A Trajetória Marcante da Zoomp: Da Ascensão à Reestruturação

Uma Marca Nascente

Em 1974, Renato Kherlakian deu vida à Zoomp, uma marca que surgiu com um espírito ousado e a proposta de valorizar o jeans brasileiro em um cenário dominado por influências internacionais. O início foi simples, com algumas máquinas de costura, mas a proposta de modelagens inovadoras e uma estética arrojada rapidamente chamou a atenção do público. A poucos anos de sua fundação, a Zoomp não era apenas mais uma etiqueta; ela se tornava um ícone de estilo urbano e um verdadeiro desejo entre os jovens.

O Reconhecimento Internacional

A consagração chegou quando o icônico raio amarelo da logomarca começou a cruzar fronteiras. Com lojas em 10 países e campanhas publicitárias memoráveis, a Zoomp ganhou notoriedade internacional. A marca contava com o apoio de grandes nomes da moda, como Gisele Bündchen, que na época estava em ascensão, e o renomado fotógrafo Mario Testino. Juntos, eles ajudaram a posicionar a Zoomp como uma referência em jeanswear premium no Brasil.

Desafios do Crescimento

Entretanto, a rápida expansão trouxe novos desafios. Nos anos seguintes, a Zoomp enfrentou dificuldades na administração do seu crescimento, especialmente com a abertura do mercado a produtos importados e a presença de grandes redes de varejo. A marca, que antes era líder no segmento premium de jeans, começou a perder espaço, e manteve sua posição se tornou uma grande dificuldade.

Renato Kherlakian, fundador da marca Zoomp (Foto: Reprodução das redes sociais)

Mudanças na Liderança e Tentativas de Reestruturação

Em 2006, a holding HLDC, dos empresários Enzo Monzani e Conrado Will, assumiu o controle da Zoomp, herdando dívidas em torno de R$ 130 milhões na tentativa de reorganizar a empresa. Naquele mesmo ano, a administradora de fundos Global Capital começou a colaborar com a marca.

No final de 2007, a HLDC lançou o grupo I’M (Identidade Moda), que reunia nomes de destaque da moda brasileira, como Zoomp, Alexandre Herchcovitch e Fause Haten. Contudo, o projeto não resistiu: já em março de 2008, ambos deixaram o grupo, sinalizando um colapso dessa tentativa de consolidação no mercado.

A Queda e o Pedido de Falência

Em 2009, com dívidas trabalhistas e obrigações com prestadores de serviços, a Zoomp teve falência decretada em um processo movido por um fornecedor. A produção em Barueri, na grande São Paulo, foi encerrada temporariamente. Contudo, a marca recorreu e a falência foi revogada. Nesse mesmo ano, a Justiça aprovaria o pedido de recuperação judicial da Zoomp. Infelizmente, em 2010, a marca fechou todas as suas lojas físicas.

Um Novo Capítulo com Novos Donos

Seis anos depois, a Zoomp foi adquirida em um leilão judicial pela K2, de Alberto Hiar, também conhecido como "Turco Loco". Contudo, a aquisição gerou polêmicas e incertezas sobre sua legalidade. Hiar, em busca de evitar o passivo da antiga gestão, mobilizou uma equipe de advogados.

Alberto Hiar, o “Turco Loco”, em foto de 2015 (Reprodução das redes sociais)

Efeitos Colaterais da Aquisição

A compra da Zoomp teve repercussões severas para a K2. O investimento inicial de R$ 5 milhões de entrada, assim como cerca de R$ 1 milhão em publicidade, saiu diretamente dos fundos da Cavalera, também sob a direção de Hiar. Com o passar do tempo, a situação financeira da K2 começou a deteriorar. Em 2021, a empresa entrou em recuperação judicial devido a uma significativa queda de vendas e conflitos entre os sócios.

Um Futuro Incerto

Embora a K2 tenha conseguido aprovar um plano de pagamento, a situação se complicou. O Ministério Público começou a pressionar pela falência da K2, alegando que a empresa não cumpria as obrigações do acordo. Para a Zoomp, restaram promessas de relançamento, mas a marca passou por desafios significativos durante sua administração. Inclusive, foi inaugurada uma "pop up" store na famosa Rua Oscar Freire em São Paulo, mas que não resistiu aos impactos da pandemia.

A Nova Realidade da Zoomp

Em uma rápida busca na internet, é possível encontrar peças da Zoomp disponíveis em marketplaces e outlets. Embora a marca não tenha desaparecido completamente, sua presença e influência no mercado se tornaram bastante restritas comparadas ao passado.

Para refletir sobre a trajetória da Zoomp, podemos notar que sua história é um microcosmos dos altos e baixos do setor de moda brasileiro. De um símbolo de inovação e estilo a desafios financeiros e mudanças de liderança, a viabilidade futura da marca continua incerta.

Pensando no Futuro

O que resta agora são promessas de renascimento e a esperança de que a Zoomp consiga se reerguer. O legado da marca é um testemunho do potencial do jeans brasileiro e da moda nacional. Você, leitor, já possui alguma peça da Zoomp em seu guarda-roupa? Que outros aspectos da trajetória da marca mais chamam sua atenção? Compartilhe seus pensamentos e experiências, e junte-se a essa conversa sobre uma marca que fez história!

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