Banco do Brasil: Desempenho de Lucro e Desafios em 2024
A respeitada revista Forbes trouxe à tona os resultados financeiros do Banco do Brasil (BBAS3) referentes ao ano de 2024, revelando um panorama otimista, mas também desafiador. O banco comunicou um lucro líquido ajustado de R$ 37,9 bilhões, uma alta de 6,6% em comparação a 2023, com um notável retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21,4%. No quarto trimestre, o lucro ficou em R$ 9,6 bilhões, marginalmente superior em 0,7% ao terceiro trimestre de 2024 e 1,5% ao quarto trimestre do ano anterior.
Contexto Econômico e Expectativas
Geovanne Tobias, CFO do Banco do Brasil, destacou os desafios enfrentados em 2024 em uma apresentação gravada, afirmando: “Cumprimos as metas do guidance. Prometemos um lucro entre R$ 37 bilhões e R$ 40 bilhões e entregamos R$ 37,9 bilhões”. Essa declaração ressalta a dedicação e o esforço da instituição em manter um desempenho robusto mesmo em tempos de incertezas econômicas.
Crescimento da Carteira de Crédito
A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil alcançou a marca de R$ 1,278 trilhão, um crescimento expressivo de 15,3% em relação ao último trimestre de 2023 e um aumento de 6,1% comparando-se a setembro de 2024. Essa expansão reflete não apenas a confiança do público no banco, mas também a busca por investimentos sustentáveis.
Indicadores de Inadimplência e Provisões
Entretanto, a inadimplência não está isenta de desafios. A margem de inadimplência acima de 90 dias encerrou o ano em 3,32%, uma tendência que se tornou preocupante, especialmente no setor agro. As provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) cresceram 16,9% em relação ao ano anterior, evidenciando um cenário de crescente preocupação com a recuperação de crédito.
- Compromissos do Banco:
- Fortalecer o acompanhamento da inadimplência.
- Implementar ações direcionadas para mitigar riscos na carteira agro.
Consumo e Empréstimos por Setores
Abaixo, destacamos a evolução dos empréstimos em diferentes setores:
Pessoa Física:
- Crescimento de 2,4% no trimestre e 7,3% em 12 meses, totalizando R$ 336,0 bilhões.
- O crédito consignado mostrou um desempenho animador, com alta de 1,1% no trimestre e 9,8% nos últimos 12 meses.
- Empresas:
- Aumento significativo de 9,4% em comparação ao trimestre anterior e 18% em relação a dezembro de 2023, atingindo R$ 461,1 bilhões.
- Os recebíveis foram responsáveis pelo maior crescimento, subindo 36,0% comparado ao trimestre anterior.
Crédito Sustentável em Alta
Em um movimento que busca promover práticas duradouras e responsáveis, o Banco do Brasil atingiu R$ 386,7 bilhões em operações de crédito sustentável em dezembro de 2024. Esse crescimento foi de 12,7% em 12 meses, revelando um comprometimento crescente com a sustentabilidade.
- Linhas de Práticas Socioambientais:
- Representam 28,7% do total.
- As operações de investimento totalizaram R$ 49,6 bilhões.
Setor Agro e suas Implicações
A carteira de crédito voltada para o agronegócio registrou um crescimento de 2,9% no último trimestre e de 11,9% no ano, chegando a R$ 397,7 bilhões. No entanto, o setor não escapou da pressão da inadimplência, que fechou o ano em 2,45%. De acordo com Tobias, cerca de 20% desse crescimento na inadimplência está atrelado ao aumento dos casos de recuperação judicial no agronegócio.
- Situação no Campo:
- Aproximadamente 250 produtores rurais e empresas do setor solicitaram recuperação judicial.
- O banco está atento e implementou ações estratégicas para ajudar a normalizar essa situação.
Expectativas Futuras
Para 2025, a avaliação da gestão do Banco do Brasil será crucial para lidar com os riscos na carteira do agronegócio. A região Centro-Oeste, em particular, receberá atenção redobrada, refletindo as preocupações atuais do banco em relação à economia rural.
Considerações Finais
Os resultados do Banco do Brasil em 2024 mostram um equilíbrio sutil entre crescimento e desafios, destacando tanto os triunfos na expansão da carteira de crédito quanto as preocupações com a inadimplência, especialmente no setor agro. O compromisso da instituição com práticas sustentáveis e a disposição em enfrentar os desafios do mercado evidenciam a resiliência do banco em um ambiente em constante mudança.
Essa narrativa de desempenho financeiro não apenas fala sobre números, mas também sobre a estratégia e os passos futuros que o Banco do Brasil planeja seguir. O diálogo aberto sobre as dificuldades, juntamente com a visão otimista para o futuro, convida os leitores a refletirem sobre a importância de acompanhar os desenlaces da economia brasileira e como as instituições financeiras moldam esse cenário. Que marcha seguirão as soluções econômicas? Quais estratégias podem ser empregadas para equilibrar crescimento e responsabilidade? Essas são questões que merecem atenção e discussão.