segunda-feira, junho 23, 2025

O Futuro do Petróleo: Goldman Revela Expectativa de US$ 55 em 2026 e Reavalia Gigantes da América Latina!


Expectativas do Mercado de Petróleo: O Que Está por Vir?

O petróleo Brent, que recentemente atingiu a marca de US$ 75 por barril devido a tensões no Oriente Médio, deve enfrentar uma retração nos próximos meses. Essa previsão vem das novas projeções elaboradas pelo Goldman Sachs para o setor petrolífero na América Latina. Os especialistas do banco apostam em um preço médio de US$ 56 por barril ao longo de 2023, com a expectativa de que esse valor caia para US$ 55 até 2026.

O Impacto do Geopolítica e da Oferta Global

Apesar do aumento no prêmio de risco geopolítico, o Goldman Sachs observa um crescimento na oferta global, especialmente fora do setor de xisto dos Estados Unidos. Essa dinâmica tende a exercer uma pressão adicional sobre os preços do petróleo, conforme apontado pelos analistas.

Nesse cenário, a instituição desenvolveu modelos simplificados de fluxo de caixa descontado (DCF) para avaliar a sensibilidade das companhias petrolíferas da América Latina em relação ao preço do petróleo. Os dados indicam que uma redução de US$ 10 por barril, a partir de 2026, pode resultar, em média, em uma queda de 28% no valor justo das empresas de exploração e produção (E&P) monitoradas pelo banco.

Empresas Brasileiras: Uma Análise Detalhada

Brava Energia: A Mais Sensível ao Preço do Petróleo

Entre as companhias analisadas, a Brava Energia (BRAV3) se destaca por sua alta vulnerabilidade às flutuações do preço do petróleo. O Goldman Sachs estima que, para cada US$ 10 de redução no valor do barril, o fluxo de caixa livre (FCF) da empresa cairá cerca de 13%. Além disso, o valor justo de suas ações pode ser reduzido pela metade. Essa vulnerabilidade se deve ao elevado nível de alavancagem e à sua total concentração no segmento de exploração.

Ecopetrol: Um Refúgio de Estabilidade

Por outro lado, a Ecopetrol, da Colômbia, é a empresa menos afetada pelas variações dos preços do petróleo. Sua diversificação em ativos de transporte (midstream), refino (downstream), geração de energia e gás natural confere uma proteção adicional contra a volatilidade das commodities.

Vista Energy: Um Jogo de Equilíbrios

A Vista Energy, da Argentina, aparece como a segunda mais sensível às movimentações do valor justo, evidenciando sua dependência da produção de petróleo de Vaca Muerta. A companhia, apesar de sua alta exposição ao setor, beneficia-se de uma baixa alavancagem e margens elevadas.

PRIO: Eficiência em Foco

Entre as empresas brasileiras, a PRIO (PRIO3) mostra uma sensibilidade intermediária. Os analistas afirmam que, embora o fluxo de caixa livre em 2026 dependa fortemente do preço do barril, o valor justo da empresa não será impactado da mesma forma, graças à sua alta eficiência operacional. No entanto, a recente aquisição de participação no campo Peregrino pode aumentar sua vulnerabilidade devido aos altos custos operacionais desse ativo.

Recomendações do Goldman Sachs e Pontos de Atenção

O Goldman Sachs também atualizou suas projeções para a Petrobras (PETR4). Com base na curva futura de preços, que prevê uma média de US$ 72 por barril para este ano e US$ 69 em 2026, a expectativa é de que a estatal brasileira consiga um dividend yield de aproximadamente 11% ao ano em 2025 e 2026. A recomendação para as ações PETR3, PETR4, PBR e PBR_A permanece em compra, com preços-alvos estabelecidos em R$ 43,80, R$ 39,90, US$ 15,50 e US$ 14,10, respectivamente.

Contudo, é necessário ter atenção a dois pontos críticos no caso da Petrobras:

  • Revisão da Política de Remuneração: Existe a possibilidade de uma alteração na política de dividendos, que atualmente permite pagamentos acima do fluxo de caixa se o preço do petróleo ficar abaixo dos níveis atuais.

  • Risco de Interferência Governamental: Especialmente em discussões sobre royalties e leilões de novos campos, a pressão política pode influenciar negativamente a performance da estatal.

Visões sobre a Vista Energy

Para a Vista, o preço-alvo sofreu um ajuste para US$ 62,20, um ligeiro aumento em comparação aos US$ 62 anteriores. A perspectiva de crescimento anual de 13% na produção até 2030 foi revisada, já que a empresa poderá priorizar a estabilidade financeira após a aquisição de ativos da Petronas na Argentina. Isso pode acarretar uma desaceleração na perfuração de novos poços.

A PRIO e Perspectivas Futuras

No que diz respeito à PRIO, o banco aumentou o preço-alvo de R$ 49,90 para R$ 57,30. A companhia aguarda a entrada em operação do campo Wahoo, que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2026. Embora essa seja uma expectativa positiva, a incerteza em relação ao cronograma do projeto levou o Goldman a rebaixar a recomendação para neutra.

A Situação das Outras Empresas

  • PetroRecôncavo (RECV3): O preço-alvo foi ajustado de R$ 16,50 para R$ 18,50. A revisão leva em conta a alta nos preços futuros do petróleo e uma leve diminuição nas previsões de produção para 2025. O custo médio ponderado de capital (WACC) da empresa também foi atualizado para 14,5%, em função da elevação dos juros livres de risco no Brasil.

  • YPF (Argentina): A revisão do preço-alvo passou de US$ 41,60 para US$ 44,50, mantendo a recomendação neutra. Essa atualização considera os preços elevados na curva futura de petróleo, apesar de uma redução no múltiplo EV/Ebitda esperado para 2028, que foi ajustado de 3,9 vezes para 3,6 vezes.

  • Ecopetrol: O preço-alvo foi revisado de COP 1.447,20 para COP 1.630,70 na bolsa colombiana, e de US$ 6,80 para US$ 7,70 na bolsa de Nova York, mantendo a recomendação neutra. A empresa se beneficia de uma diversificação que a torna menos suscetível às oscilações dos preços do petróleo.

A Brava Energia: Um Risco em Evidência

A Brava Energia continua sendo a única recomendação de venda na cobertura do Goldman Sachs, com um preço-alvo elevado de R$ 15,80 para R$ 18. Apesar dessa atualização, os analistas permanecem céticos em relação ao modelo de negócios da companhia, considerando os altos riscos associados à concentração total em upstream e à alavancagem financeira superior à de seus concorrentes.

Reflexões Finais

O futuro do mercado de petróleo na América Latina, como indicado pelas projeções do Goldman Sachs, apresenta desafios e oportunidades. Enquanto algumas empresas se destacam por sua resiliência, outras enfrentam vulnerabilidades significativas. Com um cenário de preços fluctuantes e riscos geopolíticos em ascensão, é crucial que investidores estejam atentos às movimentações desse mercado e ao desempenho das empresas que nele operam.

O que você pensa sobre essas previsões? Você acredita que o cenário geopolítico pode impactar ainda mais os preços do petróleo? Sinta-se à vontade para compartilhar suas opiniões e reflexões.

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