
Getty Images
Novos Horizontes: O Centro de Pesquisa Quântica da Nvidia
Durante a GTC 2025, a Nvidia revelou uma iniciativa empolgante: o Nvidia Accelerated Quantum Center (NVAQC), um novo centro de pesquisa voltado para a fusão da computação quântica com supercomputadores de inteligência artificial. Com previsão de operação para ainda este ano, o NVAQC tem como missão transformar a computação quântica experimental em uma realidade prática e aplicável.
Tim Costa, diretor sênior de Engenharia Assistida por Computador, Computação Quântica e CUDA-X, comenta: “Vemos nisso uma oportunidade de longo prazo. Nossa visão é que integrar a computing quântica aos supercomputadores atuais permitirá resolver problemas relevantes que ainda são insolúveis.”
A Evolução da Nvidia: De GPUs a Computação Acelerada
A trajetória da Nvidia é marcada por uma impressionante capacidade de diversificação. Originalmente focada em acelerar a renderização de gráficos 3D para videogames, a empresa se reinventou após o lançamento do CUDA, uma linguagem de programação criada para facilitar o processamento paralelo. Isso permitiu que desenvolvedores utilizassem as GPUs para uma ampla gama de aplicações, além dos jogos.
O avanço do CUDA não veio sem desafios. Segundo Jensen Huang, CEO da Nvidia, a decisão de investir nesse software impactou diretamente a margem bruta da empresa, que caiu de 45,6% em 2008 para 35,4% em 2010. “Tínhamos plena certeza de que a computação acelerada poderia resolver problemas que os computadores convencionais não conseguiam. Embora isso significasse um sacrifício momentâneo, eu acreditava profundamente no potencial do [CUDA].”
A crença de Huang continua a guiar as iniciativas da Nvidia, com Costa acrescentando: “Acreditamos firmemente que a computação acelerada se tornará o padrão, catalisando a evolução em todos os setores. Essa é a essência da estratégia CUDA-X.”
Conectando IA e Computação Quântica
A Nvidia não está apenas expandindo suas ofertas; está também redefinindo o que é possível no campo da IA. Essa nova abordagem leva a computação quântica a outro nível, proporcionando vantagens que vão além do que é atualmente viável com os supercomputadores tradicionais. Assim, o foco do NVAQC em Boston será “potencializar a IA para tornar os computadores quânticos ainda mais eficazes e úteis”, segundo Costa. A meta é tornar os computadores quânticos capazes de lidar com um grande número de qubits, superando as limitações atuais.
- Qubits e Performance: Atualmente, os computadores quânticos possuem entre 50 e 100 qubits, mas a verdadeira utilidade surgirá quando alcançarmos um milhão ou mais.
- Correção de Erros: Um dos maiores desafios é a correção de erros em tempo real, um problema que, segundo Costa, poderá ser resolvido através de algoritmos baseados em IA.
Desafios da Computação Quântica
A computação quântica enfrenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à interferência ambiental, que pode resultar em falhas frequentes nas operações. Cada operação é suscetível a erros, tornando a correção um aspecto fundamental para o avanço dessa tecnologia.
Doug Finke, diretor de conteúdo da Global Quantum Intelligence, destaca: “Nos próximos cinco anos, a correção de erros quânticos será o grande desafio da indústria.” O papel de cientista especializado nessa área é um dos mais procurados, dada a complexidade do problema.
O Papel da IA na Correção de Erros
Os qubits são notoriamente frágeis, com uma durabilidade de apenas 300 microssegundos. Isso exige decisões rápidas e complicadas cálculos para garantir que as operações se mantenham corretas. De acordo com uma estimativa, precisaríamos de mil qubits físicos para criar um único qubit lógico eficaz, o que aumenta as chances de erro.
Analisando essa questão, Finke afirma que a IA pode ser a chave para identificar os erros mais comuns e as melhores respostas para cada um deles. O NVAQC se unirá com instituições como a Harvard Quantum Initiative e o MIT, além de startups quânticas, para aprimorar modelos de IA focados na correção de erros.