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O Fracasso da Guerra dos EUA contra a Tecnologia Chinesa: O que Deu Errado?

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A Nova Estratégia dos EUA e o Impacto nas Relações com a China: O Que Está em Jogo?

Recentemente, em setembro, o governo Biden apresentou uma proposta que visa proibir a entrada de veículos conectados e autônomos ligados à China no mercado estadunidense. Essa medida se insere em um amplo conjunto de ações que visam proteger a segurança econômica dos Estados Unidos. Desde a administração Trump, o país tem implementado restrições a empresas de telecomunicações chinesas, como a ZTE e a Huawei. Sob a liderança de Biden, muitas dessas políticas foram mantidas, enquanto novas diretrizes foram introduzidas, incluindo controles rigorosos de exportação sobre semicondutores avançados.

Ferramentas e Objetivos da Política Econômica dos EUA

A variedade de ferramentas à disposição de Washington é extensa. Desde controles de exportação e tarifas, até a proibição de produtos, análise de investimentos e restrições no fluxo de dados. Essas medidas visam objetivos distintos, como:

  • Retardar o avanço tecnológico da China: Focar em tecnologias de dupla utilização, impedindo o acesso da China a informações sensíveis.
  • Reduzir a dependência econômica: Buscar fontes alternativas para insumos e mercados.
  • Proteger a infraestrutura crítica: Garantir a segurança da infraestrutura nacional.
  • Proteger a competitividade industrial dos EUA: Impulsionar o emprego no setor manufatureiro americano.

Porém, a abordagem mais assertiva de Pequim, que adota um mercantilismo tecnológico, representa um desafio significativo à segurança econômica dos EUA e de seus aliados. Embora seja inegável que ações estejam sendo tomadas, os resultados são variados.

Resultados Mistos: O Que a História Revela

Ao examinar as indústrias e empresas alvo dessas medidas, fica evidente que a eficácia das ações do governo dos EUA é um assunto controverso. Vamos focar na indústria de semicondutores:

  • Recentemente, o Departamento de Comércio dos EUA adicionou cerca de 850 instituições e indivíduos chineses à sua lista de entidades, o que restringe sua capacidade de acessar tecnologias avançadas.
  • Em outubro de 2022, foram impostas severas restrições à venda de semicondutores aos chineses, fazendo com que várias empresas não conseguissem adquirir chips essenciais para desenvolvimento tecnológico.
  • O impacto foi devastador para algumas corporações, comprometendo seu desempenho em relação aos concorrentes ocidentais.

Porém, as medidas não têm sido totalmente eficazes. Embora a China tenha enfrentado problemas no setor de semicondutores, outras áreas, como o desenvolvimento de veículos elétricos, mostraram resultados surpreendentemente rápidos, com inovações e avanços significativos.

Adaptando-se às Restrições: A Resiliência Chinesa

Uma das reações mais destacadas foi a rápida adaptação da China a essas restrições. O foco em auto-suficiência impulsionou empresas locais a investir pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, tentando alcançar independência em tecnologias críticas, como semicondutores e inteligência artificial. Assim, a narrativa de que as restrições dos EUA ajudaram a acelerar o progresso tecnológico na China não é infundada:

  • "Made in China 2025": Este plano, que visa aumentar a presença de produtos tecnológicos chineses no mercado global, ganhou novo impulso após as ações dos EUA.
  • Aumento do investimento em inovação: Empresas chinesas agora direcionam seus esforços para criar um ecossistema local de tecnologia, investindo em equipamentos e componentes chineses.

Esse impulso nacionalista em direção à auto-suficiência levanta preocupações sobre o futuro das relações comerciais e sobre a competitividade global.

As Consequências Não Intencionais das Restrições

É crucial reconhecer que as restrições impostas pelos EUA não apenas prejudicaram empresas chinesas, mas também ajudaram a fomentar um crescimento tecnológico sem precedentes dentro do próprio país:

  • Avanços em tecnologias de ponta: A luta por independência tecnológica gerou melhorias em diversos setores, com empresas chinesas cada vez mais competitivas em tecnologia limpa, baterias e veículos elétricos.
  • Globalização da estratégia empresarial: Ao enfrentar desafios internos, empresas chinesas começaram a expandir suas operações para mercados em desenvolvimento como a Ásia, Europa e América Latina.

Efeitos no Cenário Global

Ainda, a pressão americana não só afeta a economia chinesa, mas também pode gerar um efeito dominó que impacta outras nações. Em busca de segurança e inovação, muitas delas estão evitando alianças comerciais com as empresas americanas devido ao clima de incerteza criado pelas altas tarifas e pelas restrições.

O Desafio da Inovação nos EUA

Embora os EUA tenham introduzido legislações significativas, como a Lei dos Semicondutores e da Ciência, é vital considerar como essas medidas estão moldando sua própria trajetória tecnológica. Medidas de segurança econômica que visam mitigar a dependência de tecnologia estrangeira, na verdade, podem estar inibindo a inovação local:

  • Redução nas oportunidades de negócios: O controle de exportação e a pressão sobre a colaboração acadêmica com a China têm consequências diretas sobre a inovação.
  • Enfraquecimento da pesquisa: A diminuição do número de cientistas e alunos chineses nas universidades americanas reduz o potencial de inovação dos Estados Unidos.

Caminhos a Seguir: A Necessidade de um Equilíbrio

Diante deste cenário complexo, é essencial que o governo dos EUA reavalie sua estratégia. A busca por segurança econômica e tecnológica deve ser equilibrada com um foco na inovação e no crescimento econômico:

  1. Avaliação de Riscos: Identificar as vontades e necessidades mais prementes nas relações com a China e alocar recursos para áreas que possam gerar benefícios mútuos.
  2. Colaboração Internacional: Trabalhar junto a aliados para criar um ambiente competitivo e inovador que não isole os EUA.
  3. Revisão das Políticas: Implementar análises rigorosas de custo-benefício para avaliar o impacto de medidas específicas.

A administração Trump, ao adotar uma postura mais radical em relação à China, corre o risco de fomentar um isolamento econômico que pode ser prejudicial para o país. Um diálogo construtivo e multilateral pode ser o caminho para assegurar não apenas a segurança, mas também a prosperidade econômica dos Estados Unidos.

O equilíbrio entre segurança e inovação será fundamental para garantir que o país não apenas se mantenha competitivo, mas também continue a liderar no cenário tecnológico global. O futuro das relações entre os EUA e a China ainda está em jogo, e cabe a nós acompanharmos esse desenrolar.

Convidamos você a refletir sobre esses desafios e a compartilhar suas opiniões. Como você vê a evolução dessas políticas e seu impacto no cenário global?

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