome do filme, mas também reforçam a importância de narrativas que abordam a história e a cultura brasileira, mesmo em meio às divisões políticas que permeiam a sociedade.
Reflexões Finais: A Relevância da Arte em Tempos de Polarização
Os comentários de Mario Frias, embora polêmicos, levantam questões cruciais sobre o papel da arte na sociedade contemporânea. O embate entre diferentes percepções artísticas e ideológicas é um reflexo das tensões vividas no Brasil. As obras cinematográficas, como Ainda Estou Aqui, não apenas entretêm; elas também desempenham um papel fundamental na formação da memória coletiva e na reflexão sobre eventos passados que ainda ecoam na sociedade atual.
O diálogo sobre a relação entre arte e política deve ser constante, pois é por meio dele que podemos entender melhor o impacto de narrativas na construção de uma identidade nacional. O que você pensa sobre a crítica de Frias? Acha que o filme tem valor enquanto representação da história e da cultura brasileira? Compartilhe suas opiniões e vamos continuar essa conversa importante.