quarta-feira, março 12, 2025

O Impacto da Posse de Donald Trump nas Big Techs: Um Dia Decisivo para o Futuro da Tecnologia


Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk durante o mandato de Donald Trump

Imagens Getty

A recente posse de Donald Trump não foi apenas um marco político; ela trouxe à tona uma realidade preocupante: as grandes empresas de tecnologia (big techs) não são mais apenas plataformas neutras para ligações e interações digitais. Hoje, elas são protagonistas ativas na criação de narrativas e na moldagem da nossa percepção da realidade.

Quando figuras influentes como Mark Zuckerberg, Elon Musk e Shou Zi Chew ocupam lugares de destaque em eventos tão simbólicos, isso nos mostra que eles não estão presentes apenas para oferecer apoio, mas sim para deixar claro que estão moldando e sendo moldados pelo ambiente político em que estamos inseridos.

Transformações nas Big Techs

Um exemplo significativo é a Meta, que decidiu abolir seu programa de verificação de fatos e lançou as “Notas da Comunidade”. Essa mudança estratégica representa uma nova abordagem: deixar que os próprios usuários decidam o que é verdade ou não. Já o TikTok, que anteriormente enfrentava ameaças de banimento, conseguiu se estabelecer como um aliado político estratégico por conta de ações que mudaram sua imagem.

Desmistificando a Neutralidade

Por muitos anos, popularizou-se a ideia de que as redes sociais funcionavam como praças públicas, onde qualquer pessoa poderia se expressar livremente. Mas será que ainda acreditamos nesse discurso? Quando olhamos para nossos feeds, percebemos que o que vemos é meticulosamente selecionado e apresentado por algoritmos que são controlados pelas próprias plataformas. A pergunta crucial é: quem determina as regras desse jogo?

Agora, com as alianças políticas se tornando mais evidentes, as decisões que moldam nosso consumo de conteúdo vão além das preferências por memes ou vídeos engraçados, impactando a forma como interpretamos o mundo ao nosso redor. Assim, a grande questão que se levanta é: quem realmente controla o que nos é apresentado? Se plataformas como TikTok, Meta e X (antigo Twitter) atuam como filtros da realidade, como podemos garantir que o que estamos consumindo seja uma representação fiel do que realmente acontece? O que é mais relevante: a informação que precisamos ou aquela que gera mais cliques e lucros?

Era desafiador sair da bolha digital quando o conteúdo parecia inofensivo — limitado a vídeos de animais fofos ou receitas de culinária. Mas agora, com as redes sociais tomando posição política, surge a dúvida: temos realmente as ferramentas para questionar o que nos é oferecido? Ou estaremos, inconscientemente, permitindo que essas plataformas decidam por nós?

Uma Nova Era nas Redes Sociais

Estamos entrando em um momento em que as redes sociais não escondem mais suas preferências. O mito da neutralidade foi deixado de lado. As plataformas atualmente criam narrativas e operam como agentes políticos com intenções próprias. Com a evolução acelerada da inteligência artificial e a competição pela liderança tecnológica, essa nova realidade abre portas não só para a inovação, mas também para possíveis manipulações.

Não é exagero afirmar que algumas dessas redes sabem influenciar o público de forma mais contundente do que muitos governos. Elas determinam não apenas o que você vê, mas como você vê, moldando suas “escolhas” de maneira sutil.

O Poder da Escolha

Embora as grandes techs tenham sempre influenciado nossas decisões, esse controle agora é exercido de forma mais clara — tanto para o bem quanto para o mal. Essa transparência sobre suas inclinações nos oferece uma oportunidade valiosa: a chance de fazer escolhas conscientes. Ao abrir suas intenções, essas plataformas nos permitem questionar, comparar e, por fim, tomar decisões mais informadas.

É um momento propício para que, pela primeira vez, possamos realmente tomar as rédeas de nossa experiência digital, desde que estejamos atentos ao que está em jogo. A boa notícia é que, se soubermos aproveitar essa situação, temos a possibilidade de fazer escolhas mais autênticas e alinhadas com nossos valores.

Reflexões Finais

O impacto das big techs em nossa vida diária se tornou inegável, com a capacidade de moldar opiniões e comportamentos. Cada um de nós deve se tornar um consumidor crítico desse conteúdo. Ao refletirmos sobre o que consumimos e como isso influencia nossa visão de mundo, podemos nos empoderar em nossa jornada digital.

Ao final, a pergunta permanece: até que ponto sabemos o que é real e o que é produto de agendas ocultas nas plataformas? O convite é que você analise seu uso dessas ferramentas e como elas impactam sua realidade. A liberdade de escolha está em nossas mãos, e cabe a nós utilizá-la com consciência.

Iona Szkurnik é fundadora e CEO da Education Journey, uma plataforma de educação corporativa que utiliza Inteligência Artificial para promover uma aprendizagem personalizada. Com um mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona foi parte da equipe criadora da primeira plataforma de educação online da universidade. Ela possui oito anos de experiência no mercado de edtechs no Vale do Silício e é cofundadora da Brazil at Silicon Valley, além de mentora de mulheres e investidora-anjo.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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