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O Bitcoin e a descentralização monetária

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O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital descentralizada que permite transações financeiras online sem a necessidade de intermediários financeiros, como bancos ou governos. Criado em 2009 por um programador ou grupo de programadores sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, o BTC funciona através de um sistema de contabilidade pública descentralizada, conhecido como blockchain.

A tecnologia blockchain é um mecanismo de bancos de dados que possibilita o compartilhamento de informações na rede, ao armazenar as informações em blocos interligados por uma cadeia. Os dados são cronologicamente consistentes pois não é possível excluir nem modificar os registros sem o consenso da força computacional envolvida. Cada transação é validada por um conjunto de usuários, chamados de “mineradores”, que valendo-se de potentes computadores para resolver complexos problemas matemáticos e, assim, adicionar novos blocos à cadeia, em troca de uma remuneração ajustada a dificuldade de resolução dos códigos. Isso garante que cada transferência seja segura, privada e não possa ser duplicada.

Além disso, o Bitcoin é limitado em quantidade, com um máximo de 21 milhões de unidades em circulação, enquadrando-o no princípio de escassez. Blindando o valor da criptomoeda contra o processo inflacionário, que pode incidir sobre outras moedas fiduciárias manejadas por bancos centrais, como o dólar americano ou o euro.

Ainda que inicialmente tenha sido empregado principalmente para compras online anônimas, o BTC tornou-se cada vez mais popular como uma forma de investimento especulativo. Seu valor tem sido altamente volátil ao longo dos anos, com picos e quedas expressivas. Em dezembro de 2017, o preço do Bitcoin atingiu um recorde de quase US$ 20.000, antes de despencar para cerca de US$ 3.000 no final de 2018. Em seguida, o ativo subiu novamente para aproximadamente US$ 60.000 em abril de 2021, antes de cair reiteradamente chegando a ser negociado em torno de US$ 30.000 em julho de 2021.

A natureza dispersa da invenção de Satoshi Nakamoto também levou a algumas questões geopolíticas. Por exemplo, em países com governos autocráticos, como China e Rússia, o Bitcoin tem sido usado como uma forma de contornar os controles governamentais sobre o dinheiro e a liberdade financeira. Todavia, esses governos têm tentado restringir o seu respectivo uso, temendo que possa minar seu controle sobre a política econômica e social. Alguns exemplos que figuram como demonstrativos dessa reação são: a proibição de empresas financeiras lidarem com transações envolvendo o token, levada a cabo pelo Banco Popular da China em 2013; e a resolução da Duma Estatal Russa em 2019, que criminaliza o uso de criptomoedas como forma de pagamento.

Por outro lado, em nações onde as instituições financeiras são menos estáveis e seguras, permeadas de insegurança jurídica, como o Brasil, a blockchain pode vir a ser encarada como uma forma mais eficiente de custódia financeira. Isso abre margem para implicações que abrangeriam o sistema financeiro global, se uma grande adesão coletiva ao protocolo se materializar, marginalizando as moedas nacionais. No geral, o Bitcoin é uma tecnologia inovadora que tem potencial de mudar a forma como transacionamos mundialmente. Embora ainda haja muitas questões a serem resolvidas em relação à regulamentação e estabilidade do mercado cripto, o Bitcoin tem se sustentado frente ao teste do tempo e continua a crescer em popularidade. Faz-se, portanto, importante observar os desdobramentos dos criptoativos, pois eles podem ter um impacto significativo no futuro da economia global.

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